Candlemass em missão difícil, mas não impossível
*Por Thiago Zuma
Não seria muito fácil a missão do Candlemass no Monsters of Rock. A julgar pelas redes sociais do festival, o anúncio dos suecos como substitutos aos lendários britânicos do Saxon não foi bem recebido. E, convenhamos, riffs sujos e arrastados soam bem deslocados num evento que tem Kiss e Scorpions de atrações principais.
O Candlemass, porém, não é nenhuma banda iniciante e tirou de letra. Afinal, se o doom metal do pai Black Sabbath é uma variação consolidada e das mais criativas no cenário da música pesada neste milênio, seu álbum de estreia “Epicus Doomicus Metallicus” quando lançado em 1986 parecia anacrônico e precisou vencer obstáculos similares como a velocidade do thrash metal e o festeiro hard oitentista.
Seguindo a pontualidade do Monsters of Rock, exatamente às 13h30 o sistema de som começou a tocar “Marche Funebre”, tema de Chopin que integra o disco “Nightfall” (1987) e é utilizado tradicionalmente como abertura nos shows. O primeiro a subir ao palco foi o baixista, principal compositor e dono da banda Leif Edling. Aos 59 anos de idade e com longas madeixas brancas, ele colocou seus óculos evocando espanto com a quantidade de gente e puxou o público a coreografar os braços estendidos à deprimente melodia clássica.
Para ganhar o público de cara, o Candlemass iniciou seu show com “Mirror Mirror”, faixa pesada e cadenciada de abertura de “Ancient Dreams” (1988), terceiro álbum do grupo e único a figurar no top 200 da Billboard. Em seguida, emendou “Bewitched”, do citado álbum “Nightfall”, com seu riff mais arrastado e andamento na medida para manter a empolgação dos poucos fanáticos portando camisetas do grupo e contemplação favorável dos demais presentes, que começavam a encher a pista premium do Allianz Parque.
Apesar de dois discos bem recebidos desde que Johan Längqvist assumiu os vocais do grupo em 2018 – incluindo uma nomeação ao Grammy americano –, ambos foram ignorados pela banda. O repertório se focou em seus celebrados dois primeiros álbuns. Por ser a estreia de Längqvist no país – na porta giratória de vocalistas do Candlemass, o grupo teve duas passagens no Brasil com duas vozes diferentes –, o destaque foram as quatro faixas de “Epicus Doomicus Metallicus”, gravadas originalmente com o atual cantor, naquela época apenas um contratado sem se apresentar ao vivo com a banda.
Längqvist também fez um bom trabalho ao dar sua interpretação às faixas “The Well of Souls” e “Dark are the Veils of Death”, originalmente cantadas pelo peculiar e lendário Messiah Marcolin no segundo disco do Candlemass, enquanto Jan Lindh mantinha o peso e tempo arrastado na bateria e os riffs eram comandados por um aparentemente sonolento guitarrista Mats Björkman, que chegou até a introduzir uma música errada no meio do show.
Lars Johansson, tradicional guitarrista responsável pelos solos da banda, não veio ao Brasil. Foi substituído de forma competente por Fredrik Åkesson, atual membro do Opeth e que já fora parceiro de Leif Edling no Krux, um projeto de tendências mais progressivas e psicodélicas do baixista.
A boa resposta do público, muitos conhecendo o Candlemass durante aquela tarde, veio com força em “A Sorcerer’s Pledge”, música do disco de estreia de recheada de mudanças de andamento que terminou com a banda estendendo sua melodia final para os coros dos presentes, acompanhados apenas do ritmo marcado pela bateria.
Os já iniciados na banda tiveram dificuldade em segurar as lágrimas ao ouvir Längqvist interpretar a densa “Crystal Ball”, com direito a um solo intercalado de Åkesson, a melodiosa “Under the Oak”, além da melancólica “Solitude”, responsável por encerrar a apresentação dos suecos para aprovação geral de quem se manteve em frente ao palco.
*Fotos de Gustavo Diakov / @xchicanox. Role para o lado para visualizar todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.
Repertório – Candlemass:
- Intro: (Marche Funebre)
- Mirror Mirror
- Bewitched
- Under the Oak
- Dark Are the Veils of Death
- Crystal Ball
- The Well of Souls
- A Sorcerer’s Pledge
- Solitude
Estive no show de BH, foi espetacular o show e bem legal ver o publico mesclado com com crianças , adolescentes, jovens e os tiozões.
Fui ontem ver o Deep Purple aqui em Curitiba.
Na minha opinião o comentário ao qual vc escreve que foi um show fraco, palha, pueril (fui atrás do significado) , ou é de maldade, ou não curte, ou não viu.
DEEP PURPLE É SELO DE GARANTIA!!!
É LENDA!! É QUALIDADE!!!
… ficar comparando com esse ou aquele é coisa de menininha ingrata, insatisfeita …de piazinho de prédio q nunca vai na rua jogar bola pois tem medo
RESPEITA AS COISA DO ROCK … poser
caso n tenha sido vc quem escreveu .. azar
Fabio, em nenhum momento qualquer pessoa neste site disse que o Deep Purple fez um show “fraco”, “palha” ou “pueril”. Nem eu, nem qualquer outro colaborador. Recomendo releitura atenta dos textos antes de publicar comentários.