Com as novas realidades tecnológicas e o avanço de idade dos músicos, parece que nunca mais faremos uma entrevista com algum músico sem questioná-lo sobre o assunto playback. É o caso de Ben Christo, guitarrista do The Sisters of Mercy durante bate-papo com o site IgorMiranda.com.br.
A banda possui uma característica bastante específica, mais especialmente em se tratando de rock: o fato de usar uma bateria eletrônica desde seus primórdios. Doktor Avalanche, o nome dado à caixa – que já foi uma Boss DR55 “Doktor Rhythm” – assumiu o posto logo após o primeiro single, “Damage Done”, ser lançado.
Em 1991, a situação se expandiu para o baixo. Depois da saída de Tony James (Generation X, Sigue Sigue Sputnik), o grupo também passou a ter as linhas do instrumento sintetizadas e tocadas de forma sequencial.
De resto, tudo é feito ao vivo. E Ben garante que qualquer suspeita contrária é encarada pelo lado positivo.
“Que elogio alguém pensar que o que estão ouvindo é tão bom que só podemos fingir cantar e tocar. Uau, um baita elogio! Sempre achei isso hilário, porque é bem mais difícil fingir do que tocar. É igualar nota por nota do que está gravado nos álbuns com a nossa performance visual. Se você é um performer o que mais gosta de fazer é tocar, se expressar através da música e toda espontaneidade advinda de estar ao vivo.”
Porém, o instrumentista ressalta outro fator: o de que boa parte da audiência encara a experiência do show como um espetáculo primordialmente visual, não dando atenção para o fator.
“O público parece não se importar. Se soa como o álbum e a banda está detonando no palco, eles vão curtir. A menos que: ‘Espere um pouco, de onde vem esse som de teclado? Não há tecladista no palco!’. Nem vejo problema nisso, muitas bandas fazem porque não podem arcar com o custo de mais um músico na estrada. Não é só uma questão de dinheiro, tem a política de ter mais uma pessoa na equação sem ser um membro efetivo. Então acho que é ok ter algumas gravações para reforçar a performance. O importante é cantar e tocar ao vivo, mesmo adicionando elementos como reforço. É como se fossem efeitos especiais para a sua performance.”
O fator agenda também acaba contribuindo, na opinião de Ben.
“Existe a questão de fazer muitos shows em sequência. Outros, como os cantores pop, também dançam e isso acaba sendo bem difícil de ser feito ao mesmo tempo. Estou apenas enumerando algumas razões pelas quais alguns artistas chegam ao ponto de preservarem sua voz sem precisarem cancelar shows e perderem muito dinheiro. Já ouvi muitas histórias assim ao longo dos anos.”
The Sisters of Mercy em São Paulo
O The Sisters of Mercy se apresentou em São Paulo, no Tokio Marine Hall, dia 18 de junho. A cobertura exclusiva do evento pode ser conferida clicando aqui.
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Concordo com ele. Nao sendo um artificio q seja principal na banda acho q nao existe problema nisso.