A grande semelhança entre Bruce Dickinson e Rob Halford, segundo Roy Z

Vocalistas do Iron Maiden e Judas Priest quase trabalharam juntos no início dos anos 2000

Roy Z é conhecido por ser o grande parceiro de Bruce Dickinson em boa parte da carreira solo dele, mas o frontman do Iron Maiden não é o único a contar com seu auxílio em suas empreitadas. O produtor e guitarrista do Tribe of Gypsies também já trabalhou com Rob Halford, na banda Halford, e comentou sobre as semelhanças que envolvem dois dos maiores vocalistas de heavy metal no mundo.

Em entrevista para a Guitar World, Z explicou que Bruce e o frontman do Judas Priest são diferentes na abordagem musical. No entanto, as origens de ambos os tornam parecidos em alguns aspectos.

- Advertisement -

Ele comentou:

“A forma que eles abordam seus processos criativos individualmente é diferente. Dito isso, Bruce e Rob são pessoas da classe trabalhadora, o que significa que eles trabalham duro. E ambos são talentosos e têm sido os caras ‘top’ por tanto tempo. É incrível observar o que eles fazem e como eles utilizam seus talentos similares de forma única.”

Bruce Dickinson, Rob Halford e The Three Tremors

Por intermédio de Roy Z, no início dos anos 2000, o mundo quase conheceu um dos projetos mais ambiciosos do metal. Intitulado The Three Tremors — em referência aos Três Tenores —, o grupo consistiria na reunião de Dickinson, Halford e um terceiro elemento, que inicialmente seria Ronnie James Dio, depois Geoff Tate (Queensrÿche).

A iniciativa nunca saiu do papel, mas é possível ter uma ideia de como soaria. A faixa-título de “Tyranny of Souls” (2005), álbum solo de Bruce, foi originalmente escrita para os três vocalistas. Seu próximo trabalho, “The Mandrake Project”, também terá uma música cuja intenção original era contar com o trio.

Leia também:  Como Joni Mitchell representa o maior arrependimento de Robby Krieger

Sobre esta, o cantor do Iron Maiden comenta:

“‘Shadow of the Gods’ foi composta na mesma época da ‘Tyranny of Souls’ ou logo depois. Porque Roy e eu estávamos trabalhando na ideia de fazer um projeto chamado The Three Tremors, que seríamos eu, Rob Halford e Ronnie James Dio fazendo um álbum juntos e depois saindo em turnê. Bem, isso nunca aconteceu porque Ronnie, infelizmente, faleceu (nota da redação: não faz o mínimo sentido, já que a especulação do projeto data de uma década antes da morte de Ronnie). A ideia talvez fosse envolver Geoff Tate e isso não deu certo.”

Segundo Dickinson, seria possível até mesmo identificar as partes de cada um dos três cantores. Ele explicou, ainda sobre “Shadow of the Gods”:

“Então, quando o riff pesado acontece a dois terços da música, as pessoas dizem ‘Uau, isso parece Judas Priest vintage’. Eu respondo ‘Sim, bem, adivinhe quem deveria estar cantando aquela parte?’”

Sobre “The Mandrake Project”

Marcado para sair em 1º de março pela gravadora BMG, “The Mandrake Project” será acompanhado por uma graphic novel, cujo preview já saiu junto com o primeiro single, “Afterglow of Ragnarok”. São 12 capítulos, divididos em 3 volumes, a serem lançados ao longo deste ano. O conceito foi criado por Bruce Dickinson, com roteiro de Tony Lee e ilustrações de Staz Johnson, da Z2 Comics.

As gravações aconteceram, em sua maior parte, no estúdio Doom Room, em Los Angeles, Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Roy Z, parceiro de longa data do vocalista, que também gravou guitarras e baixo – o segundo será assumido por Tanya O’Callaghan (Whitesnake) na turnê. Mistheria registrou os teclados e Dave Moreno (Puddle of Mudd) a bateria. Os dois já haviam participado de “Tyranny of Souls”, mais recente disco solo de Bruce.

Leia também:  Bruce Dickinson inicia turnê nacional com show em Curitiba; veja setlist e vídeos

Entre as faixas, pode chamar atenção dos fãs a sexta, denominada “Eternity Has Failed”. Ela é uma versão retrabalhada de “If Eternity Should Fail”, presente em “The Book of Souls” (2015), do Iron Maiden. A demo original, ainda com o nome anterior, entrou no compacto “Afterglow of Ragnarok”.

Assim como “The Chemical Wedding” (1998), conceituado trabalho de Dickinson, “The Mandrake Project” contará com referências à obra do escritor e alquimista William Blake. Segundo o release oficial, a temática será “obscura e adulta, sobre poder, abuso e uma luta por identidade, em um cenário genial de ciência e ocultismo”.

Bruce Dickinson no Brasil

Para divulgar a obra, Bruce Dickinson realizará uma turnê, a primeira desde 2002. Além da América Latina, foram confirmados compromissos na Europa. As datas para o Brasil são as seguintes:

  • dia 24 de abril em Curitiba, na Live Curitiba;
  • dia 25 de abril no Pepsi On Stage, em Porto Alegre;
  • dia 27 de abril na Opera Hall, em Brasília;
  • dia 28 de abril na Arena Hall, em Belo Horizonte;
  • dia 30 de abril no Rio de Janeiro, no Qualistage;
  • dia 02 de maio na Quinta Linda, em Ribeirão Preto;
  • e no dia 04 de maio em São Paulo, na Vibra São Paulo.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesA grande semelhança entre Bruce Dickinson e Rob Halford, segundo Roy Z
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

1 COMENTÁRIO

  1. Faz sentido o que Bruce diz. Creio que ele e Roy Z —independente do projeto ‘The Three Tremors’ ter sido inicialmente pensado no inicio da década 2000s — nutriam esperança de contar com o Dio.

    Afinal, Dio teve participações em diferentes coisas – como no disco do Tenacious D, Girlschool, Hear ‘n Aid 85, etc.

    O que precisa levar em consideração que ‘dentro’ do contexto daquela época, há duas décadas atrás, Bruce havia retornado ao Maiden a pouco tempo, e estava com agenda cheia.

    Ele revelou planos de uma sequência do Tyranny Of Souls que seria lançada até 2014, mas não foi possivel. E este CD de 2005, que parece inclusive pela capa, uma sequência do ‘The Chemical Weeding’, sequer teve turnê, devido aos compromissos do Bruce com seus negócios no mercado da aviação, e o Maiden.

    Na época, após ver sequências matadoras de discos anuais com o Maiden na década 80s, e a correria solo de 90s, jamais qualquer fã imaginaria que Bruce demoraria tantos anos para lançar outro disco solo. São quase 20 anos até The Mandrake Project.

    O que realmente sepultou, ao menos por hora, o projeto ‘The Three Tremors’ foi o falecimento do Dio. É um dos maiores ídolos musicais do Bruce. Além disso, teve gente que lançou um projeto semelhante em 2019, com três vocalistas, e o mesmo nome.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades