Crítica: “The Mandalorian” empolga, mas começa a se desgastar na 3ª temporada

Série de maior sucesso do atual universo “Star Wars” segue com personagens carismáticos e parte técnica impecável, ainda que ande em círculos em vários pontos

A terceira temporada de “The Mandalorian” começa a dar sinais de desgaste, com muitos elementos andando em círculos, mas ainda empolga o bastante em outros aspectos. E o Grogu continua fofinho!

Como chegamos aqui?

Série de maior sucesso do atual universo de “Star Wars”, “The Mandalorian” inicia sua terceira temporada afetada por outro programa da franquia, e justo o menos querido pelos fãs. Ao final da temporada anterior, Din Djarin (Pedro Pascal) se separa de seu protegido, Grogu, o “Bebê Yoda”. Eles logo se reuniram na série “O Livro de Boba Fett”. Isso tirou o impacto do afastamento e, pior, deixou as coisas confusas para quem não viu a outra série (uma escolha um tanto sensata, aliás). Declarações da equipe de produção criaram dúvidas sobre quanto tempo se passou entre um evento e outro. De qualquer forma, na tela, a sensação é de que tudo foi rápido demais, sem peso.

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Ao início da nova temporada, “The Mandalorian” já tem Djarin e Grogu juntos novamente, citando os acontecimentos de “O Livro de Boba Fett” bem por cima. A potencial sensação de estranheza é logo atropelada pela ação.

Os mandalorianos

Desta vez a trama aproxima o protagonista dos demais mandalorianos. Raça guerreira sem seu próprio planeta, eles sempre pipocaram pelas produções de “Star Wars”, sendo retratados como um povo bastante dividido, constantemente guerreando entre si. Nesta temporada, se tornam o foco da história, com certo aprofundamento sobre sua mitologia.

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Isso se traduz na tela em boas cenas de ação e uma mudança importante de foco. Bo-Katan Kryze (Katee Sackhoff), líder mandaloriana, retorna e fica em primeiro plano. Dado o nome da série, muita gente até levantou a possibilidade de que seria ela “A Mandaloriana” da vez, sobrepondo Din. De fato, toda a temporada passa essa sensação, mas a popularidade de Pedro Pascal e de Grogu tornam essa mudança quase impossível.

De qualquer forma, tirar o holofote do protagonista fez bem à série, sendo na verdade seu ponto mais positivo, junto de um pequeno desenvolvimento de subtramas que, como recentemente revelado, vão culminar num novo filme dirigido pelo roteirista e produtor Dave Filoni, intercalando as séries passadas nesse período temporal de “Star Wars”.

Andando em círculos

Enquanto todo o arco dos mandalorianos caminha bastante, outros aspectos dão um passo para trás. A própria evolução de Din Djarin é deixada de lado. Nas temporadas anteriores, o protagonista foi colocado numa posição de dúvida e conflito quanto a sua doutrina, algo que aqui foi totalmente cancelado, com o personagem fazendo de tudo para ser novamente digno perante os seus.

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Mesmo a ameaça recorrente na forma de Moff Gideon (Giancarlo Esposito) foi bastante desanimadora. Todo esse arco parecia ter sido resolvido muito bem na temporada anterior, apenas para que o vilão fosse trazido de volta de maneira corrida e anticlímax, num repeteco que poderia até ter sido mais bem engendrado. Mas, da maneira apresentada, pareceu apenas um artifício para correr também com a trama dos mandalorianos.

O que vem agora?

Apesar dos problemas no roteiro geral, a temporada ainda mantém o interesse. Os personagens já conquistaram o público e é impossível criticar aspectos como efeitos especiais e qualidade técnica, superiores a muitas superproduções do cinema.

Contudo, as coisas giraram para cair quase no mesmo lugar dos primórdios da série, com Din Djarin e seu companheiro podendo voltar a enfrentar apenas o “monstro da semana”, algo que acontece em parte já nessa temporada.

Fica a esperança de que a aproximação com a Nova República e os preparativos para o vindouro filme de Filoni possam dar novo gás para “The Mandalorian”, que está realmente precisando de elementos que façam as coisas avançarem.

*A terceira temporada de “The Mandalorian” está disponível no Disney+.

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Leonardo Vicente Di Sessa
Leonardo Vicente Di Sessahttps://falaanimal.com.br/
Formado em Propaganda & Marketing, Leonardo Vicente acabou tragado pelo mundo dos quadrinhos e assuntos nerds, atuando como jornalista especializado na área desde 2001. Também revisor e editor, mantém o site Fala, Animal! e o podcast de mesmo nome, participando ainda da equipe da revista Mundo dos Super-Heróis e do podcast Mansão Wayne. É autor de livros como Os Cavaleiros das Trevas, O Homem que Ri e Prodígio: 80 Anos do Robin.

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