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Kiko Loureiro abre o jogo sobre afastamento do Megadeth: “optei por não estar”

Guitarrista diz que não houve nenhum problema grave que levasse à retirada, como briga ou problema familiar sério: “simplesmente tomei essa decisão”

O guitarrista Kiko Loureiro falou pela primeira vez sobre seu afastamento do Megadeth em uma entrevista. O assunto foi abordado, ainda que de forma não tão direta, em participação no podcast Amplifica — apresentado por seu ex-colega de Angra, o também guitarrista Rafael Bittencourt.

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Inicialmente, Loureiro abordou o fato de estar no Brasil para, entre outras atividades, uma sequência de dois shows em São Paulo, marcados no Sesc Avenida Paulista para os próximos dias 8 e 9 de dezembro. De acordo com o músico, a viagem ao país natal estava planejada há mais tempo e as questões relacionadas a seu “afastamento prolongado” não a impediriam.

“Essa viagem para o Brasil estava marcada fazia tempo. Esse é um período nos Estados Unidos — e para o Megadeth e todas as outras bandas — onde não tem nenhuma atividade, o Thanksgiving. Inclusive, a Black Friday vem disso também. […] Não tem evento, não tem show, não tem nada nesse período. No Brasil, seria tipo Natal, a não ser que você toque em um evento relacionado a isso. Mas as bandas não estão em turnê porque o público está viajando, então por isso estou aqui nesse período. Pude aproveitar essa viagem para ver meus pais, minha família.”

Em seguida, Kiko destacou o quanto a vida de um músico em turnê é “presa”. Por mais que exista planejamento, às vezes algo muda e seus compromissos previamente agendados são comprometidos.

“Sua vida é meio presa. Você não pode marcar nada. Meu pai tem 85 anos e ele acabou indo para Helsinque, o que é um trampo, mas ele veio porque avisei a ele que no período não haveria show. E aí… marcaram show bem no período. Você não tem esse controle. Faz parte, no Angra também acontecia, mas quando se está em outro país, algumas coisas pesam mais.”

Liberdade para não estar no Megadeth

O assunto levou às circunstâncias que levaram Kiko Loureiro a não estar mais no Megadeth. O guitarrista evitou usar a palavra “saída”, mas também não reproduziu a versão de “afastamento prolongado” presente na nota recentemente divulgada por ele e pela banda: ele simplesmente disse que “optou por não estar no Megadeth”.

“Você tomou uma decisão de estar em outro país, ou estar viajando, e você vê sua família, os amigos… fica nesse ciclo sem parar de turnês. E aí você volta para casa e precisa até de alguns dias para se situar. […] Agora, devido a circunstâncias da minha vida, tomei a liberdade de optar por não estar no Megadeth. É a minha opção. Liberdade é ter escolha entre duas ou mais opções viáveis. Se você está num trabalho e você gostaria de não estar, ou você não pode estar, mas você precisa estar porque precisa pagar as contas, você não tem essa liberdade. Mas eu tenho liberdade de ter essa escolha.”

O músico apontou que havia um dilema ao tomar essa decisão justamente porque existia, também, a opção de continuar na banda. Segundo ele, não houve qualquer briga — e mesmo as questões familiares que levaram a isso não são “um problema muito sério”.

“Toda decisão é sempre um dilema. Não é um problema, tipo ‘eu briguei’. Nada disso. É tipo: tenho algumas questões de família que eu queria ficar mais em casa. Sempre as pessoas acham que tem um problema muito sério na vida acontecendo para poder abrir mão. Ninguém consegue imaginar assim: ‘o cara simplesmente tomou uma decisão’.”

“Não posso ficar mais tempo em turnê”

Por fim, Kiko Loureiro destacou que “existe uma questão que eu preciso ficar mais em casa”. Isso impede sua participação em turnês mais longas, como faz o Megadeth.

“Não posso mais ficar três meses em turnê e mais seis meses fora de casa. É uma ‘maturidade’, vamos chamar assim, ou resultado de um desenvolvimento pessoal. Minha filha de 12 anos nasceu no dia em que cheguei em casa, algumas horas depois, de eu ter chegado do Rock in Rio 2011. O Kiko de hoje pensa: um p#ta idiota. O risco de não ver minha filha nascer era enorme. Optei por ser músico e tocar com o Angra no Rock in Rio, por ser importante. Mas para o Kiko de hoje, isso nunca será mais importante. […] Meus gêmeos nasceram em 2016 e, sei lá, dez dias depois eu estava fazendo show. […] Eu, cinco anos atrás, não faria o que eu fiz agora. Tanto que não fiz. [risos]”

Com relação a seu substituto, o finlandês Teemu Mäntysaari, Loureiro contou ter escolhido e treinado o guitarrista para assumir a vaga.

