De Sabbath a Elton John, as 8 músicas que mudaram a vida de Nikki Sixx

Playlist consegue demonstrar com exatidão de onde surgiram as ideias para vários clássicos do Mötley Crüe

Nikki Sixx é um produto feito a base de hard rock, heavy metal, glam e punk. A mistura desses ingredientes deu vida a um dos principais compositores de sua geração, responsável por elevar o Mötley Crüe a um patamar próprio.

Em artigo à Metal Hammer, originalmente publicado em 2021, o baixista selecionou 8 canções que ajudaram a moldar seu caráter musical.

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As músicas que mudaram a vida de Nikki Sixx

Queen – “Ogre Battle” (“Queen II”, 1974)

“Essa foi uma música muito importante para mim. Meus amigos e eu já tínhamos descoberto o primeiro álbum do Queen e ficamos maravilhados com todas aquelas melodias incríveis e progressões de acordes que eram diferentes de tudo que já tínhamos ouvido. Quando colocamos a agulha do toca-discos em ‘Ogre Battle’ foi o momento mais alucinante para mim, por causa de como eles misturavam os riffs de rock mais legais e difíceis com as melodias mais extremas e bonitas. Brian May uma vez me disse que Freddie Mercury escreveu aquele riff de guitarra, o que eu não sabia. Ele é muito difícil de tocar! Mas quando você realmente estuda a música do Queen, obtém uma educação incrível na arte de compor.”

T. Rex – “Rip Off” (“Electric Warrior”, 1971)

“Que álbum legal! Lá estava Marc Bolan com sua guitarra e essa enorme pilha de Marshalls parecendo o rockstar mais legal do mundo. Você ficaria empolgado mesmo se deixasse cair a agulha do toca-discos em qualquer parte e então era apenas, Uau! Soava tão difícil, mas, novamente, esse era um artista que podia misturar diferentes camadas de melodia. Adorava o ritmo aqui, ouvindo agora soa quase como uma linha melódica de uma faixa de rap, pelo jeito que Marc Bolan estava cuspindo aquelas palavras. Sempre adorei artistas onde os ouvia e pensava: como eles pensaram nisso?”

Wings – “Band On The Run” (“Band On The Run”, 1973)

“Meus amigos e eu tivemos muitas conversas perguntando, Beatles ou Wings? E quando meus amigos dizem ‘Wings’, soa como sacrilégio para alguns, eu sei, mas sinto muito, ‘Band On The Run’ tem tudo. Meu tio era o presidente da Capitol e, quando eu era criança, ele me mandava caixas de vinil a cada dois meses. Lembro claramente de ter recebido esse álbum. Eu não conseguia parar de ouvir essa música. Mudou totalmente o jogo para mim, até hoje o Wings ainda é uma das minhas bandas favoritas. McCartney é um gênio, obviamente.”

Black Oak Arkansas – “Jim Dandy” (“High On The Hog”, 1973)

“Quando adolescentes, ouvíamos Elton John, Bowie e Queen. Um dia lembro que meu amigo veio com este álbum do Black Oak Arkansas e parecia um mundo totalmente novo. Eu morava em Seattle na época e gostávamos muito de rock britânico, então, isso abriu nossos olhos para as bandas americanas. Que grande banda. Não acho que Black Oak Arkansas receba o crédito que merecem, e você ouve falar deles principalmente porque David Lee Roth foi muito influenciado por Jim Dandy, que foi um dos cantores mais legais dos anos 70. Uma vez, o Mötley Crüe estava em turnê no Arkansas, e Jim estava em um show, então pedimos a ele para subir no palco e cantar ‘Jailhouse Rock’ conosco. Ficamos tão empolgados quando o anunciamos, mas ninguém na multidão sabia quem ele era. Odiei isso, pensei, ‘F*da-se, é Jim Dandy!’ Um dia isso vai acontecer comigo também, eu acho…”

Elton John – “Your Song” (“Elton John”, 1970)

“Para mim, esta é a melhor música que Elton John já escreveu. Ainda faz os pelos dos meus braços se arrepiarem. É simplesmente perfeita, com uma letra muito bonita. Elton tinha um jeito de pegar o piano e torná-lo totalmente rock’n’roll, mesmo quando tocava baladas como ‘Candle In The Wind’ ou ‘Your Song’. Ele era um pouco controverso às vezes, o que atraiu caras do rock como eu e Axl Rose, mas também se conectou com um grupo demográfico maior porque suas habilidades de composição eram inegáveis. Ele também é um dos homens mais doces que você poderia conhecer, um verdadeiro cavalheiro.”

Black Sabbath – “Snowblind” (“Vol. 4”, 1972)

“Quando éramos adolescentes e queríamos sair com os garotos mais velhos e legais, caminhávamos alguns quilômetros até uma pizzaria que vendia cerveja, fumávamos um pouco de maconha nos fundos e os ouvíamos falar sobre música e garotas. A certa altura, essa música capturou totalmente minha imaginação. Havia uma jukebox lá e eu me lembro de colocar meus 10 centavos para ouvi-la repetidamente. Chegava a um ponto em que as pessoas diziam: ‘Não toque essa música de novo!’ Isso me lembra aquela época, de ser um jovem músico faminto impaciente para deixar minha própria marca.”

David Bowie – “Cracked Actor” (“Aladdin Sane”, 1973)

“Essa sempre pareceu a música perfeita de Bowie. A maneira como Mick Ronson ataca sua guitarra, aquele ritmo estranho e sinuoso, aquelas letras incríveis… na verdade, me transportou para outro planeta. Quando eu ouvia Bowie em fones de ouvido era como um teatro para a mente. Amava tudo, desde seus primeiros dias até ‘Diamond Dogs’. Quando ele se juntou a Iggy Pop e fez aqueles álbuns de Berlim, meio que me perdeu, embora eu possa apreciá-los agora. Mas ‘Diamond Dogs’ é o melhor álbum de Bowie para mim, tudo o que você deseja de sua estrela do rock favorita está bem ali.”

Motley Crue – “Kickstart My Heart” (“Dr. Feelgood”, 1989)

“Essa música [escrita sobre uma overdose de heroína em 1987, quando Sixx ‘morreu’ por dois minutos] foi um acidente. Criei um riff meio punk rock no violão e escrevi uma letra esperta sobre ficar chapado, sabendo que nunca seria tocado no rádio, só para ver o que poderíamos fazer. Tornou-se um momento realmente mágico para o Mötley Crüe. Não estou dizendo: ‘Sim, cara, sou durão, escrevi Kickstart My Heart’, porque meio que acho que essas músicas são entregues a você se você estiver aberto a ideias e, se tiver sorte, você vai capturar o momento. Mas se eu for lembrado como um compositor, acho que essa será uma música que se destaca, e posso olhar para trás e pensar: ‘Sim, isso foi legal’.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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