Apesar de, na teoria, estarem sob o grande guarda-chuva que é o rock em suas diversas camadas e subclassificações, Yngwie Malmsteen e os Beatles estão em espaços quase opostos. Ainda assim, o guitarrista sueco homenageou o quarteto de Liverpool no álbum “Blue Lightning” (2019), ao regravar o clássico “While My Guitar Gently Weeps”.
À época, o músico afirmou que a ponte da canção era estranha e os compositores juntaram acordes que não dialogavam, pois não eram corretos teoricamente. O próprio admitiu que também não teria feito aquilo por conta de sua formação clássica. No entanto, ele adorava a música e como ela foi criada.
Em entrevista à Guitar.com, resgatada pelo Rock Celebrities, Malmsteen exaltou:
“A ponte é realmente meio estranha. Os Beatles juntaram acordes que realmente não combinam, mas que soaram muito bem. Ninguém jamais pensaria nisso, visto que eles não são teoricamente corretos. Ainda assim, ficou muito bom. Foi uma das coisas legais daquela música.”
Beatles e “While My Guitar Gently Weeps”
“While My Guitar Gently Weeps” não chegou a ser lançada como single. Porém, isso não a impediu de se tornar um grande sucesso, especialmente por mostrar a capacidade dos Beatles de ampliar seus parâmetros técnicos, em sincronia com os caminhos que o rock passava a adotar à época.
Presente em “The Beatles”, o famigerado “White Album”, de 1968, a faixa contou com a participação de Eric Clapton. O músico não foi creditado nas sessões originais por questões burocráticas.
Yngwie Malmsteen e “Blue Lightning”
Em “Blue Lightning”, conforme o material de divulgação liberado à época, Yngwie Malmsteen quis “prestar homenagem àqueles do mundo do blues que alimentaram seu espírito artístico por tanto tempo”.
Embora tenha sido mencionado que o álbum era um tributo ao blues, boa parte das músicas eram de bandas de rock – ainda que em momentos inspirados pelo estilo forjado em solo americano. O repertório contou com versões para clássicos de Jimi Hendrix, Beatles, Rolling Stones, Deep Purple e Eric Clapton.
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A saber, esta música é somente creditada a George Harrison, que formou a barra para que o Eric Clapton participasse fazendo partes que o George não podia ou não queria fazer. Houveram problemas pois não os Beatles não queriam convidados em suas gravações, mas acabaram concordando. E assim foi feita uma das mais belas canções, incluída em um disco dos Beatles. Se esse sueco quer aparecer, que faça algo, tenha sucesso e depois argumente.
Essa canção não é “dos Beatles” mas exclusivamente de George Harrison. E ele pediu ao amigo Eric Clapton que tocasse a guitarra solo porque achava que John e Paul tocariam melhor se estivessem na presença de um “estranho” e já respeitado guitarrista. George achava que a dupla não se dedicava tanto quando tocava as suas composições e pensou que o Eric conseguiria estimula-los a dar o máximo durante a gravação.