O baterista Mike Portnoy é um verdadeiro nerd de listas. Frequentemente, o músico usa as redes sociais para publicar algum ranking que tenha elaborado. Suas listas de melhores discos, filmes e séries ao final de cada ano já se tornaram até mesmo esperadas pelos fãs, se constituindo em um verdadeiro evento.
Em janeiro de 2021, a revista Revolver pediu que ele organizasse um top 10 de músicas instrumentais feitas por bandas de rock e metal.
Assim ficou a escalação, com os devidos comentários de seu criador:
Rush – La Villa Strangiato (1978): “Ao montar esta lista, notei que metade das opções são instrumentais de bandas e a outra metade é mais orientada para guitar heroes. Vou começar com a primeira característica e no topo está esta música. Não é nenhum segredo que é praticamente meu instrumental favorito de todos os tempos e minha música favorita do Rush de todos os tempos. Para mim, ‘La Villa Strangiato’ é a referência das habilidades, mostrando todos os três virtuosos. Neil Peart e Geddy Lee estão sólidos e o grande solo de Alex Lifeson no meio é simplesmente incrível. Obviamente, ‘YYZ’ é o instrumental mais conhecido do Rush. Mas, no que me diz respeito, ‘La Villa Strangiato’ é a referência de virtuosismo e, como baterista, sempre o maior desafio a ser enfrentado.”
King Crimson – Larks’ Tongue in Aspic, Part Two (1973): “Gravamos essa no Dream Theater, como uma das faixas bônus de Black Clouds & Silver Linings (2009). Sempre fui um grande fã do Crimson e do baterista Bill Bruford. Isso é do início dos anos setenta. Eles passaram por tantas formações ao longo dos anos, mas esta é uma das iniciais. Lembro-me de ouvir a música pela primeira vez. Acho que estava na Berklee, e uma banda fusion a estava tocando em uma das salas de ensaio. Nunca havia ouvido antes. Tinha todos esses cinco padrões na bateria e outras coisas. É muito pesada, o baixo e a guitarra são malignos e dissonantes. Sempre foi um dos meus instrumentais favoritos. É o guitarrista Robert Fripp em sua forma mais maligna e Bill Bruford em sua forma mais inventiva.”
Metallica – Orion (1986): “Os primeiros quatro álbuns do Metallica tinham instrumentais e eram todas muito enraizadas em Cliff Burton, de várias maneiras. A do primeiro, ‘(Anesthesia) – Pulling Teeth’, era essencialmente um solo de baixo. No segundo eles tinham ‘The Call of Ktulu’, que era basicamente Cliff tocando baixo com tons distorcidos. Mas, no que me diz respeito, quando eles chegaram ao ‘Master of Puppets’, ‘Orion’ foi a obra-prima instrumental onde eles aperfeiçoaram a fórmula. Foi tão bem executada que você poderia dizer que toda a seção intermediária clássica veio de Cliff, porque a orquestração do baixo era insana. Quando chegou a notícia de que ele tinha morrido, John Petrucci, John Myung e Kevin Moore estavam todos na minha casa. Eu me lembro de colocar ‘Master of Puppets’, ouvimos ‘Orion’ e eu chorei como um bebê. Isso realmente me atingiu com força. Sempre penso nessa música como a obra-prima instrumental dele e da banda.”
Iron Maiden – Losfer Words (Big ‘Orra) (1984): “Quanto às instrumentais do Iron Maiden, eles tinham ‘Transylvania’ no primeiro álbum e outras duas – ‘The Ides of March’ e ‘Genghis Khan’ – no segundo. ‘Genghis Khan’ é uma das favoritas, mas escolhi ‘Losfer Words’, do álbum ‘Powerslave’, porque tem Nicko McBrain na bateria. E como foi um pouco mais tarde na carreira, ela tem uma produção melhor.”
Rainbow – Difficult to Cure (1981): O último instrumental da parte de bandas. Essencialmente, é uma versão hard rock da ‘Sinfonia nº 9’ de Beethoven. Essa é uma das maneiras pelas quais me familiarizei com a composição. A outra foi obviamente através de ‘Laranja Mecânica’ – a nona de Beethoven é uma parte grande desse filme. Eu já era um grande fã de Stanley Kubrick quando o Rainbow lançou ‘Difficult to Cure’, então foi legal ouvir uma espécie de versão heavy metal dessa peça clássica.”
Michael Schenker Group – Into the Arena (1980): “As próximas cinco vão mais para o território do guitar hero. A primeira é ‘Into the Arena’, do Michael Schenker Group. Sempre a adorei, tenho até as demos desse álbum, com Billy Sheehan no baixo e Denny Carmassi na bateria. Eles acabaram não gravando o disco, Simon Phillips foi o baterista. Eu amo todo o primeiro álbum do Michael Schenker Group, mas ‘Into the Arena’ sempre se destacou. É um intenso hard rock/heavy metal instrumental.”
Yngwie Malmsteen – Evil Eye (1984): “Todo o álbum ‘Rising Force’ é basicamente instrumental. Eu poderia ter escolhido ‘Black Star’ ou ‘Far Beyond the Sun’, que são clássicos. Mas vou com ‘Evil Eye’ porque ouvi essa música pela primeira vez quando Yngwie ainda estava no Alcatrazz, no álbum ‘Live Sentence’. Foi como o primeiro gostinho do que viria a seguir. Foi ótimo ouvi-la regravada no estúdio. E Yngwie tinha Barriemore Barlow na bateria, de quem eu era um grande fã quando estava no Jethro Tull. Então, sim, quase qualquer coisa do álbum Rising Force poderia estar nesta lista, mas eu amo ‘Evil Eye’.”
Al Di Meola – Race With Devil on Spanish Highway (1977): “Al Di Meola não é realmente hard rock ou heavy metal. Ele fazia mais parte do mundo do jazz-fusion. Mas essa música foi a primeira vez que ouvi qualquer tipo de guitarrista tocando realmente pesado, fazendo menor harmônica e riffs de meio tom. Era pesada e misturada com essas coisas loucas de flamenco. Para mim, essas são coisas que você ouviria no vocabulário de Yngwie mais tarde. Mas a primeira vez que ouvi foi ‘Race With Devil on Spanish Highway’.”
Steve Vai – The Attitude Song (1984): “Fiquei na dúvida entre essa ou ‘Blue Powder’, do álbum ‘Passion and Warfare’. Escolhi porque foi a primeira música que ouvi quando Steve lançou ‘Flex-Able’. Eu já era fã quando ele estava na banda de Frank Zappa, mas você ouve ‘The Attitude Song’ e ela meio que arranca sua cabeça. Dá para cantarolar todas as linhas de guitarra, é memorável e melódica. Ao mesmo tempo, também é muito técnico. Era um grande, grande favorito meu na época da Berklee.”
Dixie Dregs – Odyssey (1978): “Quase todo o catálogo do Dregs é instrumental, mas essa sempre foi minha favorita. Eles foram uma grande influência para o Dream Theater. Steve Morse é um dos maiores heróis da guitarra de John Petrucci. Regravamos ela no disco bônus de ‘Black Clouds & Silver Linings’. Anos depois, Steve Morse e eu a tocamos juntos na primeira turnê do Flying Colors. Foi uma honra.”
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