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Inteligência artificial coloca voz de Edu Falaschi em música nova do Angra

“Ride Into the Storm” foi disponibilizada como primeiro single de “Cycles of Pain”, próximo álbum de estúdio da banda

O desenvolvedor Hygor Braga utilizou inteligência artificial para tornar real uma versão de “Ride Into the Storm”, novo single do Angra, com os vocais de Edu Falaschi, cantor da banda entre 2000 e 2012. A performance original é de Fabio Lione, integrante do grupo desde 2013.

Esta não é a primeira versão de uma música do Angra trabalhada por Braga. Em seu canal no YouTube, o desenvolvedor recorreu à IA para divulgar releituras das canções da banda interpretadas por vocalistas de outras eras. Um exemplo residiu no saudoso primeiro cantor, Andre Matos, “interpretando” a balada “Rebirth”, originalmente executada por Falaschi.

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No entanto, várias dessas versões foram removidas do YouTube após notificação por direitos autorais. Agora, o canal de Braga dispõe apenas de faixas lançadas pelo Angra nos álbuns “Secret Garden” (2015) e “Ømni” (2018), além de “Ride Into the Storm”. Também há releituras de canções de outras bandas, como Dream Theater, System of a Down e Iron Maiden – geralmente, com os vocais de Falaschi.

Em declaração anterior ao site, Hygor Braga contou ter feito as criações com IA por unir suas duas paixões: música e tecnologia. Definindo-se como um entusiasta do tema, ele revelou considerar “fantástica” a possibilidade de criar cenários artísticos que nunca existiram de fato. Para gerar as versões, uma inteligência artificial é treinada para emular o timbre de um cantor, com a posterior clonagem da voz original.

Ouça a versão de “Ride Into the Storm” com vocais (via inteligência artificial) de Edu Falaschi a seguir.

Reações no Angraverso

Recentemente, um fã perguntou para Felipe Andreoli, baixista do Angra, o que ele acha das versões feitas de músicas da banda com inteligência artificial. Para ilustrá-la, o indivíduo citou como exemplo um cover fictício de “Nova Era” (originalmente gravada por Edu Falaschi) na voz de Andre Matos. Em resposta nas redes sociais (via Whiplash), o músico opinou:

“Os resultados ainda são um pouco duvidosos, mas acho muito interessante a perspectiva de poder escutar músicas com outros cantores. Aquele do James Hetfield cantando ‘Pull Me Under’ ficou muito bom. Em pouco tempo essa tecnologia vai ficar praticamente impossível de distinguir do original.” 

Falaschi também tomou conhecimento das versões em sua voz. Ao site, o desenvolvedor Hygor Braga revelou ter enviado ele próprio uma das releituras ao cantor.

“Ele me respondeu dizendo ser algo interessante e deu risada. Fiquei bastante animado ao receber o feedback dele e ainda mais feliz por ter apreciado a abordagem tecnológica para criar as versões musicais. Isso demonstra que a combinação de tecnologia e música pode ser bem recebida pelos músicos e pelos fãs. É gratificante ver a música evoluindo com o avanço da tecnologia.”

Angra, “Ride Into the Storm” e “Cycles of Pain”

“Ride Into the Storm” estará em “Cycles of Pain”, décimo álbum de estúdio do Angra, com lançamento previsto para 3 de novembro pela Atomic Fire Records. Será o primeiro trabalho de inéditas a repetir uma formação desde “Aurora Consurgens” (2006). O grupo conta hoje com Fabio Lione (voz), Rafael Bittencourt (guitarra), Marcelo Barbosa (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria), a mesma configuração responsável pelo antecessor, “Ømni”.

Dennis Ward (Helloween, Magnum, Firewind) ficou a cargo da mixagem e masterização. A capa foi feita por Erick Pasqua com layout de Jonathan Canuto. Entre os convidados do trabalho, também estão a cantora americana Amanda Somerville (em “Tears of Blood”) e os brasileiros Lenine (cantando em “Vida Seca”), Vanessa Moreno (com vocais em “Tide of Changes – Part II” e “Here in the Now”), e Juliana D’Agostini (no piano também em “Tears of Blood”). Há ainda as colaborações do guitarrista Kiko Loureiro (ex-membro, atual Megadeth) e de Fernanda Lira (Crypta) no que se descreve como uma faixa bônus japonesa e versão alternativa de uma das músicas do disco.

Em nota, Rafael Bittencourt comenta:

“Esse é um registro muito especial para nós por várias razões: primeiramente, muito se passou desde nosso último lançamento, em 2018. Nos últimos cinco anos vivemos muitas dores pessoais e coletivas, desafios, frustrações, glórias e sucesso, numa montanha-russa de emoções que viraram um caldeirão gigante de assuntos e inspirações. No ano de 2019 faleceu meu pai e, poucos meses após, o Andre Matos, que foi um impacto em minha vida. Conheço as dificuldades dos meus companheiros de banda também. A pandemia deixou marcas em todos nós, lidando diariamente com a sombra da doença e da morte. Portanto, esse é um álbum denso, de vivências e dores acumuladas. Acredito que este álbum fará a diferença na vida de muita gente e estabelecerá um novo padrão dentro do nosso estilo.”

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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