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Ditadura e TV Globo: Steve Hackett relembra 1ª turnê do Genesis pelo Brasil

Relação da banda progressiva com o país possui enormes singularidades, especialmente para uma atração do estilo

O Genesis passou pelo Brasil apenas uma vez, no ano de 1977. À época, o grupo divulgava o álbum “Wind & Wuthering”, disponibilizado no ano anterior. Foram 14 shows em 12 dias, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

O fato de terem vindo em um período onde shows internacionais eram raros criou uma relação muito especial. Mesmo se tratando de uma atração bastante inclinada ao rock progressivo (o que mudaria com o passar do tempo), a banda adquiriu popularidade que os transformou em figurinhas carimbadas nas programações das rádios.

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Em entrevista ao site IgorMiranda.com.br pouco antes da mais recente visita solo, o guitarrista Steve Hackett comentou sobre a situação incomum. E destacou já ter impressões posteriores, resultado de uma viagem turística.

“Percebi que as rádios estavam tocando muito Genesis. Provavelmente éramos maiores aí do que nos Estados Unidos. Naquela época, o Brasil só recebia um show internacional a cada dois anos. Era quase como se houvesse uma proibição ou algum tipo de toque de recolher. A ditadura militar ainda sufocava. Não sei se os generais pensavam que haveria tumultos nas ruas se mais shows internacionais fossem realizados.”

Quanto à turnê, o instrumentista destacou o apoio do maior conglomerado midiático.

“Lembro-me de tocar no Rio, fazendo dois shows por noite no Maracanãzinho. A mesma coisa em São Paulo [no Ginásio do Ibirapuera] e Porto Alegre [no Gigantinho]. Foi muito interessante porque nunca havíamos tocado no Brasil e de repente estávamos tocando para um grande número de pessoas. Ficamos maravilhados com o fato de sermos tão conhecidos. A TV Globo estava envolvida na época, então isso significava que havia um anúncio do show a cada quinze minutos da programação. Não dava para fugir do Genesis! [Risos.]”

Steve Hackett, Genesis e mais

Nascido em Londres, Stephen Richard Hackett cresceu influenciado pela música clássica, até descobrir o blues e o rock. Começou a carreira tocando em bandas locais, junto de seu irmão, John. Lançou o álbum “The Road” com o Quiet World, em 1970.

Integrou o Genesis entre 1971 e 1977, gravando seis discos de estúdio, três ao vivos e um EP. Até hoje faz turnês celebrando sua época com a banda. Enquanto ainda estava no grupo, deu início a uma carreira solo que segue até hoje.

Na metade dos anos 1980 se juntou ao guitarrista Steve Howe (Yes, Asia) no GTR. Apenas um disco foi lançado antes da dissolução.

Entre várias participações em trabalhos alheios, se destaca para o público brasileiro a aparição na faixa-título do álbum “Voo De Coração”, do cantor Ritchie – o mesmo LP que continha o hit “Menina Veneno”.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

4 COMENTÁRIOS

  1. Você só esqueceu de dizer, que a Globo naquela época lançou um disco ao vivo do Genesis pela som livre, na maior picaretagem, foi misturado no disco som de platéia com músicas de estúdio do Genesis e olhe que naquela época, o vocalista era o Phil. Em 2005, numa entrevista na CMT (para a América Latina) o Phil Collins foi direto: “tivemos um álbum “ao vivo” lançado num país da América do Sul, de onde nunca recebemos nenhum royaltie. (Naquela época, a Globo já fazia fakenews (kkkkkk). Por incrível que pareça, este álbum para colecionadores, passou à valer uma fortuna. Eu mesmo tinha um e me roubaram ele (kkkk).
    Eu tenho 66 anos e já tive programa de rádio em BH (Pop rock). Não vou dizer que sei tudo de pop-rock, mas conheço muitas histórias, pois vivi aquela época!
    Abraços

  2. Genesis In Consert: Foi numa linda e ensolarada tarde de domingo no ginásio do Ibirapuera. Eu pouco sabia do Genesis, ja sem Peter Gabriel nos vocais. Contudo, Phil Collins ja revelava-se um artista versátil. Foi um show maravilhoso, inesquecível, onde magníficos “bombardeios” de raios laser cintilavam e encantavam a toda a platéia com os acordes inebriantes dessa que é uma das maiores bandas do rock progressivo. Esse álbum lançado pela Som Livre, é parte da minha coleção.

  3. Esse lp Genesis In Concert NÃO É AO VIVO.
    Trata-se de uma coletânea contendo cinco músicas da era Peter Gabriel e apenas uma da era Phil Collins.
    Na verdade, com o Hackett ainda como membro da banda, apenas DOIS lps ao vivo foram lançados:
    Live de 1973 (simples)
    Seconds Out de 1977 (duplo).

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