Cerca de um ano após a tumultuada saída do Mötley Crüe, Mick Mars anunciou o seu primeiro álbum solo: “The Other Side of Mars”. O disco sai no dia 23 de fevereiro de 2024, pela 1313 LLC – gravadora do próprio guitarrista – em parceria com a MRI.
Michael Wagener, que já havia trabalhado com o músico no álbum de estreia de sua antiga banda, “Too Fast for Love” (1981), deixou a aposentadoria — ou fez o trabalho antes dela — e ficou a cargo da produção. O tecladista e guitarrista Paul Taylor (Winger / ex-Alice Cooper) e o baterista Ray Luzier (Korn) participaram das gravações, assim como os vocalistas Brion Gamboa (em duas canções) e Jacob Bunton e o baixista Chris Collier — creditado ainda na mixagem e masterização.
“Loyal to the Lie”, primeiro single, já está disponível nas plataformas digitais e seu videoclipe pode ser conferido abaixo. A respeito da faixa, Mars contou em comunicado:
“Eu queria fazer algo que soasse grandioso e malvado. As pessoas vão ouvir o meu timbre, o meu som. Eu sou o que sou. Ninguém mais conseguiria fazê-lo. E como todo mundo, eu tenho um número limitado de anos. Então, vou tentar tudo que der para que eu possa fazer várias coisas. Quando se trata do meu jeito de tocar, há o lado do Mötley e o lado de Mars. De qualquer forma, sempre tenho uma visão muito clara do que quero fazer.”
Em entrevista exclusiva ao site IgorMiranda.com.br, conduzida pelo colaborador Marcelo Vieira e a ser publicada posteriormente, o músico complementou:
“A letra é uma crítica a supostos líderes, como Charlie Manson e Jim Jones. A ideia de como as pessoas podem seguir cegamente um indivíduo é preocupante. Como alguém pode entregar sua vida, suas posses, sua identidade a uma única figura e, no final, enfrentar uma morte trágica por permanecer leal a uma mentira? Isso me deixa inquieto e me faz questionar o conceito de obediência cega a uma autoridade desconhecida, que não parece justa ou correta.”
Conforme nota, o álbum incluirá “hinos hard-rock”, além de faixas ligadas ao metal moderno, “invocando paisagens sonoras de toques góticos” com “instrumentais cinematográficos”. Andy Greene, jornalista da Rolling Stone, descreveu a sonoridade como “muito mais dark e agressiva do que qualquer material no catálogo do Mötley Crüe”. “Broken on the Inside”, “Alone”, “Lonely in Your Grave”, “Decay”, “Fear”, “Memories” e “Erased” são os títulos de algumas das canções — o tracklist será revelado em breve.
Vale destacar que Mars vem preparando seu álbum de estreia há anos, bem antes de deixar a banda que o consagrou. Em 2010, o guitarrista já tinha revelado que estava gravando um material solo. Ele chegou a colaborar com Andy Biersack (Black Veil Brides) e John Corabi (vocalista do Crüe na metade dos anos 1990) para o projeto, mas optou por descartar as participações, como explicou ao podcast Talking Metal em 2019 (via Roadie Crew).
Disputa judicial com o Mötley Crüe
O rompimento do Mötley Crüe com Mick Mars foi anunciado em outubro do ano passado. Inicialmente, o comunicado dava conta de que ele se afastaria das atividades devido ao progresso da espondilite anquilosante. Porém, o próprio acionou o grupo na Justiça contestando a decisão meses mais tarde.
Mars alega ter perdido direitos após deixar de ser um membro ativo de turnês. Também acusou a banda de práticas nocivas contra sua pessoa, além de denunciar que os músicos fazem uso de bases pré-gravadas em excesso durante os shows. O baixista Nikki Sixx, líder e principal compositor, foi citado como alguém que se vale de playback em 100% de suas performances.
Os remanescentes contestam e alegam que Mick está sendo orientado de forma ludibriadora por seus advogados. O caso segue tramitando na Justiça americana.
Sobre Mick Mars
Nascido em Terre Haute, Indiana, Robert Alan Deal saiu da escola após o ensino fundamental, se dedicando à carreira de guitarrista. Tocou em várias bandas de blues rock nos anos 1970, às vezes usando o pseudônimo Zorky Charlemagne. Entre os grupos que participou estava o Whitehorse, cujo vocalista se chamava Micki Marz, o que inspiraria a alcunha que o consagraria.
Outro nome que criou foi o do Mötley Crüe. Participou de todos os discos até o momento, sendo o único a ter acompanhado o baixista e líder Nikki Sixx incondicionalmente. Saiu — ou foi convidado a se retirar — ano passado.
É portador de espondilite anquilosante desde os 17 anos. Um tipo de artrite, causa inflamações crônicas nas articulações da coluna vertebral, afetando outras partes do corpo. Não há cura para a doença.
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