O Nirvana sentiu a pressão da gravadora em “In Utero”? Produtor responde

Após o estouro comercial com “Nevermind”, trio comandado por Kurt Cobain resolveu não seguir caminho mais fácil em seu sucessor

O Nirvana mudou a cara da música popular com o lançamento de “Nevermind” em 1991. O segundo álbum do grupo comandado por Kurt Cobain vendeu mais de 30 milhões de cópias, colocando o movimento conhecido como grunge (termo que os próprios detestavam) no topo do planeta.

Seria óbvio imaginar que o trabalho seguinte pudesse seguir a fórmula, surfando na onda até que ela arrefecesse de vez ali na frente. Porém, os envolvidos não tinham essa pretensão, especialmente o líder da empreitada. O resultado foi “In Utero”, cheio de experimentações e pouco apelo radiofônico – o que não impediu a veiculação de seus singles.

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Acusado abertamente por Courtney Love de ter maltratado Kurt durante as gravações, o produtor Steve Albini concedeu entrevista à Classic Rock. E negou que houvesse algum tipo de pressão para repetir o sucesso de pouco tempo antes.

“Não, posso dizer francamente que nem a banda nem eu sentimos qualquer intimidação ao fazer o álbum que desejávamos. A pressão estava toda sobre as pessoas da indústria, que tinham medo de perder seu status, influência e renda se o disco não fosse um sucesso. De nossa parte, sabíamos ter um bom material em mãos. Eu sabia que eles estavam fazendo um ótimo trabalho no estúdio. Todos sabíamos, na verdade.”

O clima só começou a mudar mesmo após a conclusão das gravações e com o produto em mãos dos engravatados.

“Depois que terminaram, aquelas pessoinhas assustadas começaram a tentar influenciá-los, tentaram muito convencê-los de que haviam cometido um erro e que o álbum não era realmente bom. Quando isso não funcionou, montaram uma espécie de campanha para difamar o disco na imprensa, para pressionar ainda mais a banda a mudar de ideia. Eu sei disso porque recebi o peso das reclamações e estava ouvindo tanto de jornalistas que me ligaram para comentar.”

Decisões corretas

Mesmo assim, Albini não muda sua convicção de que as decisões tomadas foram as mais corretas.

“Para seu crédito, o disco sobreviveu intacto e a versão que chegou às lojas é exatamente o que o Nirvana queria fazer. Acho que a perseverança deles foi louvável e única, deveriam receber todo o crédito por como esse álbum saiu.”

Nirvana e “In Utero”

Lançado em 21 de setembro de 1993, “In Utero” foi o último lançamento da banda antes de sua extinção, causada pelo suicídio de Kurt Cobain. Apesar da tentativa declarada de fugir da sonoridade que levou o grupo ao sucesso, chegou ao 1º lugar na parada norte-americana, ultrapassando 15 milhões de cópias comercializadas em todo o mundo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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