Apesar de ter sua carreira eternamente atrelada à revolução cultural e geográfica causada pelo Sepultura, Max Cavalera tem muito do que se envaidecer em relação ao que criou após a saída da banda. Tanto que, ao escolher a música de que mais se orgulha da carreira, o vocalista e guitarrista foi direto ao debut do Soulfly.
Conforme declaração à revista Revolver, o “vovô” escolheu “Eye for an Eye”:
“Foi a música mais difícil de escrever naquele período, mas a mais poderosa também, porque foi uma época estranha. Eu estava realmente desiludido com o rompimento do Sepultura. Ela foi a minha resposta ao mundo, especialmente às pessoas que me descartaram, que achavam que eu estava acabado. Ainda é ótima e fechamos quase todos os shows com ela.”
Em depoimento anterior à Metal Hammer, Max também já havia exaltado a composição.
“Ao lidar com a morte de Dana e romper com o Sepultura, me sentia farto da música. Estava com o coração partido, com raiva, com muitas decepções. Gloria (esposa e empresária) tentava me levantar, me colocar no pensamento certo e me fazer compor contra isso.”
A inspiração definitiva acabou vindo de um dos maiores ídolos.
“Lembro que estávamos em um jantar na casa de Ozzy e ele me disse que quando foi expulso do Black Sabbath, ficou muito desanimado, mas cabia a ele voltar a se levantar. Por ter vindo de Ozzy, foi algo alucinante, tipo: ‘preciso fazer isso’. Foi nesse contexto que surgiu a música. Eu realmente amo o riff. É simples, pode ser tocado com uma corda apenas. E tem um refrão bem cativante, o que é difícil de fazer.”
Max Cavalera e a estreia do Soulfly
Lançado em 21 de abril de 1998, “Soulfly” lidava com a separação do Sepultura e a morte de Dana Wells, enteado de Max Cavalera. As músicas carregam alto teor religioso.
O vocalista e guitarrista se cercou de uma série de convidados, incluindo músicos do Fear Factory, Deftones, Limp Bizkit, Cypress Hill e Nação Zumbi. Além das faixas autorais, o tracklist trazia uma versão para “Umbabarauma”, de Jorge Ben Jor. A música “The Song Remains Insane” ainda mesclava “Caos” do Ratos de Porão e “Attitude”, do Sepultura.
O álbum ganhou disco de ouro nos Estados Unidos e Austrália. Ainda foi Top 20 nas paradas do Reino Unido, Nova Zelândia, França, Bélgica e Finlândia.
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