“Eu que indiquei e treinei, ele foi na minha casa, gravei vídeo. Disse a ele que não faria a turnê de setembro/2023, apenas a turnê de antes na Europa, que seria importante. Cada um está em uma fase diferente da vida.”

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Igor Miranda
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Inicialmente, Loureiro abordou o fato de estar no Brasil para, entre outras atividades, uma sequência de dois shows em São Paulo, marcados no Sesc Avenida Paulista para os próximos dias 8 e 9 de dezembro. De acordo com o músico, a viagem ao país natal estava planejada há mais tempo e as questões relacionadas a seu “afastamento prolongado” não a impediriam.

“Essa viagem para o Brasil estava marcada fazia tempo. Esse é um período nos Estados Unidos — e para o Megadeth e todas as outras bandas — onde não tem nenhuma atividade, o Thanksgiving. Inclusive, a Black Friday vem disso também. […] Não tem evento, não tem show, não tem nada nesse período. No Brasil, seria tipo Natal, a não ser que você toque em um evento relacionado a isso. Mas as bandas não estão em turnê porque o público está viajando, então por isso estou aqui nesse período. Pude aproveitar essa viagem para ver meus pais, minha família.”

Em seguida, Kiko destacou o quanto a vida de um músico em turnê é “presa”. Por mais que exista planejamento, às vezes algo muda e seus compromissos previamente agendados são comprometidos.

“Sua vida é meio presa. Você não pode marcar nada. Meu pai tem 85 anos e ele acabou indo para Helsinque, o que é um trampo, mas ele veio porque avisei a ele que no período não haveria show. E aí… marcaram show bem no período. Você não tem esse controle. Faz parte, no Angra também acontecia, mas quando se está em outro país, algumas coisas pesam mais.”

Liberdade para não estar no Megadeth

O assunto levou às circunstâncias que levaram Kiko Loureiro a não estar mais no Megadeth. O guitarrista evitou usar a palavra “saída”, mas também não reproduziu a versão de “afastamento prolongado” presente na nota recentemente divulgada por ele e pela banda: ele simplesmente disse que “optou por não estar no Megadeth”.

“Você tomou uma decisão de estar em outro país, ou estar viajando, e você vê sua família, os amigos… fica nesse ciclo sem parar de turnês. E aí você volta para casa e precisa até de alguns dias para se situar. […] Agora, devido a circunstâncias da minha vida, tomei a liberdade de optar por não estar no Megadeth. É a minha opção. Liberdade é ter escolha entre duas ou mais opções viáveis. Se você está num trabalho e você gostaria de não estar, ou você não pode estar, mas você precisa estar porque precisa pagar as contas, você não tem essa liberdade. Mas eu tenho liberdade de ter essa escolha.”

O músico apontou que havia um dilema ao tomar essa decisão justamente porque existia, também, a opção de continuar na banda. Segundo ele, não houve qualquer briga — e mesmo as questões familiares que levaram a isso não são “um problema muito sério”.

“Toda decisão é sempre um dilema. Não é um problema, tipo ‘eu briguei’. Nada disso. É tipo: tenho algumas questões de família que eu queria ficar mais em casa. Sempre as pessoas acham que tem um problema muito sério na vida acontecendo para poder abrir mão. Ninguém consegue imaginar assim: ‘o cara simplesmente tomou uma decisão’.”

“Não posso ficar mais tempo em turnê”

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“Não posso mais ficar três meses em turnê e mais seis meses fora de casa. É uma ‘maturidade’, vamos chamar assim, ou resultado de um desenvolvimento pessoal. Minha filha de 12 anos nasceu no dia em que cheguei em casa, algumas horas depois, de eu ter chegado do Rock in Rio 2011. O Kiko de hoje pensa: um p#ta idiota. O risco de não ver minha filha nascer era enorme. Optei por ser músico e tocar com o Angra no Rock in Rio, por ser importante. Mas para o Kiko de hoje, isso nunca será mais importante. […] Meus gêmeos nasceram em 2016 e, sei lá, dez dias depois eu estava fazendo show. […] Eu, cinco anos atrás, não faria o que eu fiz agora. Tanto que não fiz. [risos]”

Com relação a seu substituto, o finlandês Teemu Mäntysaari, Loureiro contou ter escolhido e treinado o guitarrista para assumir a vaga.

“Eu que indiquei e treinei, ele foi na minha casa, gravei vídeo. Disse a ele que não faria a turnê de setembro/2023, apenas a turnê de antes na Europa, que seria importante. Cada um está em uma fase diferente da vida.”

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