Praticamente contemporâneos, Extreme e Rage Against the Machine não cruzaram seus caminhos tantas vezes ao longo da carreira. O guitarrista do Rage, Tom Morello, só dividiu o palco pela primeira vez com a banda de hard rock durante o último fim de semana, no festival Best of Blues and Rock, em São Paulo.
Isso não quer dizer que Morello, que só estourou em 1992 com o álbum de estreia do RATM, não conhecia o trabalho do Extreme. Ele não só era fã como também queria “roubar” o vocalista Gary Cherone.
O assunto foi abordado durante coletiva de imprensa no festival brasileiro, após um jornalista citar que Tom contou essa história para ele em uma entrevista anterior. Ao ter seu ponto de vista solicitado, o guitarrista Nuno Bettencourt, parceiro de Gary no Extreme, declarou:
“Só há a versão de Tom para esta história! Eu era um grande fã de Rage Against the Machine. Eu cheguei a fazer alguns telefonemas para conseguir ingressos para um show do Rage Against the Machine em Massachusetts. […] Nos conhecemos e viramos amigos por anos, até que eu estava no Rainbow (bar) com ele e outras pessoas e ele disse que tinha uma confissão a fazer. Disse que quando começou a banda, ele tentou achar o empresário do Extreme em Boston pois estava tentando roubar Gary. Que amigão! [Risos]”
Em seguida, Morello contou a história e revelou que admirava o Extreme ainda quando a banda dava seus primeiros passos, antes de gravar seu álbum de estreia, em 1989.
“Eu era um grande fã do Extreme quando eles tocavam em casas noturnas. Então, quando me mudei para Hollywood, eu tentava montar uma banda e não conseguia pensar em um frontman melhor.”
Bettencourt, bem-humorado, interrompeu brevemente o amigo para dizer:
“Que c#zão! Que c#zão!”
A inocência de Tom Morello
Ao continuar sua explicação, Tom Morello reconheceu o quão inocente era na época. O guitarrista realmente achava que poderia tirar Gary Cherone de uma banda que já tinha contrato com gravadora para formar um projeto que ainda nem existia.
“Eu cheguei a conversar com o empresário deles. Imagine o quão inocente foi de minha parte: os caras já estavam contratados por uma gravadora, fazendo um álbum, quando eu chego tipo: ‘ei, eu sou um ninguém do qual você nunca ouviu falar, mas eu quero roubar o cantor de sua banda e colocá-lo na minha banda que ainda nem existe’. Mas hoje, pela primeira vez iremos tocar juntos.”
Novamente recorrendo ao bom humor, Nuno Bettencourt concluiu:
“Talvez eles até montem uma banda juntos. Vamos ver! Quando contei essa história para Gary, ele ainda falou: ‘cara, eu queria ter ficado sabendo, pois eu teria ido com Tom’.”
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