Álbum de estreia do Guns N’ Roses, “Appetite for Destruction” (1987) é um dos discos mais bem-sucedidos do rock. O trabalho, que levou um ano para estourar após o lançamento, inclui os populares singles “Sweet Child O’Mine”, “Welcome to the Jungle” e “Paradise City” e vendeu mais de 30 milhões de cópias mundialmente.
Apesar do cenário positivo ao redor do projeto, a banda passou por dificuldades quanto à gravação. Depois de terem assinado com a gravadora Geffen em 1986, como relembrou o guitarrista Slash à Metal Hammer, as coisas pareceram desandar, já que nenhum produtor queria entrar em estúdio com o grupo.
“De 1986 até 1987 pareceu uma eternidade. Ninguém queria trabalhar com a gente, nós tínhamos uma péssima reputação, surtamos com todos que nos conheceram.”
De fato, muitos profissionais tentaram, sem sucesso, colaborar com os integrantes. Primeiramente, Spencer Proffer gravou demos de “Nightrain” e “Sweet Child O’Mine” junto ao Guns N’ Roses para “testar” um possível entrosamento entre eles. Não deu certo, pois a mixagem final das faixas desagradou.
Também entrou em cena Manny Charlton, saudoso guitarrista do Nazareth. A sessão com o músico no comando rendeu 25 canções, incluindo a base do que seria o “Appetite for Destruction”. Mesmo com o bom resultado, a parceria não foi adiante, sobretudo pelo conflito de agendas, conforme declaração para a Classic Rock:
“Eu disse a Tom Zutaut (executivo da Geffen Records) que eu adoraria produzir o disco do Guns N’ Roses se pudéssemos alinhar nossas agendas. Mais tarde, fiquei sabendo que eles tinham testado outras 9 pessoas para a vaga.”
Paul Stanley, vocalista e guitarrista do Kiss, teve o nome cogitado. Segundo o artista na autobiografia “Uma vida sem máscaras”, ele propôs “afinar a guitarra no estilo de Keith Richards” e não ousou mexer na sonoridade da banda, como teria alegado Slash. De qualquer forma, mais uma vez a ideia não foi para frente.
Robert John “Mutt” Lange ainda era uma opção. No entanto, por ter colaborado com bandas como AC/DC e Def Leppard, não havia orçamento suficiente para contratá-lo. Assim, depois de tantas tentativas frustradas, Mike Clink, até então conhecido pelo trabalho com o Triumph, foi o escolhido.
Diante de todo contexto, Slash não tinha grandes pretensões com o projeto. À Metal Hammer, explicou:
“Eu não tinha expectativas, nunca pensei em quantas cópias venderíamos. Acho que estávamos muito confiantes de que éramos a banda de rock’n’roll mais f#da. Tínhamos isso em mente, mas eu não tinha nenhuma expectativa estabelecida. Acho que eu teria ficado satisfeito se tivesse sido uma banda cult descolada que algumas pessoas gostavam.”
Guns N’ Roses e “Appetite for Destruction”
Lançado em 21 de julho de 1987, “Appetite for Destruction” é o álbum de estreia do Guns N’ Roses. Mais de um mês após seu lançamento, apenas 200 mil cópias do disco haviam sido vendidas. Um número baixo levando-se em conta a época e o investimento feito pela gravadora, Geffen, no grupo então formado por Axl Rose (voz), Slash (guitarra solo), Izzy Stradlin (guitarra rítmica), Duff McKagan (baixo) e Steven Adler (bateria).
Em agosto de 1988, o terceiro single, “Sweet Child O’Mine”, ganhou rotatividade nas rádios e na MTV. Assim, o disco virou um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, com estimativa de 30 milhões de cópias despachadas. Nos Estados Unidos, com suas 18 milhões de unidades comercializadas, ostentou o recorde de disco de estreia mais vendido no país até 2018 – quando “Cracked Rear View”, do Hootie & the Blowfish, o superou em três milhões.
“It’s So Easy”, “Welcome to the Jungle”, “Paradise City” e “Nightrain” também saíram como singles do trabalho, que foi relançado em 2018 numa edição luxuosa em box set, além de formatos mais econômicos.
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