5 discos para conhecer a voz poderosa de Michael Sweet

Além de trabalhos à frente do Stryper, lista inclui álbuns solo e parceria com virtuose da guitarra

Cantor, compositor e guitarrista, Michael Sweet nasceu em 4 de julho de 1963, em Whittier, Califórnia, Estados Unidos. Desde muito jovem, demonstrou interesse pela música, começando a tocar guitarra e cantar ainda na adolescência.

Sua carreira musical começou a ganhar contornos no início dos anos 1980, quando fundou a banda Roxx Regime, posteriormente renomeada Stryper, com o irmão e baterista, Robert Sweet. Em meados da década, o grupo se tornou a principal liderança do metal cristão, lançando álbuns aclamados cujas marcas registradas eram a voz distintiva e poderosa de Michael e suas letras com mensagens de fé e de esperança.

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A separação do Stryper em 1993 permitiu a Sweet investir em sua carreira solo, e mesmo após a banda retomar as atividades em 2003, o vocalista seguiu lançando trabalhos individuais e se mostrando aberto a parcerias, como a firmada com o guitarrista George Lynch (ex-Dokken, Lynch Mob), em 2015.

Mesmo passado tanto tempo do dito ápice de sua carreira, Sweet continua a ser uma figura influente do chamado white metal — não obstante abomine o rótulo, conforme afirmou em entrevista a este jornalista. Mantém sua paixão pela música, transmitindo suas crenças pessoais através de suas composições e se fazendo presente como uma espécie de “tudólogo” nas redes sociais.

Veja por quais discos começar a degustar sua obra.

5 discos para conhecer Michael Sweet

Stryper – “To Hell with the Devil” (1986)

“Mal sabia eu que, enquanto estávamos gravando este álbum, essas cinco palavras se tornariam sinônimo de mim e de minha banda para o resto da minha vida”, escreve Michael Sweet na autobiografia “Honestly” (EV7 Press, 2017).

“To Hell with the Devil” representou um marco não só na carreira do vocalista, mas no metal cristão como um todo. Em seu terceiro álbum de estúdio, o Stryper desafiou as convenções e atraiu para o grupo uma base de fãs diversificada; dos ratos de igreja aos headbangers que estavam pouco se lixando para o conteúdo lírico de pedradas como “Free”, “More Than a Man” e “The Way”.

Mas o êxito comercial do disco foi impulsionado, principalmente, pela balada “Honestly”, sucesso nas rádios americanas e na programação da MTV que estabeleceu o Stryper como uma das principais bandas daquele momento. “Nunca escrevi baladas com o intuito de vender discos”, conta ele. “Sempre escrevi porque gosto de baladas, amo harmonias vocais que grudam, aquela vibe ‘isqueiros para o alto’ de Journey e Styx. ‘Honestly’ reflete o quanto sou apaixonado por suas canções”.

A coroação definitiva do bom momento viria com um disco de platina duplo e com a indicação ao Grammy, injustamente perdido para o cantor gospel Mylon LeFevre.

Michael Sweet – “Real” (1995)

Mesmo após a morte de Kurt Cobain, do Nirvana, em abril de 1994, o grunge seguiu projetando sua sombra em cima dos artistas oriundos do hard e metal oitentista. Os que não sucumbiram às mudanças na indústria fonográfica tentaram desesperadamente uma reinvenção. Com Michael Sweet, então em voo solo posterior ao fim do Stryper, não foi diferente.

Talvez o maior testemunho da versatilidade musical e da capacidade dele de se reinventar artisticamente, “Real”, seu segundo álbum solo, mostra uma mudança significativa em relação ao trabalho com o Stryper. Aqui, o som é predominantemente acústico, mais despojado e voltado para o rock contemporâneo.

Ainda assim, o disco apresenta faixas que abordam desde temas profundos, introspectivos e experiências pessoais — “The River” e “Color Blind” são duas capturas da vulnerabilidade emocional de Sweet — a refrães memoráveis como o de “Second Chance” e a regravação acústica de “Always There for You” (Stryper), vitrines para a voz potente de Michael e sua capacidade de transmitir emoções por meio da música.

