O uso de celulares para filmagem durante os shows gera controvérsia. Enquanto alguns artistas são contra a prática e acreditam que a tecnologia prejudica a experiência de ambos os lados — como é o caso de Scott Ian (Anthrax) e do Tool —, Zakk Wylde enxerga a atitude de outra forma.
Juntamente dos companheiros no tributo ao Pantera, Rex Brown (baixo) e Charlie Benante (bateria), o guitarrista explicou seu ponto de vista durante entrevista ao músico e youtuber Rick Beato. O bate-papo durou mais de uma hora e está disponível no YouTube.
Conforme transcrição do site, Wylde introduziu o assunto após Benante citar o público da América do Sul como o melhor do mundo. Na opinião do guitarrista, há diferentes maneiras de curtir uma apresentação. Para ele, querer registrar os momentos no meio de um show é justificável e “faz parte”.
“Quando estou com amigos, alguém sempre diz: ‘olha que chato, as pessoas estão ali com seus celulares filmando o show’. Aí eu digo: ‘ok, se nós fôssemos assistir ao Led Zeppelin amanhã e tivéssemos 15 anos de idade, aí Jimmy Page faria seu solo com o arco de violino, nós iríamos filmar, né?’. A resposta é: ‘sim, é verdade’. A conversa acaba. [Risos] Faríamos a mesma coisa. Não é porque não estamos nos batendo que quer dizer que não estamos curtindo o show. Quando fui ver a Allman Brothers Band, curtimos muito justamente porque nossos amigos não estavam lá se batendo. Não significa que não estamos curtindo.”
O entrevistador, então, perguntou se é estranho tocar para plateias que estão com o celular apontado em vez de focarem somente na performance. Novamente, Zakk destacou que não vê problema na ação, já que levantar o aparelho telefônico não impede necessariamente o público de prestar atenção.
“As pessoas estão assistindo ao show enquanto filmam. Isso não me incomoda, não dou a mínima. Para mim, não quer dizer que não estão se divertindo. Apenas há diferentes plateias, com diferentes coisas. Outras plateias são mais envolvidas com o show, mas há outras que também curtiram de forma diferente.”
Dando continuidade, o guitarrista famoso pela colaboração de longa data com Ozzy Osbourne trouxe outro argumento. Desta vez, mencionou a carência de imagens do passado — citando como exemplo o saudoso Randy Rhoads, falecido em 1982 e cuja vaga foi ocupada por Wylde na banda de Osbourne anos depois. Por fim, tratou a questão das filmagens como algo de importância histórica para o futuro.
“Então, aqui está o meu argumento com relação a isso, com relação às filmagens. Quando reclamam que é chato filmar, eu digo: ‘bem, eu queria que tivéssemos câmeras tão facilmente quando Randy Rhoads estava por aqui’. Não há filmagens de Saint Rhoads. Seria muito legal se as pessoas tivessem suas câmeras. Não estariam reclamando hoje de não haver filmagens.”
Sobre o Pantera
Com 20 milhões de álbuns vendidos, o Pantera encerrou a carreira no início do século atual. O guitarrista Dimebag Darrell foi assassinado em 2004, durante show do Damageplan. Seu irmão, o baterista Vinnie Paul, faleceu em 2018, por conta de um ataque cardíaco.
Atualmente, o baixista Rex Brown e o vocalista Phil Anselmo comandam um tributo oficial ao grupo, que vem realizando uma turnê mundial. O guitarrista Zakk Wylde (Black Label Society, Ozzy Osbourne) e o baterista Charlie Benante (Anthrax) acompanham a dupla.
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