“Gangues de Nova York” (2002) é um dos vários filmes de renome de Martin Scorsese. No entanto, o longa quase fez o diretor desistir de seguir com sua brilhante e renomada carreira nas telonas.
Scorsese fez a revelação em entrevista para a revista GQ. O cineasta explicou que se sentiu criativamente “estrangulado” com o longa e que teve alguns desentendimentos com o ex-produtor Harvey Weinstein — futuramente condenado a vários anos de prisão por abuso sexual — por conta da duração e o orçamento de “Gangues de Nova York”.
Por um momento, o diretor tomou a decisão de abandonar o ramo.
“Eu percebi que não conseguiria mais trabalhar se tivesse de fazer isso desta maneira novamente. Se essa fosse a única forma que me permitisse continuar gravando filmes, então eu teria parado. Por que os resultados não seriam satisfatórios. Algumas vezes, era extremamente difícil e não sobreviveria a isso. Eu estaria morto. E até decidi que tinha acabado, de verdade.”
Se não bastasse a experiência ruim, Scorsese teve de trabalhar com Weinstein novamente em “O Aviador” (2004). O cineasta revelou que neste longa, as coisas foram mais tranquilas, mas que ainda teve um desentendimento com o produtor nos momentos finais da edição.
“Eu fui contra isso (trabalhar novamente com Weinstein). Houve uma reunião e fui forçado a assumir o posto (de diretor). Já tinham me deixado ‘grávido’, como me disseram. E não havia como fugir disso. Mas as gravações foram boas e a edição estava tranquila até as semanas finais. Eles apareceram e fizeram algumas coisas que considerei extremamente maldosas.”
No caso, Scorsese mencionou um corte de meio milhão de dólares que a Miramax, produtora de Weinstein, fez no orçamento de “O Aviador”. O diretor foi forçado a tirar esse dinheiro do próprio bolso para finalizar o filme da maneira que desejava.
Martin Scorsese e Warner Bros
Foi apenas no seu trabalho seguinte, “Os Infiltrados” (2006), que Martin Scorsese decidiu que nunca mais trabalharia junto com a Warner Bros, que fez distribuição tanto deste longa quanto de “O Aviador”. O estúdio queria dar um início a uma franquia, algo que o cineasta rejeitou.
“Eu não consigo nunca mais trabalhar aqui.”
De fato, os filmes seguintes de Martin Scorsese, como “Ilha do Medo”, “O Lobo de Wall Street” e “O Irlandês” foram produzidos por outros estúdios, como Paramount e Netflix.
Já seu próximo longa, “Assassinos da Lua das Flores” (“Killers of the Flower Moon”), é uma parceria entre Apple e Paramount. Será lançado para o Apple TV+ em 20 de outubro.
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