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Por que Ginger Baker odiava os Rolling Stones

Sim, sabemos que o saudoso baterista do Cream odiava todo mundo; e nem sempre havia um motivo específico

Não é novidade para ninguém que Ginger Baker odiava basicamente todo mundo. Nem mesmo seus colegas de banda, como era o caso do Cream, escapavam dessa onda de sentimentos. Imagine, então, músicos que passavam longe de suas preferências artísticas?

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Um exemplo está nos Rolling Stones. Em antiga entrevista à revista Rolling Stone (resgatada pelo Far Out Magazine), o encrenqueiro baterista não deixou de expressar sua repulsa a Mick Jagger, Keith Richards e companhia. A exceção era o colega de instrumento, que também desenvolveu respeitada carreira no jazz, paralelamente ao rock.

“Não passaria nem dez milhas perto de um show dos Rolling Stones. Não são bons músicos nem compositores. O melhor é Charlie Watts, de longe.”

A seguir, questionado sobre suas impressões em relação a Bob Dylan e The Who, Baker simplesmente atestou o argumento com o qual abrimos o texto.

“Não sou um grande fã de ninguém.”

Beatles? Também não

Vale citar que nem os Beatles escapavam do senso destrutivo de Ginger. Durante entrevista à revista Forbes, em 2015, também resgatada pelo Far Out Magazine, o baterista criticou músicos que não sabem ler partituras. E acabou sobrando para o Fab Four.

“Até Paul McCartney precisa de alguém que lhe transcreva as partes. E ele acha isso bom. Havia um artigo em que ele dizia que, se aprendesse a ler música, talvez não soubesse compor tão bem. Costumávamos dizer sobre os Beatles em 1963: ‘Eles não distinguem uma machadinha de uma semínima’. George Martin era os Beatles. Sem ele, não teriam chegado a lugar nenhum.”

A prova definitiva de sua tese veio quando Baker participou das gravações do álbum “That’s The Way God Planned It” (1969), de Billy Preston. O trabalho teve produção de George Harrison.

“George parecia Mick Jagger, não sabia do que diabos estava falando. Sua maneira de explicar uma ideia era agitar os braços. Ele dizia: ‘Sabe, Ginger, toque assim’, e mexia os braços. Do que diabos você está falando? Escreva para que eu possa ver o que você quer dizer. Mas ele não conseguia.”

Sobre Ginger Baker

Peter Edward Baker começou a tocar aos 15 anos. Nos anos 1960, consolidou fama como primeiro grande astro do rock em seu instrumento, misturando o estilo a influências de jazz fusion, blues e world music.

Em 1966 fundou o Cream, junto do baixista Jack Bruce e do guitarrista Eric Clapton. O power trio se tornou referência histórica no formato, influenciando todas as gerações posteriores em sua curta existência.

Posteriormente, ainda tocou com Clapton no Blind Faith, além de ter gravado e excursionado com BBM, Hawkwind, Masters Of Reality, Baker Gurvitz Army, Fela Kuti e Air Force, entre outros.

Faleceu em 6 de outubro de 2019, aos 80 anos, após ter passado os últimos meses de vida internado em uma clínica, recebendo cuidados paliativos. Apesar de a causa oficial da morte nunca ter sido revelada, passou por uma série de cirurgias cardíacas em seus anos derradeiros.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Um exemplo está nos Rolling Stones. Em antiga entrevista à revista Rolling Stone (resgatada pelo Far Out Magazine), o encrenqueiro baterista não deixou de expressar sua repulsa a Mick Jagger, Keith Richards e companhia. A exceção era o colega de instrumento, que também desenvolveu respeitada carreira no jazz, paralelamente ao rock.

“Não passaria nem dez milhas perto de um show dos Rolling Stones. Não são bons músicos nem compositores. O melhor é Charlie Watts, de longe.”

A seguir, questionado sobre suas impressões em relação a Bob Dylan e The Who, Baker simplesmente atestou o argumento com o qual abrimos o texto.

“Não sou um grande fã de ninguém.”

Beatles? Também não

Vale citar que nem os Beatles escapavam do senso destrutivo de Ginger. Durante entrevista à revista Forbes, em 2015, também resgatada pelo Far Out Magazine, o baterista criticou músicos que não sabem ler partituras. E acabou sobrando para o Fab Four.

“Até Paul McCartney precisa de alguém que lhe transcreva as partes. E ele acha isso bom. Havia um artigo em que ele dizia que, se aprendesse a ler música, talvez não soubesse compor tão bem. Costumávamos dizer sobre os Beatles em 1963: ‘Eles não distinguem uma machadinha de uma semínima’. George Martin era os Beatles. Sem ele, não teriam chegado a lugar nenhum.”

A prova definitiva de sua tese veio quando Baker participou das gravações do álbum “That’s The Way God Planned It” (1969), de Billy Preston. O trabalho teve produção de George Harrison.

“George parecia Mick Jagger, não sabia do que diabos estava falando. Sua maneira de explicar uma ideia era agitar os braços. Ele dizia: ‘Sabe, Ginger, toque assim’, e mexia os braços. Do que diabos você está falando? Escreva para que eu possa ver o que você quer dizer. Mas ele não conseguia.”

Sobre Ginger Baker

Peter Edward Baker começou a tocar aos 15 anos. Nos anos 1960, consolidou fama como primeiro grande astro do rock em seu instrumento, misturando o estilo a influências de jazz fusion, blues e world music.

Em 1966 fundou o Cream, junto do baixista Jack Bruce e do guitarrista Eric Clapton. O power trio se tornou referência histórica no formato, influenciando todas as gerações posteriores em sua curta existência.

Posteriormente, ainda tocou com Clapton no Blind Faith, além de ter gravado e excursionado com BBM, Hawkwind, Masters Of Reality, Baker Gurvitz Army, Fela Kuti e Air Force, entre outros.

Faleceu em 6 de outubro de 2019, aos 80 anos, após ter passado os últimos meses de vida internado em uma clínica, recebendo cuidados paliativos. Apesar de a causa oficial da morte nunca ter sido revelada, passou por uma série de cirurgias cardíacas em seus anos derradeiros.

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