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Vivian Campbell revela ainda lutar contra linfoma

Guitarrista do Def Leppard e Last in Line foi diagnosticado há 10 anos e precisou mudar tratamento após inefetividade da imunoterapia

O guitarrista Vivian Campbell (Def Leppard, Last in Line) concedeu entrevista ao podcast Lymphoma Voices. Nela, falou sobre a luta contra um linfoma, que trava há uma década.

No período, após o tratamento convencional, partiu para um processo de imunoterapia, que o permitia seguir trabalhando enquanto a doença era controlada.

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Conforme transcrição do Blabbermouth, o músico explicou como o processo se adequou ao seu estilo de vida e trabalho.

“Ainda estou lidando com o linfoma. É mais ou menos como – é uma expressão americana – whac-a-mole. Você rebate algo e então ele aparece em outro lugar. Tem sido uma batalha bastante consistente para mim. Eu lido com isso bem. Tenho conseguido viver minha vida. Consegui continuar em turnê. Durante a maior parte desses 10 anos fiz imunoterapia. A partir de junho de 2015, comecei a tomar um medicamento chamado Pembrolizumab. Eu fiz isso como parte de um ensaio clínico. Discutimos algumas opções. Tinha ouvido falar disso, era um tratamento muito incipiente e eu estava realmente pressionando para fazê-lo.

Lembro que na época meus médicos queriam que eu fizesse radioterapia e talvez uma combinação de radioterapia e quimioterapia. E eu pensei: ‘bem, vamos tentar essa coisa de imunoterapia. Vamos ver se isso funciona’. Consegui entrar em uma lista de candidatos. Fico feliz em dizer que funcionou bem para mim. De junho de 2015 até essencialmente o final de 2022, consegui, apenas uma vez por mês, entrar e fazer uma infusão de Pembrolizumab e simplesmente cuidar da minha vida, o que foi muito, muito fácil para mim.”

Porém, de uns tempos para cá, a eficácia do remédio cessou. O músico explica:

“Ele meio que perdeu a eficácia há um ano, um ano e meio. Eu fazia exames a cada três ou quatro meses, apenas por uma questão de protocolo, para ver o que estava acontecendo. E meu oncologista vinha me dizendo há dois anos que o Pembrolizumab não estava sendo tão eficaz como antes e que teríamos que considerar tratamentos diferentes. Desde novembro do ano passado estamos o combinando com três drogas de quimioterapia. Infelizmente a remissão não veio. No final de julho comecei a fazer seis ciclos de uma terapia combinada de um medicamento quimioterápico chamado Brentuximabe e um medicamento imunoterápico chamado Nivolumabe. Estou na metade, já fiz o ciclo três. Faço o ciclo quatro no início da próxima semana.”

Perda de cabelo e autoestima

Com isso, Vivian Campbell voltou a perder o cabelo. O que o próprio reconhece, abalou sua autoestima, especialmente no começo.

“Há 10 anos, quando comecei a fazer quimioterapia ABVD, foi quando meu cabelo caiu pela primeira vez. E isso foi difícil, porque tive cabelo comprido durante toda a minha vida adulta. Literalmente comecei a ter cabelo comprido quando tinha 11 ou 12 anos de idade. Torna-se parte da sua identidade, especialmente como guitarrista. E para ser honesto, era reconfortante pois dava algo para me esconder quando estava no palco. Sou naturalmente uma pessoa muito tímida e me identifico como músico, não um performer, embora seja o que fazemos no Def Leppard. E meu cabelo me dava identidade durante grande parte da minha vida. Então foi difícil abandonar isso da primeira vez.”

A ideia da peruca até lhe apeteceu. Mas apenas por alguns segundos.

“Eu estava morando em Los Angeles na época e fui a um fabricante de perucas teatrais quando me disseram que meu cabelo iria cair. Era muito caro e muito realista. Poderia ter feito a transição para isso e as pessoas não teriam notado – exceto pela perda de peso, já que fiquei um pouco mais magro. Mas a coisa da peruca simplesmente não parecia certa para mim. E eu sei que é diferente para cada um. Literalmente a usei por cerca de 12 ou 13 minutos dirigindo para casa e parei. Minha esposa estava comigo. Simplesmente tirei isso da minha cabeça e nunca mais coloquei de volta desde então. E decidi apenas tornar público meu diagnóstico de câncer.”

Transparência sobre diagnóstico

A honestidade ao lidar com o diagnóstico dessa forma acabou o aproximando do público, gerando uma onda de solidariedade e esclarecimento.

“Pude falar diretamente com os fãs do Def Leppard através das redes sociais e dizer-lhes: ‘Bem, é isso que está acontecendo comigo. Recebi um diagnóstico de câncer. E meu cabelo vai cair. Então vocês vão me ver em turnê sem muito cabelo. Não fiquem chocados.’ E chegou a esse ponto. Meu cabelo caiu completamente, nem as sobrancelhas ficaram. Mas de certa forma achei todo o processo um tanto catártico, porque não tinha essa juba para me esconder. Não tinha nada a oferecer no palco a não ser meu talento como músico, guitarrista, cantor e compositor. De certa forma, foi um tanto libertador para mim. Percebi que provavelmente é mais fácil para mim do que para muitas outras pessoas, porque nessa época eu já tinha cinquenta e poucos anos. Não acho que teria lidado tão bem se tivesse contraído esse câncer quando tinha 20 anos, quando tinha uma mentalidade diferente sobre isso.

Portanto, é uma coisa muito pessoal, mas tentei ver o lado positivo. Não há vergonha em ter câncer. Não há vergonha em passar pelo tratamento e suportar fisicamente os efeitos, mesmo estando em uma posição muito pública como eu, saindo em turnê e tocando para dezenas de milhares de pessoas. Como eu disse, havia algo realmente libertador nisso. Não é minha primeira escolha, mas você segue em frente, assume e tira o melhor proveito. E para mim, como músico, havia algo que me permitiu subir no palco e focar na essência de quem eu sou como artista e como pessoa, simplesmente colocando tudo para fora.”

Sobre Vivian Campbell

Nascido em Lisburn, Irlanda do Norte, Vivian Patrick Campbell começou como guitarrista do Sweet Savage, que ganhou certo destaque na ascendente NWOBHM. O Metallica chegou a fazer um cover para a música “Killing Time”.

Em 1983 se juntou ao Dio. Gravou os 3 primeiros discos do grupo, até ser demitido em uma guerra de versões com o cantor. Hoje integra o Last In Line, que começou com todos os instrumentistas da formação original.

A seguir passou a integrar o Whitesnake, realizando a turnê do álbum “1987”. Após sua demissão, se uniu a Lou Gramm (Foreigner) no Shadow King, além de participar do Riverdogs.

Em 1992 se tornou membro do Def Leppard, substituindo o falecido Steve Clark. Segue no grupo até hoje. Lançou o álbum solo “Two Sides of If” em 2005.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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