“We’re Not Gonna Take It” é uma das músicas mais emblemáticas do Twisted Sister. Lançada em 1984, a faixa, de acordo com o vocalista e compositor Dee Snider, fala sobre “rebelião” e “lutar contra o sistema”. Por isso, o cantor não fica incomodado de ver o clássico sendo utilizado de forma política e até apoia que os militares de Israel a usem neste momento.
Ao TMZ, o artista explicou que, desde o início, o intuito da composição era dar voz a diferentes grupos. Em suas próprias palavras, não importa quem entoe “We’re Not Gonna Take It”, desde que seja “para algo bom”. Conforme transcrição do site, ele afirmou:
“Compus essa música há 40 anos e não tinha ideia de que se tornaria essa música folclórica e atemporal. Compus para que qualquer pessoa pudesse usá-la em qualquer situação. Nunca impedi pessoas de usá-la, pois é censura. Nos anos 80, ela foi composta para ser o grito de guerra delas. A esquerda usa, a direita usa, crianças usam, isso é belo. […] Use a música para algo bom, para algo certo, não use para mentiras, pois já temos muito disso.”
Em seguida, o vocalista mencionou que aprecia quando, especificamente, militares e professores se apropriam da faixa.
“Quem eu mais gosto que use ‘We’re Not Gonna Take It’ são os militares. E professores. Sou abençoado por poder fazer meu sonho se tornar realidade. Voluntários em vários países usam e quando vejo isso, sei que estão usando do jeito certo.”
Então, entrou na questão de Israel. Quando perguntado pelo repórter do tablóide se ele aprova o uso de “We’re Not Gonna Take It” pelo FDI (Forças de Defesa de Israel), Snider respondeu positivamente. Ainda, opinou sobre o conflito entre o país e Hamas e defendeu o direito de revidar um ataque.
“As pessoas estão ignorando aspectos importantes com os ataques aos israelenses. As pessoas estão dizendo que a resposta de Israel [ao ataque do grupo Hamas] está sendo muito intensa. Bem, vocês não podem decidir sobre a resposta quando isso envolve coisas hediondas a civis. Você não pode dizer ‘ah, já chega de retaliação’. Não, não funciona assim. Quando você cruza essa linha, você está queimando pessoas, massacrando pessoas, estuprando pessoas, matando pessoas e foi isso que aconteceu naquele festival [Supernova Sukkot Gathering]. Você não pode dizer ‘ok, sua vingança pode ir até certo nível’.”
Recusa a Donald Trump
Apesar de Dee Snider afirmar que qualquer pessoa pode usar “We’re Not Gonna Take It”, o Twisted Sister, em conjunto, negou a reprodução da faixa durante eventos políticos do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. À época, o guitarrista Jay Jay French explicou ao site Forward que o empresário havia utilizado a canção sem permissão da banda.
Em determinado momento, segundo Jay Jay, Dee Snider autorizou o uso da música, por Trump ser alguém que “se opõe ao sistema”. Então, em seu modo, representava “rebelião” – a mensagem que a banda transmitia.
“O que Dee tentou fazer foi expressar sua própria opinião e andar em uma linha tênue entre apoiar e repudiar a retórica inflamada de Trump. Mas isso faz grandes manchetes, então, tornou-se ‘Twisted Sister apoia Trump’.”
O músico destacou que não ganharia nem um centavo (na verdade, o compositor, que é Dee Snider, ganharia US$ 0,003 a cada vez que a canção fosse tocada). E, politicamente, o Twisted Sister não necessariamente apoiava Donald Trump, mas Dee havia sido ajudado por Trump em uma aparição no “Celebrity Apprentice”. O magnata havia auxiliado o cantor a conseguir bastante dinheiro para sua instituição de caridade, St. Jude’s Children’s Hospital.
No fim das contas, Dee Snider pediu, de forma privada, que a música não fosse mais tocada por Donald Trump.
“Nós, uma das bandas mais barulhentas das últimas décadas, escolhemos a forma menos barulhenta, menos sexy, para evitar isto. Escolhemos apenas o modo necessário.”
Twisted Sister e “We’re Not Gonna Take It”
Maior hit do Twisted Sister, “We’re Not Gonna Take It” faz parte do álbum “Stay Hungry”, lançado em 1984. O terceiro disco de estúdio da banda foi o mais bem-sucedido de sua carreira, vendendo 3 milhões de cópias só nos Estados Unidos e chegando ao top 15 em 5 paradas internacionais.
No ano passado, em postagens nas redes sociais, Dee Snider incentivou que os ucranianos usassem “We’re Not Gonna Take It” como trilha para resistir contra a invasão russa. O cantor citou as raízes familiares ao declarar apoio.
“Meu avô era ucraniano antes de o país ser engolido pela União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. Isso não pode acontecer novamente! #F#CKRUSSIA”
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