Apesar de já estabelecido como atração grande na Europa, o Whitesnake demorou para conquistar o mercado norte-americano. O grande salto viria apenas na metade dos anos 1980, com David Coverdale adaptando toda a estética sonora e visual ao que os Estados Unidos pediam enquanto indústria. Porém, uma chance anterior chegou a acenar à banda.
Em dezembro de 1980, o grupo excursionava com o AC/DC pelo velho continente. Os australianos haviam lançado “Back in Black”, primeiro disco a contar com Brian Johnson nos vocais e um dos mais vendidos da história. A ideia era repetir a dobradinha do outro lado do Oceano Atlântico.
Os planos acabaram adiados quando Coverdale quebrou a perna direita enquanto o grupo estava em Saarbrücken, à época Alemanha Ocidental. Em entrevista à revista Classic Rock em 2020 (resgatada pelo Rock Celebrities), o guitarrista Bernie Marsden recordou o impacto negativo da situação.
“Meu maior lamento é que a banda original não tenha estourado na América. Éramos grandes em todos os outros lugares. Se David não tivesse quebrado a perna em Saarbrücken na turnê com o AC/DC – pouco antes de irmos para os Estados Unidos com eles também – acredito plenamente que tudo teria dado certo.”
Whitesnake quase encerrado
A situação quase ocasionou o fim do Whitesnake. O outro guitarrista daquela formação, Micky Moody, relembrou o momento durante entrevista à Hard Roxx Magazine, em 1997.
“Todos estavam ficando cansados. Tínhamos noitadas demais e muita festa. Não estávamos ganhando nem perto do dinheiro que precisávamos. O Whitesnake sempre parecia estar endividado, eu pensava: ‘O que é isso? Estamos tocando em alguns dos maiores lugares e ainda nos dizem que estamos endividados. Para onde está indo toda a grana?’ Não fazia sentido ouvir que tínhamos uma dívida de 200 mil libras ao mesmo tempo que conquistávamos seis discos de ouro. Não poderíamos continuar daquele jeito.”
David Coverdale tenta novamente
Após ter promovido mudanças em todos os instrumentos, David Coverdale conseguiu fazer o Whitesnake alcançar o sucesso almejado a partir do álbum “Slide it In” (1984). O impacto foi tão grande que, salvo em raros momentos, a fase inicial é totalmente descartada nos repertórios dos shows nas últimas décadas.
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