Belo Horizonte é uma cidade que, mais que qualquer outra vertente do rock, acolhe eventos de metal com entusiasmo. Os mineiros demonstraram sua famosa hospitalidade ao receber o Evanescence na noite de quarta-feira (25) para, mais que resgatar a adolescência, compartilhar com Amy Lee uma noite de consagração do gothic metal, da obra e persona da líder da banda.
Fãs que esperavam para assistir ao show foram recompensados após 20 anos. Afinal de contas, é a primeira vez que a banda desembarca em Belo Horizonte, mesmo após cinco passagens pelo Brasil.
O frenesi fez com que os ingressos da data anunciada fossem esgotados rapidamente, surgindo uma nova apresentação agendada para esta quinta (26). Nessa turnê pela América Latina, só Belo Horizonte terá duas noites, que acontecem no Arena Hall — com lotação máxima de 5 mil pessoas.
Ego Kill Talent
Quando o Ego Kill Talent subiu ao palco para fazer a abertura, os assentos nas arquibancadas já estavam quase todos preenchidos. Assim como aconteceu anteriormente, a banda contou com Rafael Brasil, alternando guitarra e baixo entre as músicas para cobrir a ausência de Jean Dolabella — Raphael Miranda ficou a cargo somente da bateria.
As primeiras músicas foram recebidas com um clima de timidez, mas não demorou para que a desenvoltura dos roqueiros fluísse de maneira satisfatória, especialmente em “Last Ride” e “Call Us by Her Name” – primeiro single da nova fase da banda. Também é a primeira vez que o Ego Kill Talent volta à BH desde que Emmily Barreto assumiu os vocais, substituindo Jonathan Dörr.
Evanescence
Ao observar a plateia, claramente se via mais pessoas que tinham por volta dos 30 de idade, fãs que viveram o auge do Evanescence no lançamento de “Fallen”, álbum que já completa duas décadas em 2023.
Engana-se, no entanto, quem pensa que o público só estava ali para reviver o passado. No repertório, as músicas de “The Bitter Truth”, seu quinto e mais recente registro de estúdio, também se destacam. Apesar da força inquestionável dos clássicos como “Bring Me to Life” e “My Immortal”, são exatamente as faixas atuais os momentos mais pulsantes do setlist. Quase sempre, com refrães cantados em coro pelos fãs.
Também houve espaço para um discurso de motivação. Antes de cantar “Lithium”, Amy pediu para que os presentes ali não abandonassem a esperança. Valendo-se da melancolia da canção, reforçou que as pessoas não estão sozinhas: elas têm umas às outras e a música.
Já a partir da música seguinte, a balada “Far From Heaven”, havia gente debruçada sobre as grades que separavam a arquibancada da pista premium. Encaravam a cantora com um olhar de devoção.
Esse clima de comoção coletiva, do qual Amy soube se aproveitar, tomou conta da noite que foi, de fato, terna. Se é que isso é possível entre um punhado de distorção.
Como já destacado, o Evanescence se apresenta mais vez no Arena Hall em Belo Horizonte nesta quinta-feira (26). Após isso, segue para Recife, onde encerra essa bem-sucedida passagem pelos países latinos — que rendeu até composição exclusiva em português, em versão inicial, mas com versos já cantados pelos fãs.
*Fotos de Iana Domingos. Mais imagens ao fim da página.
Evanescence – ao vivo em Belo Horizonte
- Local: Arena Hall
- Data: 23 de outubro de 2023
- Turnê: The Bitter Truth Tour
- Broken Pieces Shine
- What You Want
- Going Under
- Take Cover
- Lose Control / Part of Me / Never Go Back
- Call Me When You’re Sober
- Wasted on You
- Lithium
- Far From Heaven
- Imaginary
- Better Without You
- End of the Dream
- Haunted / My Last Breath / Cloud Nine / Everybody’s Fool / Weight of the World / Snow White Queen
- Use My Voice
- Blind Belief
- My Immortal
- Bring Me to Life
Ego Kill Talent
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