Entre todos os Beatles, Paul McCartney sempre teve a fama de ser o mais gentil. Essa consideração o levou a temer pela segurança de senhorinhas em seus shows.
Em um episódio recente de seu podcast A Life in Lyrics, o músico inglês discutiu um dos seus maiores hits pós-Beatles: “Live and Let Die”, lançada com os Wings. A conversa abordou o lugar da canção nos shows do músico ao longo dos anos — e a pirotecnia que vem junto.
O Beatle falou sobre o assunto com seu coapresentador, o poeta Paul Muldoon (transcrição via Ultimate Classic Rock):
“É uma música importante pra gente. Tem pirotecnia e fica quente no palco. Como a gente sabe que as explosões vão acontecer, olhamos para as pessoas na frente do palco e de repente, ‘boom’. É incrível vê-los e como olham um para os outros, o choque.”
Entretanto, um episódio no começo dessa prática o deixou apreensivo.
“Tinha a pirotecnia e depois uma explosão. Eu notei quando começamos que tinha uma senhora de uns 90 anos, bem velhinha, na primeira fileira. Eu pensei: ‘ah, m#rda, a gente vai matar ela’. Eu não tinha como parar a canção e falar: ‘cubra seus ouvidos, querida’. Eu olho pro outro lado e ‘boom’. No que eu olho de volta, ela não só está viva, mas adorando.”
Paul McCartney, Wings e “Live and Let Die”
“Live and Let Die” foi o tema de abertura de “Com 007 Viva e Deixe Morrer” (1973), o primeiro filme de Roger Moore no papel de James Bond. Paul McCartney reconheceu que desde seus tempos nos Beatles queria escrever uma dessas músicas.
“Sempre foi uma ambição minha na surdina escrever uma canção de 007 porque, de certa maneira, me vejo em parte como um compositor profissional. Se você precisa de uma música pro casamento da rainha, eu sou seu cara.”
Segundo ele, a oportunidade surgiu de maneira nada cerimoniosa.
“Nesse caso, nosso cara da gravadora, encarregado da Apple Records, conhecia alguém conectado à franquia 007. Um dia a gente estava conversando e ele falou: ‘você não teria interesse em fazer música para um filme do 007, teria?’. Eu falei: ‘é, eu provavelmente teria interesse’. Não queria parecer entusiasmado demais, sabe? ‘Sim, claro, eu faço’.”
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