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O que Phil Collen lembra do show vazio do Def Leppard no Rio de Janeiro, em 1997

Primeira vinda da banda ao Brasil contou com apresentação em terras cariocas para pouquíssimas pessoas

O recente show realizado em São Paulo com o Mötley Crüe, pela The World Tour, poderia ter representado a quarta visita do Def Leppard ao Brasil. Porém, a banda britânica cancelou sua participação no primeiro Rock in Rio, em 1985, sendo substituída pelo Whitesnake.

Já explicamos aqui no site, mas reforçamos: o motivo não teve nada a ver com o acidente sofrido por Rick Allen no Réveillon de 1984, menos de duas semanas antes do início do evento. Em novembro daquele ano, já se sabia que a viagem não aconteceria, pois as gravações do álbum “Hysteria” estavam bem atrasadas – e foram ainda mais postergadas, aí sim, pela colisão que fez Allen perder um de seus braços, sem abdicar de tocar bateria.

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Quando o grupo enfim resolveu vir, durante a turnê do álbum “Slang” em 1997, fizeram shows vazios em São Paulo e especialmente no Rio de Janeiro, onde estima-se que 250 fãs compareceram para vê-los em um local com capacidade máxima para 8 mil pessoas. Mais duas décadas foram necessárias para que eles retornassem, em 2017, agora em circunstâncias mais favoráveis: uma apresentação no Rock in Rio e datas separadas em São Paulo (com o Aerosmith) e Porto Alegre (com o The Who).

Como explicar esses altos e baixos de uma banda tão popular em um país específico? O guitarrista Phil Collen, em entrevista ao site IgorMiranda.com.br (também disponível em vídeo), apresentou o que acredita ser a razão para isso:

“Sabe, eu só queria que tivéssemos vindo para cá muito antes. O mesmo aconteceu em algumas partes da Europa. No passado, estávamos muito concentrados em fazer discos. E gravamos alguns ótimos, mas perdemos parte desse ímpeto e apelo de turnês. É o único arrependimento que temos: se tivéssemos essa mentalidade que temos agora, teríamos vindo muito mais vezes. Trabalhamos mais hoje do que nunca. E é um pouco mais fácil porque somos músicos melhores e há muitos benefícios em se esforçar mais. É a grande diferença com muitas outras bandas. Penso que o seu melhor não é bom o suficiente – e isso é apenas o ponto de partida; você tem que estar acima disso. Muitas bandas não pensam assim, mas é problema deles, não nosso.”

Ao ser perguntado sobre os shows vazios de 1997, o guitarrista se divertiu ao relembrar da situação.

“Lembro que tocamos no Rio e pensamos: Rio de Janeiro, oh, vai ser uma loucura! E tinha tipo 100 pessoas lá. E nós pensamos… será que ninguém avisou o público sobre o show? Foi ótimo para as 100 pessoas que vieram, foi incrível. Sempre damos o melhor. Tenho uma banda paralela com Robert DeLeo do Stone Temple Pilots e outros caras. Dois deles já ganharam Grammy, eu estou nessa banda que vendeu 100 milhões de discos, daí fomos tocar em um lugar em Santa Cruz, na Califórnia, e… 15 pessoas compareceram. E foi o melhor show da turnê. Tocamos músicas extras, perguntamos o que o pessoal queria ouvir… isso fez tudo ser ainda mais especial. É um privilégio ainda poder tocar ao vivo. Não tomamos nada como garantido. É por isso que muitas pessoas veem como algo íntegro, eu acho.”

Além do baixo público no Rio de Janeiro, a baixa venda de ingressos em São Paulo fez com que os dois shows previstos se tornassem um só com todos que haviam comprado.

Def Leppard e Mötley Crüe

A recente passagem de Def Leppard e Mötley Crüe pelo Brasil, com a The World Tour, também teve apresentações canceladas pelo mesmo motivo, em Porto Alegre e Curitiba, embora a explicação oficial aponte “questões logísticas”.

O concerto em São Paulo, apesar de ter contado com mais público que os de 1997, também ficou aquém do esperado. Como pode ser lido na resenha do site, escrita por Igor Miranda, algumas adaptações foram feitas, como colocar o palco no meio do estádio, para causar uma impressão de que o evento não estava tão vazio como ficaria claro em dimensões habituais.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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