Apesar de conceituados entre os fãs, os dois primeiros álbuns do Aerosmith – “Aerosmith” (1973) e “Get Your Wings” (1974) – não surtiram grande efeito em vendas. A balada “Dream On”, presente no debut, fez sucesso relativo na primeira tentativa, explodindo de vez apenas com o passar dos anos.
O momento em que a sorte virou de vez aconteceu na terceira tentativa. Produzido por Jack Douglas, “Toys in the Attic” (1975) trouxe os bad boys from Boston finalmente acertando os eixos e oferecendo o que de melhor podia. Joe Perry concorda com a impressão.
Em entrevista à edição 210 da revista Classic Rock, em 2015, o guitarrista explicou o que levou o play a se tornar algo tão relevante.
“Ele saiu no momento em que acho que os álbuns de rock’n’roll estavam se tornando uma parte importante da vida das pessoas. Era um ritual importante esperar o lançamento de um disco, ir à loja no dia do lançamento, comprar, levar para casa, quebrar o plástico, deixar cair a agulha, sentar em frente ao aparelho de som e ouvir cada música enquanto olhava para a capa e lia o encarte. A experiência foi maior que o próprio disco. E é em parte por isso que ‘Toys…’ perdurou.”
O vocalista Steven Tyler concorda com a ideia. E oferece sua visão.
“‘Toys In The Attic’ foi onde eu senti que havíamos conseguido. O título tem a ver com o fato de que eu era o garoto que colocava minhas iniciais nas pedras porque queria que os alienígenas soubessem que eu estava lá. É uma declaração de longevidade. Esse disco será tocado muito depois da minha morte. Também estará lá no sótão, com as coisas que você amava e nunca queria esquecer. E para mim, o Aerosmith estava se tornando isso. Eu sabia como os Beatles, os Animals e os Kinks faziam isso – com letras e títulos. Vi razão e rima em toda a loucura que estávamos inventando.”
Aerosmith e “Toys in the Attic”
Lançado em 8 de abril de 1975, “Toys in the Attic” foi o terceiro disco do Aerosmith, responsável por catapultar a banda definitivamente ao sucesso. É, até hoje, seu trabalho mais vendido nos Estados Unidos, com mais de 8 milhões de cópias comercializadas. Chegou ao 11º lugar na parada local, além de ficar em 7º na canadense.
Primeiro single, “Sweet Emotion”, fala sobre a tensão existente entre os membros da banda e Elyssa, então esposa do guitarrista Joe Perry. As crises sucessivas levariam o grupo ao rompimento quatro anos mais tarde.
O grande sucesso acabou sendo “Walk This Way”. Com seu ritmo suingado, se tornou uma das músicas mais conhecidas do Aerosmith, ganhando ares de pioneirismo na década seguinte, quando foi regravada pelo Run-DMC em parceria com Steven Tyler e Joe Perry, reabilitando a carreira da banda.
A balada “You See Me Crying” marcou a primeira colaboração do quinteto com uma orquestra. Mike Manieri conduziu as sessões.
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“you see me crying”, mais bela balada da história do rock, encerrando um dos poucos discos perfeitos, nota 10 com louvor