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O grande problema das novas bandas de metal, segundo vocalista do Mudvayne

Para Chad Gray, os grupos da cena estão soando muito parecidos entre si, o que acaba dificultando tudo

De tempos em tempos, alguns músicos parecem ter a resposta para todos os problemas da cena. A ponto de que, mesmo o metal passando por um período de extrema criatividade, percorrendo caminhos pelos quais jamais se aventurou em gerações anteriores, essas figuras ainda entendam portar a solução para algo que talvez nem exista de verdade.

Chad Gray, vocalista do Mudvayne – e do Hellyeah, já que até onde a gente sabe, oficialmente a banda ainda existe – é um desses. Em recente entrevista ao The Underground Australia, transcrita pelo Blabbermouth, o frontman opinou sobre a situação atual da cena.

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Tudo começou quando ele foi questionado sobre como encara o ressurgimento do nu metal, com toda uma nova leva de fãs e bandas influenciadas pelo subgênero tão massacrado no início do século. A resposta foi:

“Cara, talvez eu não devesse dizer isso, mas não dou a mínima. Deus abençoe as novas bandas, mas elas soam iguais. Todas as músicas novas me soam a mesma coisa. Não há nada separando uma da outra. Uma banda meio que faz alguma coisa, uma centena de outras segue aquilo. Isso vai acontecendo de novo e de novo.”

Lembranças do Ozzfest 2001

Para exemplificar, Gray se valeu de um festival que foi importantíssimo para o movimento do qual fez parte.

“Eu estava no Ozzfest 2001. Você tinha Slipknot, Marilyn Manson, Papa Roach, Disturbed, Mudvayne, Drowning Pool… Cada p*rra de banda, cada banda que acabei de nomear, nenhuma delas soa igual. Acho que é por isso que foi um momento tão especial na música, porque todo mundo estava trazendo algo para a mesa. Você tinha o System of a Down… todos muito originais e fazendo suas próprias coisas. Nós fizemos parte disso. Éramos mais progressistas do que muitos dos nossos homólogos daquela época. Então estávamos fazendo nossas próprias coisas. Apenas muita música realmente boa e muitas pessoas realmente se interessavam pelo que elas eram. É sobre essa individualidade que eu falo.”

O exemplo se estende às influências do cantor no desenvolvimento de seu estilo.

“Eu sou Chad Gray e o que faço sou eu. Mas quem me tornou Chad Gray são James Hetfield, Layne Staley, Phil Anselmo, Chris Cornell, blá, blá, blá, blá, blá. Poderia citar provavelmente 50 cantores diferentes. Peguei toda essa influência que me inspirou tanto a querer fazer o que faço e processei dentro de mim. Agora todas essas pessoas de quem estou falando, elas se apresentam como Chad Gray. Você entende o que quero dizer?”

Sobre o Mudvayne

Fundado em 1996, o Mudvayne teve sua primeira existência até 2010. Lançaram 5 álbuns de estúdio no período. Os 3 primeiros – “LD 50” (2000), “The End of All Things to Come” (2002) e “Lost and Found” (2005) – faturaram disco de ouro nos Estados Unidos.

A banda se reuniu em 2021, voltando a usar maquiagens como nos primórdios da carreira – algo que tinha abandonado em 2003 para evitar comparações com outros grupos de sua época, como o Slipknot. Novo material está nos planos, embora não haja nada de concreto até o momento.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. As gerações mais novas costumam assimilar mais as novas bandas. Sempre foi assim. Na década 50s, os adultos da geração do Frank Sinatra, e o próprio, torciam o nariz.

    O Frank Sinatra disse no ano 1957: (via Express UK): “O rock and roll tem um cheiro falso. Cantado e escrito em sua maior parte por idiotas cretinos. […] [É] a forma de expressão mais brutal, feia, desesperada e cruel que tive infelicidade de ouvir.”
    Ele também disse que ”não ia durar muito tempo”. De certa forma, o velho Frank tinha razão. Pois como também explicou Raul Seixas, o rock n roll como ”movimento” iniciando desde o fim da década 40s durou até 1959-60, quando figuras como Buddy Holly e Ritchie Valens morreram no trágico acidente aéreo de 1959, Eddie Cochran morreu em acidente de táxi aos 21 anos, Elvis foi para o exército e voltou muito diferente, e a indústria fonográfica passou a focar no twist, e a turma da Motown records.

    Isso até a invasão britânica de grupos como os Beatles e suas experimentações e art-rock, e Rolling Stones com blues rock, Cream, The Who, também os americanos The Doors, J.Hendrix, Janis Joplin, etc, começaram a sacudir o mundo com rock, de novo.
    Não foram poucos os que assim como a turma de 50s, torciam o nariz para o que caras como Jimi Hendrix faziam com sua guitarra. E nos 70s, o som pesado do Black Sabbath, Judas Priest, UFO, etc.

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