“Ritchie Blackmore e eu tínhamos uma química muito forte”, diz Joe Lynn Turner

Vocalista esteve no Rainbow e Deep Purple com o guitarrista, além de ter participado de um disco do Blackmore’s Night

Apesar de a fase com Ronnie James Dio ser a mais cultuada entre os fãs, foi com Joe Lynn Turner nos vocais que o Rainbow obteve seus resultados comerciais mais expressivos. Redirecionando a sonoridade para uma pegada mais AOR, Ritchie Blackmore alcançou o sucesso que almejava, mesmo tendo que sacrificar algumas das principais características da banda para tal.

“Bent Out of Shape”, último álbum do grupo antes da primeira interrupção de atividades, completou 40 anos em 2023. Durante entrevista ao IgorMiranda.com.br, também disponível em vídeo, o cantor refletiu sobre o sucesso da música “Street of Dreams”.

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“É uma canção muito espiritual e importante para mim. A letra fala sobre reencarnação, algo em que sempre acreditei. Somos espíritos em corpos materiais. Todos nós já estivemos aqui antes e vamos provavelmente estar aqui novamente, como um ciclo. Dito isso, essa letra foi escrita sobre uma mulher que eu nunca tinha visto, que era apenas um rosto em meus sonhos, e 22 anos depois eu a conheci. Estamos casados até hoje.”

A química de Joe Lynn Turner com Ritchie Blackmore

A seguir, Joe Lynn Turner refletiu sobre a parceria com o patrão.

“Ritchie e eu tínhamos uma química muito forte. Não há como negar. Em todos os álbuns que fizemos juntos, seja no Rainbow ou no Deep Purple, não há uma música ruim. Assim como disse que ‘Street of Dreams’ era sua música favorita do Rainbow, também o ouvi dizer que ‘Slaves and Masters’ (1990) era um de seus álbuns favoritos do Purple. O problema dele foi o timing; os fãs queriam Ian Gillan de volta.”

E foi o que eles conseguiram logo após a turnê, que contou com a primeira passagem da banda pelo Brasil. Com isso, Turner concluiu:

“Foi nessa época que aprendi que as pessoas têm medo do novo. Tanta gente já fez parte do Rainbow e do Deep Purple; sempre músicos do mais alto gabarito. As pessoas deveriam em primeiro lugar ouvir a música, não discutir sobre quem a está tocando. Se é um bom disco, é um bom disco, independentemente da formação que o gravou.”

Rainbow e “Bent Out of Shape”

Gravado em Copenhague, Dinamarca, “Bent Out of Shape” chegou ao Top 10 nas paradas da Finlândia, Noruega, Suécia e Japão. Ainda foi 11º no Reino Unido e 34º nos Estados Unidos. O single “Street of Dreams” foi o último da carreira da banda a entrar no The Billboard Hot 100, alcançando o 60º lugar.

Após a turnê de divulgação, o Rainbow se separou, com Blackmore e o baixista Roger Glover se reunindo a Ian Gillan, Ian Paice e Jon Lord na volta do Deep Purple. Um retorno aconteceria apenas entre 1993 e 97, com mais um regresso a partir de 2015. Em ambos os casos, apenas o guitarrista se manteve das formações anteriores.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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