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A colaboração entre Rick Wakeman e Keith Emerson que nunca ocorreu

Planos do projeto também incluíam a participação de Jon Lord, além de um álbum de estúdio

Rick Wakeman, Keith Emerson e Jon Lord ajudaram a reescrever a história dos teclados no rock. Até então um elemento de apoio, o instrumento passou à linha de frente graças às peripécias do trio, especialmente no Yes, ELP e Deep Purple, respectivamente. O que poucos sabem é que um projeto quase reuniu a trinca de ases.

Único ainda vivo, Wakeman recordou a iniciativa em um artigo escrito para a revista Prog. O texto celebra o lançamento do box-set “Variations”, celebrando a obra de Emerson. Ele começa exaltando as semelhanças no aspecto pessoal:

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“Keith e eu éramos muito parecidos em vários aspectos, na medida em que não queríamos ser figurantes, não queríamos ser pequenos homens. Esse não era o nosso estilo.”

Isso gerou rumores na mídia de que deveria haver algum tipo de rivalidade entre os dois tecladistas.

“Sempre achamos que era um pouco bizarro, porque tocávamos de maneira completamente diferente, usávamos instrumentação diferente e nos dávamos muito bem. Sempre que Keith voltava ao Reino Unido nos encontrávamos. Lembro de um almoço específico no início dos anos 2000, quando percebi que algumas mesas abaixo estavam conversando e interessados no que estávamos dizendo. Keith percebeu isso também.

Quando terminaram a refeição, pararam na nossa mesa e o cara disse: ‘Sinto muito incomodá-lo, mas posso apenas dizer como é maravilhoso ver que vocês se reconciliaram e são amigos agora’. Keith disse: ‘Não, não somos, só estamos almoçando porque estou o processando!’ O cara disse: ‘Oh, me desculpe’. Keith tinha um ótimo senso de humor e nós rimos muito.”

O projeto de Rick Wakeman e Keith Emerson

A amizade quase virou parceria. Rick Wakeman surpreendeu ao revelar o quanto os anseios conjuntos eram detalhados.

“Keith e eu tínhamos ótimos planos sobre como fazer um show. Basicamente, começávamos no escuro e então tocaria ‘Tarkus’ ou ‘Fanfare For The Common Man’. Mas quando as luzes se acendessem, não seria ele no palco, seria eu tocando. E então, no meio disso, haveria uma pequena troca sem o público saber, ‘King Arthur’ começaria e seria Keith quem tocava. Achamos que seria muito divertido. E depois uma nova peça que faríamos juntos – seria uma ótima maneira de começar. Ainda tenho todas as anotações em algum lugar. Tivemos algumas reuniões sobre isso.”

A proposta se estenderia para o estúdio.

“Trocamos peças musicais para trabalhar, o que nos empolgou muito com o que poderíamos fazer. Sentimos que poderíamos facilmente fazer um álbum, porque nossos estilos são tão diferentes que seria muito óbvio quem estava fazendo o quê.”

Jon Lord também envolvido

E é justamente aí que entraria o terceiro elemento.

“Jon Lord e eu tocamos juntos no Sunflower Jam, em 2011. Era para Keith ter comparecido também, mas ele cancelou. Ligou e disse: ‘Olha, não posso fazer isso. Não quero decepcionar todo mundo.’ Ele realmente estava sofrendo com dores nas mãos e braços. Ele ficou bastante deprimido com isso.”

Perda devastadora

Com a autoestima baixa intensificada por comentários negativos online, Keith Emerson tirou a própria vida em 2016 – quatro anos após um câncer levar Jon Lord. Wakeman lamenta.

“Foi bastante devastador. Perdi meus dois irmãos de sangue nos teclados. É um final trágico para a história. Mas o importante é que Keith deixou muita alegria e música para trás também, o que supera a tristeza. Haverá pessoas descobrindo seu trabalho daqui a 100 anos.”

Enquanto isso, Rick Wakeman segue na estrada. Em 2024 o músico realizará a turnê britânica “Return of the Caped Crusader”, tocando material do Yes e o álbum “Journey to the Centre of the Earth” (1974) na íntegra.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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