A Justiça italiana abriu uma investigação contra Brian Molko, vocalista e guitarrista do Placebo, após o músico chamar a primeira-ministra do país, Giorgia Meloni, de racista e fascista. O caso se deu durante uma apresentação da banda no Sonic Park Festival, em Stupingi, nos arredores de Turim.
Em vídeos capturados pelo público (via La Repubblica, transcrição do The Guardian), Molko é visto gritando em italiano:
“Giorgia Meloni, pedaço de m#rda, fascista, racista.”
O código penal italiano atribui multas entre 1 mil e 5 mil euros (cerca de R$ 5,3 mil a R$ 26,9 mil, na cotação atual) a qualquer um que “publicamente difame a república”. O entendimento legal inclui o governo, parlamento, cortes e o exército.
O escritor Roberto Saviano, mundialmente famoso por seu livro “Gomorra” — que mostra os bastidores da máfia napolitana —, enfrenta um processo movido por Meloni em pessoa após ter chamado a premier de “bastarda” (“desgraçada”) enquanto criticava a posição anti-imigração do governo.
Giorgia Meloni, Brian Molkoe Placebo
Giorgia Meloni lidera o governo mais inclinado à extrema direita eleito na Itália desde a Segunda Guerra Mundial, quando eram comandados pelo fascista Benito Mussolini. Uma das medidas mais criticadas de sua administração até agora foi a proibição de aglomerações ilegais, algo visto pela Anistia Internacional como um decreto feito para coibir protestos pacíficos.
De acordo com a Variety, a consequência mais imediata da crítica de Brian Molko a Meloni é que provavelmente haverá um movimento político contra um show do Placebo dia 1º de agosto na cidade de Sassari, na Sardenha.
Membro de direita do conselho municipal da cidade, Mariolino Andria, lançou um apelo ao prefeito, Nanni Campus, do mesmo espectro ideológico, perguntando:
“Que ações a administração pretende tomar para evitar uma repetição desagradável do que ocorreu em Stupingi e como pretente censurar [a possibilidade] de tal evento?”
Atente à palavra usada acima.
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