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Os melhores discos de 2023 na opinião de Gustavo Diakov

Colaborador fotográfico do site apresenta lista que percorre uma série de subgêneros do metal, com foco nos mais extremos

Mesmo que 2023 não tenha sido tão recheado de lançamentos quanto 2022, deu para listar os meus favoritos do ano. Tarefa relativamente difícil, sendo que ouvi poucos álbuns.

Como de costume, a lista abordou algumas discos fora do mainstream, mas sem deixar de mencionar ótimos trabalhos de diversos artistas.

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Abaixo você confere a lista, junto a uma playlist no Spotify.

Os melhores discos de 2023 para Gustavo Diakov

10) Crosses – “Goodnight, god bless, i love u, delete” (darkwave)

A espera foi longa. Após quase 10 anos do seu disco de estreia, Chino Moreno (Deftones) voltou a dedicar um tempo ao Crosses (†††). Com grandes influências de Depeche Mode e Nine Inch Nails, o álbum traz uma melancolia adicional. Há maior ênfase nos sintetizadores e batidas que remetem ao alternativo/indie.

https://open.spotify.com/album/3omXFuNbc0B6MlCm5Nf5Xn

9) Aara – “Tríade III: Nyx” (black metal)

Pelo segundo ano consecutivo, o Aara apareceu no meu top 10; desta vez, com a terceira parte da trilogia, “Tríade III: Nyx”. A sonoridade é parecida com a das outras duas partes: black metal ríspido e de atmosfera densa. O trabalho é baseado em “Melmoth the Wanderer”, romance gótico lançado em 1820 por Charles Maturin.

8) Asagraum – “Veil of Death, Ruptured” (black metal)

O black metal agressivo e sujo do Asagraum, banda formada só por mulheres, acompanha a segunda onda do gênero, dos anos 1990. “Veil of Death, Ruptured” entrega tudo o que se espera de um bom trabalho do gênero, com temáticas satânicas e atmosferas sombrias, além de maestria na execução.

7) Morokh – “Insomnia” (black metal)

O Morokh entrou de vez no mundo do black metal e isso ficou nítido em “Insomnia”. “The Way To Eternity” mostra maturidade e técnica da banda, que também apresenta influências de post-black metal.

6) The Ocean – “Holocene” (metal progressive)

Após maravilhosos trabalhos com temáticas que abordam a destruição do planeta em diversas épocas, o The Ocean trouxe uma abordagem mais leve em “Holocene”. As camadas de alegria surpreendem especialmente nas letras. Nessa nova etapa, The Ocean aborda a vida e o nascimento dela.

5) October Tide – “The Cancer Pledge” (death/doom metal)

Soturno, triste e agressivo: assim define-se o mais recente trabalho do Octtober Tide. Não é nada muito diferente do disco anterior, “The Cancer Pledge”, mas sem dúvidas a receita seguida pelo grupo tem dado muito certo.

4) Within Temptation – “Bleed Out” (metal alternativo)

Quem deixar um pouco de lado o saudosismo da época de “Mother Earth”, certamente, vai compreender a mudança musical pela qual o Within Temptation tem passado nos últimos anos. A pegada mais contemporânea se encaixou muito bem às letras, que aqui abordam questões sociais e políticas de forma clara e objetiva. Ainda assim, a essência do grupo liderado por Sharon den Adel está lá. Uma surpresa agradável.

3) Sleep Token – “Take Me Back to Eden” (metal progressivo / alternativo)

A medalha de bronze só poderia ficar com o Sleep Token. Impossível não destacar o trabalho do misterioso grupo, com músicas difíceis de se rotular com apenas um estilo. Há diversas referências de estilo dentro e fora do metal, com músicas mais pesadas e vocais limpos de Vessel, outro ponto forte no trabalho.

2) Dymna Lotva – “The Land Under the Black Wings: Blood” (doom/post-metal)

“The Land Under the Black Wings: Blood” é uma coleção de histórias de tristeza e injustiça da terra natal do Dymna Lotva, Bielorrússia. Lançar este álbum é um ato de desafio contra o autoritarismo contínuo e o desrespeito pelos direitos humanos no país.

O trabalho traz a angústia dos músicos, com gritos angustiantes e sussurros de dor e sofrimento. A vocalista Katsiaryna Mankevich transfere tudo para sua música. Também há coros de crianças que se unem ao grupo, contando parte de sua história.

A instrumentação não pode deixar de ser mencionada. Arranjos de violinos e violoncelo conversam com o doce som do piano e, às vezes, tons sombrios se sobressaem ao som de saxofone e acordeão.

1) Svalbard – “The Weight of the Mask” (post-hardcore)

Não é à toa que o Svalbard está no topo dessa lista. “The Weight of the Mask” é relevante especialmente por abordar um tema que, ainda bem, tem sido contemplado cada vez mais: saúde mental e depressão. Neste caso, a discussão gira em torno de como é difícil lidar com essas coisas apesar da escuridão inerente à música. O grupo britânico claramente despejou grandes quantidades de energia nesse trabalho — e conseguiu atingir um resultado bastante satisfatório.

Menções honrosas

  • Rolling Stones (rock) – “Hackney Diamonds”
  • Celeste (black/sludge metal) – “Epilogue(s)”
  • In Flames (melodic death metal) – “Foregone”
  • Ville Valo (gothic rock) – “Neon Noir”
  • Therion (symphonic metal) – “Leviathan III”

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