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Dokken foi forçado a fazer baladas e usar roupas espalhafatosas em capa de disco, diz Don

Vocalista ainda foi impedido de aproveitar nome da banda para supergrupo que montou em álbum solo

Quem acompanha a carreira do Dokken de maneira mais próxima sabe que a banda possui algumas diferenças em relação a seus parceiros de geração no hard rock oitentista. Além da técnica bastante particular do guitarrista George Lynch, o grupo sempre concentrou poder de fogo nas músicas mais pesadas, em vários momentos se aproximando do heavy metal.

Ainda assim, para conseguir fazer o nome decolar nas paradas, foi preciso recorrer às baladas. Em entrevista ao 80’s Glam Metalcast, transcrita pelo Bravewords, o vocalista Don Dokken ressaltou que as faixas lentas e românticas foram uma exigência mercadológica do período.

“A MTV queria baladas. Entregamos ‘Tooth & Nail’ (1984) para a gravadora sem algo do tipo. O vice-presidente disse para eu dar o fora do escritório dele e não voltar sem ter escrito uma. Tive que ir para casa e vasculhar minhas fitas. Encontrei uma que dizia ‘Alone Again’. Toquei e parecia muito boa, então entrei em estúdio com Jeff (Pilson, baixista) e a refinamos. Gravamos no último minuto e acabou virando um hino.”

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A fase também implicou em mudanças visuais que desagradaram o frontman.

“Usávamos apenas jeans e jaquetas de couro. Depois, tivemos que fazer a capa do álbum ‘Under Lock And Key’ (1985) com aquelas roupas ridículas. Gastamos US$ 10 mil nelas e só usamos uma vez no palco. Não podia me apresentar com aquilo, era horrível. Então, simplesmente as abandonamos, mas a foto da capa do disco meio que ficou grudada em nós. Parecíamos meio glamourosos com o aqua net, mas não éramos nós. Estávamos tentando ser atuais, mas foi um erro.”

Na virada da década seguinte, o Dokken se separou. Don montou um supergrupo cheio de grandes nomes do cenário hard/heavy. A ideia era seguir a história da banda com essa formação, mas os planos foram impedidos.

“A banda se separou após o último show da turnê americana Monsters Of Rock, com Van Halen, Scorpions, Metallica e Kingdom Come. O processo judicial se arrastou por cerca de um ano e meio. Não queriam que eu usasse o nome Dokken, mesmo sendo simplesmente o meu sobrenome. Eu tinha o direito. Mas me processaram e venceram. Fiquei muito chateado. O juiz tinha uns 80 anos e não entendia nada sobre o assunto. Não posso usar meu próprio nome? Ele nem era algo inventado, como Nikki Sixx ou Mick Mars.

Para piorar, eles queriam continuar como Dokken, os três com um novo vocalista. Eu lutei com unhas e dentes. Não tinha como. Iniciei o grupo cinco anos antes de conhecer aqueles caras. Fiquei chateado. Eu não era advogado. Não achei que precisava registrar o nome para me proteger. Assinei contrato com a gravadora Geffen e montei um super grupo. Peter Baltes do Accept no baixo, John Norum do Europe na guitarra, Mikkey Dee do King Diamond na bateria. Ainda conheci esse guitarrista Billy White. Eu não queria chamar o álbum ‘Up From the Ashes’ de Don Dokken, queria chamá-lo de Dokken. David Geffen também não ficou feliz. Mas o juiz decidiu que os três não podiam usar Dokken e nem eu.”

Dokken e “Heaven Comes Down”

Curiosamente, o Dokken atual conta apenas com Don da formação clássica, como ele desejava no passado. O frontman é acompanhado pelo guitarrista Jon Levin (ex-Warlock e Doro), o baixista Chris McCarvill e o baterista Bill “BJ” Zampa, ambos também integrantes do House of Lords.

“Heaven Comes Down”, 12º trabalho de inéditas do grupo, sai no próximo dia 27 de outubro, via Silver Lining Music. O cantor assinou a produção em parceria com Bill Palmer. A mixagem ficou a cargo de Kevin Shirley, mais conhecido por suas colaborações com Iron Maiden, Aerosmith, Journey, Dream Theater e Black Country Communion, entre vários outros grandes nomes do rock e do metal.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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