Tom Morello é subestimado como guitarrista, diz Nuno Bettencourt

Músicos do Rage Against the Machine e Extreme trocaram elogios em resposta a pergunta feita por este jornalista durante coletiva de imprensa no festival Best of Blues

Apenas três anos de distância separam os álbuns de estreia do Extreme (1989) e do Rage Against the Machine (1992), ambos homônimos. Não fosse a abrupta mudança de cenário musical ocorrida em 1991, isso faria com que Tom Morello e Nuno Bettencourt parecessem contemporâneos. Porém, havia um “Nevermind” (1991, Nirvana) no meio do caminho para colocar os músicos e suas bandas em planetas distintos.

Mesmo com as diferenças de estilo, os músicos admiravam e ainda admiram os trabalhos uns dos outros. Morello e Bettencourt, especificamente, falaram sobre o assunto após este jornalista ter perguntado a eles, durante entrevista coletiva no festival Best of Blues and Rock, na última semana, o que um pensa do outro enquanto guitarristas.

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Inicialmente, o integrante do Rage Against the Machine – que faria show solo na ocasião – disse que acompanha o Extreme desde os primeiros passos da banda. Também destacou quais os grandes predicados do colega de instrumento e revelou estar honrado por dividir o palco com o grupo pela primeira vez em sua carreira.

“Sou muito fã da forma de Nuno tocar. Especificamente, quando tinha entre 16 e 17 anos, eu os seguia como fã, assistia aos shows. Ele é uma grande influência. Combinar música funky com música pesada, bem como sua musicalidade com toda a banda são coisas que essa banda fez e acho que tem a ver com a forma de Nuno tocar. Ironicamente, esta é a primeira vez que vou tocar ao vivo com o Extreme em um mesmo evento. Estou muito empolgado por isso.”

Em seguida, Bettencourt não deixou de elogiar Morello. O guitarrista do Extreme disse que ele e seus colegas de banda gostaram tanto de Rage Against the Machine nos tempos iniciais que “até odiavam” os responsáveis, por serem tão bons.

“Não sabia que Tom estava em nossa plateia quando tinha essa idade. Engraçado, porque quando ouvimos Rage Against the Machine pela primeira vez, amamos tanto que até odiávamos. Sentimos isso porque achávamos que Jimmy Page – e eu disse isso a Jimmy Page – havia criado todos os grandes riffs do rock e jogado para o resto de nós apenas as sobras, os ossos. Isso foi até eu ouvir Rage Against the Machine. Cada riff era monstruoso. E o fato de eles terem um rapper nos vocais levou a um outro patamar de gênero e mudou as regras do jogo.”

Tom Morello é subestimado, diz Nuno Bettencourt

Ainda em sua declaração, Nuno Bettencourt afirmou que Tom Morello é subestimado enquanto guitarrista. Para o integrante do Extreme, o forte uso de efeitos no som do colega pode fazer com que muitos não percebam sua técnica no instrumento.

“Tom realmente sabe tocar. Ele é um tanto subestimado – e isso me irrita um pouco, porque ele tende a recuar e eu queria que ele fizesse isso mais. No começo, ele fazia mais. Ele tem um dos estilos mais icônicos, inventivos e inovadores ao combinar com eletrônica, fazendo sons como um DJ, mas então, de repente, ele começa realmente a tocar sem efeitos e é tipo ‘vá se f#der’, porque ele é um guitarrista perigoso.”

Ao ouvir os elogios de Nuno por suas habilidades, Tom brincou:

“É porque eu treinava todos os solos de Nuno!”

A resposta dos músicos pode ser conferida em vídeo (em inglês, sem legendas) a seguir.

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https://www.instagram.com/p/CtAF3sPgZ92/

Dividindo palco com o Extreme

Durante o Best of Blues and Rock, festival que aconteceu no último fim de semana no Parque Ibirapuera, Tom Morello dividiu o palco de verdade com integrantes do Extreme. O guitarrista do Rage Against the Machine convidou Nuno Bettencourt e o vocalista Gary Cherone para uma performance de “Cochise”, hit do Audioslave. Depois, Nuno e Gary retornaram com Pat Badger (baixo) e Kevin Figueiredo (bateria) para fazer backing vocals em “Power to the People”, clássico de John Lennon.

Já na apresentação do Extreme, o guitarrista brasileiro Mateus Asato subiu ao palco para participar da música “Get the Funk Out”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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