Lançado pelo selo Benson pouco antes deste ser incorporado ao Provident Music Group — o que deixou Sweet sem gravadora —, “Real” não teve boa expressão em vendas — tanto que sua turnê durou apenas três semanas. Porém, as rádios de música cristã abraçaram sua faixa-título, cuja letra traz Jesus Cristo em primeira pessoa listando seus milagres — andar sobre a água etc. — e convidando o ouvinte a aceitá-lo como seu Senhor e Salvador.  

Michael Sweet – “I’m Not Your Suicide” (2014)

Com o Stryper de volta e a todo vapor, Michael Sweet lançou, em “I’m Not Your Suicide”, um punhado de canções que, definitivamente, não se encaixaria no repertório de sua banda principal. Apesar das boas e velhas progressões de acordes descendentes, dos solos dobrados e de vocalizações que remetem à música sacra, a vibe geral não poderia ser mais o oposto. As letras, porém, bradam a fé cristã como meio de combate aos medos contemporâneos (depressão e afins).

Para fugir das raias do metal, além de forçar a barra no fator emotividade e no pedal steel, Sweet contou com uma turma para lá de gabaritada, como o baterista multiuso Kenny Aronoff e os vocalistas crias do hard rock Chris Jericho (Fozzy) e Tony Harnell (TNT). Com a filha de Dave Mustaine (Megadeth), Electra, Michael realiza em “Heart of Gold” um dueto que não deveria ter existido, mas acompanhado por um Doug Aldrich destruindo tudo nas seis cordas, entrega uma performance monstruosa em “Anybody Else”.

Vale citar que o lançamento de “I’m Not Your Suicide” coincidiu com a publicação da edição original da autobiografia “Honestly”, e a faixa “How to Live”, escrita por Michael para a esposa, Lisa, foi disponibilizada como um presente para aqueles que adquiriram a versão impressa do livro.

Sweet & Lynch – “Only to Rise” (2015)

Quando de seu anúncio, a expectativa criada em torno do projeto conjunto entre a voz do Stryper e a guitarra de Dokken e Lynch Mob foi imensa. Mas à primeira ouvida, “Only to Rise” deixa claro qual dos dois que manda.

Comparações com outro supergrupo do novo milênio não são de todo descabidas. Da mesma forma que Joe Satriani é relegado ao posto de integrante gourmet no Chickenfoot, não há luz de centro de palco para George Lynch. Ou seja, o Sweet & Lynch, pelo menos nesta estreia, é mais Sweet do que Lynch.

Apesar da desproporcionalidade, a parceria funciona; tanto que rendeu outros dois álbuns. No frigir dos ovos, porém, músicas como “Dying Rose”, “Time Will Tell” e a balada “Love Stays” — chupada de “Love Bites”, do Def Leppard — passa longe dos clássicos que Dokken e Lynch Mob registraram um dia e mais ainda das pedradas em nome de Deus que o Stryper lançaria posteriormente.

Stryper – “God Damn Evil” (2018)

A cada novo disco que lança, Michael Sweet diz: “este é o melhor trabalho que já fiz”. Apesar de os fãs rebaterem ou acharem graça, é fato que a obra recente, pelo menos do Stryper, está à altura da definição. Em especial “God Damn Evil”, estreia do baixista Perry Richardson (ex-Firehouse) e que levou a coisa toda a níveis tão estratosféricos que os sucessores “Even the Devil Believes” (2020) e “The Final Battle” (2022), por melhores que sejam, passaram longe de igualar.

A despeito da controvérsia gerada pelo título provocativo — desfeita tão logo Michael enfatizou sua mensagem subjacente de luta contra o mal e a injustiça —, o disco mantém a essência do Stryper, trazendo seu som clássico para os tempos modernos. A intensa “Take It to the Cross” sinaliza uma banda explorando novos elementos sem abrir mão de sua identidade. Já “Sorry” é o mais puro fan service: letra inspiradora, refrão cativante e performance vocal acima de qualquer suspeita.

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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