Quando o Kiss criticou a Rolling Stone em carta por ignorar morte de Eric Carr

Falta de menção a falecimento de baterista levou grupo a se manifestar contra linha editorial da revista após décadas de alegado boicote

Na extensa lista de desafetos do Kiss, a Rolling Stone ocupa lugar de destaque. Por décadas, a influente revista de rock foi acusada de negligenciar a existência da banda, que mesmo durante seu período de maior sucesso, recebia apenas breves menções em pequenas notas. E para os músicos, o descaso do veículo passou de todos os limites no fim de 1991, com a morte de Eric Carr.

O então baterista do grupo faleceu aos 41 anos, no dia 24 de novembro, em decorrência de um raro câncer no coração. Nenhuma menção à perda foi feita nas edições da revista. 

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Em 3 de fevereiro de 1992, a banda enviou uma carta aberta para a Rolling Stone repudiando a linha editorial que, segundo eles, era desprovida de bondade humana. 

“Ficamos chocados e entristecidos com sua óbvia escolha de ignorar a morte do nosso baterista, Eric Carr, que travou uma batalha valente e incansável de um ano contra o câncer.” 

A carta cita, indiretamente, Freddie Mercury. O vocalista do Queen faleceu no mesmo dia que Carr e ganhou destaque nas edições.

“Durante os últimos 11 anos, enquanto seu editor tentava negar nossa existência, Eric tocou em mais de 800 shows para milhões de fãs ao redor do mundo e gravou bateria em álbuns que venderam mais de 8 milhões de cópias. Ele levou alegria e comoveu a vida de várias pessoas, e NÃO citar sua morte em sua edição de janeiro (essa que citou a morte de um roqueiro notável e a sua doença) representa uma triste declaração sobre sua busca equivocada sobre ‘pureza artística’.”

Paul Stanley (voz e guitarra), Gene Simmons (voz e baixo) e Bruce Kulick (guitarra) ainda disseram que a insatisfação com a Rolling Stone vai além do boicote contra a banda. 

“O fato de que colaboradores que trabalham para sua revista tiveram resenhas de nossos álbuns rejeitadas ou que outros nos contaram que qualquer artigo sobre nós não será publicado, não nos preocupa.

Prosperamos independente disso…

Omitir a morte de um músico da dimensão de ERIC CARR, independente de sua visão ou gosto, é imperdoável, considerando especialmente a cobertura feita pela CNN, MTV, Network Television e todas as publicações virtuais diárias e semanais.” 

A carta à Rolling Stone

Em 2015, vinte e quatro anos após a morte de Eric Carr, Paul Stanley postou a carta em suas redes sociais e reafirmou sua opinião à Rolling Stone. 

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Curiosamente, no ano anterior, a publicação destinou uma reportagem de capa aos 40 anos de Kiss. A edição chegou a ser lançada no Brasil com quatro capas, cada uma referenciando um dos integrantes originais: Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley (guitarra) e Peter Criss (bateria).

Eric Carr e o Kiss

Substituindo o baterista original Peter Criss, Eric Carr se juntou ao Kiss em 1980. Participou de álbuns que registraram ótimas vendas, como “Lick It Up” (1983), “Animalize” (1984) e “Crazy Nights” (1987), além de ter se envolvido em “Music from The Elder” (1981), polêmico registro em que a banda flerta com o progressivo.

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Porém, foi em “Creatures of The Night” (1982) que Carr deixou sua marca. O álbum, que fecha o período com uso das clássicas maquiagens, tem como ponto forte a bateria pesada.

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Tairine Martins
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Tairine Martins é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Administra o canal do YouTube Rock N' Roll TV desde abril de 2021. Instagram: @tairine.m

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