Em várias oportunidades Pete Townshend já admitiu ter uma relação um tanto complicada com o punk. O principal motivo reside no fato de que a onda cultural desencadeada pelo movimento na segunda metade dos anos 1970 atingiu diretamente o The Who e outras atrações do que já era conhecido como classic rock à época. De certo modo, músicos que atacavam o sistema anteriormente haviam sido absorvido por ele, o representando.
Apesar disso, o guitarrista conseguia ver um paralelo entre seu grupo no auge e nomes como os Sex Pistols. Porém, foi forçado a reavaliar seus sentimentos depois de descobrir que era um dos alvos. Consequentemente, a estrela da Invasão Britânica passaria a descrever o punk como “algo semelhante a viver no inferno”.
Apesar disso, ele conseguia admirar a proposta musical dos rivais. Em entrevista de 1995 à revista Time – resgatada pelo Far Out Magazine – o artista revelou quais bandas mais apreciava daquela geração.
“Há três que considero extraordinários: Sex Pistols, The Clash e Elvis Costello. Fora esses, o punk foi realmente uma indicação de como as categorias falham.”
Para Townshend, a expectativa forjada gerou uma demanda impossível de ser correspondida.
“O que realmente estava acontecendo naquele momento era a necessidade de outro maremoto. Suponho que todo mundo queria que uma banda fizesse o mesmo que aconteceu com os Beatles.”
Sex Pistols, The Clash e Elvis Costello
Para Pete, o primeiro grupo citado é o mais significante. E não só pela música que criaram.
“Os Sex Pistols foram obviamente os mais representativos por terem sido os primeiros. Além disso, Malcolm McLaren (empresário) os estava organizando e permitindo a sua anarquia. Deu-lhes espaço para brincar, para serem anárquicos. Mas também acho que Paul Cook (baterista) e Steve Jones (guitarrista) são ótimos músicos de rock and roll. Eles dizem que não sabiam tocar, mas na verdade sabiam muito, muito bem. E John Lydon (Johnny Rotten, vocalista) é uma estrela! Você o via e sabia que ele seria famoso.”
Quanto aos outros dois destacados, o compositor ressaltou:
“O The Clash é diferente, pois era uma espécie de boy band. Até certo ponto, como o The Who era nos primeiros dias. Você sabe, uma banda de gangue, como se houvesse um companheirismo. Eles reuniam as pessoas e elas meio que os seguiam.
Quanto a Costello, suponho que ele foi o cérebro responsável por tudo, não sei. Mas isso é um resumo do que aconteceu. Foi muito, muito emocionante, desafiador, e houve muita dor para mim, devo dizer (risos). Porque eu meio que acolhi, desafiei e quis que acontecesse. Aí percebi que quem eles queriam atirar em mim.”
Pete Townshend e The Who atualmente
Aos 78 anos, Pete Townshend segue na estrada com o The Who, junto ao vocalista Roger Daltrey.
Recentemente, o grupo lançou uma edição deluxe do álbum “Who’s Next” (1971). O pacote inclui material até então inédito da ópera rock “Lifehouse”, que deveria ter sucedido “Tommy” (1969), mas acabou sendo abandonada após desencontros criativos durante o processo.
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Contraditório ou esquecimento puro! kkkkk no disco Acid Eaters, álbum de covers dos RAMONES os (PAIS do PUNK ROCK) os mesmos fizeram uma maravilhosa homenagem ao The Who com a lendária e magnífica SUBSTITUTE! Inclusive na faixa esta citada, o próprio Pete Townshend se ofereceu pra gravar os backs vocals! Que se ouve claramente na música!
Enfim… sou um grande fã de RAMONES e só vim aqui pra deixar essa informação!