A formação que gravou os primeiros discos do Angra – “Angels Cry” (1993), “Holy Land” (1996) e “Fireworks” (1998), exceção ao baterista Ricardo Confessori, ausente da estreia – se separou em 2000. O momento acabaria sendo superado com louvor pelas duas partes, a que permaneceu e a que gerou o Shaman. Porém, houve um momento inicial de incertezas.
Não à toa, Kiko Loureiro considera esse o pior momento de sua história artística. O guitarrista lamentou que as brigas tenham quase comprometido as carreiras de todos os envolvidos.
Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, transcrita pelo Whiplash, o instrumentista declarou:
“O momento mais difícil foi quando a primeira formação do Angra se separou. A gente investiu todo aquele tempo, os sonhos, os primeiros oito, nove anos juntos. De repente, aquela sensação ruim de treta, de briga, de discussão, sentimento ruim e uma divisão da banda.”
A saída acabou sendo fortalecer ainda mais os laços com o colega de seis cordas.
“Ficamos eu e o Rafael Bittencourt, os dois guitarristas da banda, falando: ‘E agora, o que vamos fazer?’. Mas a gente se uniu, isso também nos uniu mais. A gente começou a fazer música e o Angra continuou.”
Mesmo assim, as mágoas deixaram marcas. Especialmente hoje que, sem a presença física do vocalista Andre Matos, os ponteiros definitivamente não serão mais acertados.
“Aquele período foi amargo. Você vem com sonhos e todo o trabalho pra chegar em algum lugar e de repente… você acha que dá pra ir mais longe (…), mas o conflito interno quebra isso, como se fosse uma autossabotagem da banda, do grupo.”
O renascimento e a consolidação do Angra
O momento de tensão acabou resultando em “Rebirth” (2002). Apesar de toda a aura que envolve o lineup dos primeiros discos, foi justamente o quarto trabalho o mais vendido de toda a carreira do grupo.
Desde então, a banda passou por várias outras mudanças. Atualmente, apenas Rafael permanece na formação de palco. Kiko ainda é envolvido com os negócios. Aparentemente, nem mesmo sua recente saída do Megadeth deve alterar a situação, ao menos a curto prazo.
O futuro de Kiko Loureiro
Em dezembro do ano passado, Kiko Loureiro realizou dois shows em São Paulo, no SESC Avenida Paulista – leia a resenha de um deles aqui. Por hora, não há mais planos divulgados sobre o prosseguimento de sua carreira.
Seu álbum solo mais recente foi “Open Source”, lançado em 2020. O disco trouxe a participação de outro ex-guitarrista do Megadeth, Marty Friedman, que integrou a formação mais bem-sucedida da banda.
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