A curiosa regra musical violada pelo Queen ao gravar álbum de estreia

Brian May, responsável pela revelação, também explica por que a banda não gosta da sonoridade do disco, lançado em 1973

Em 1973, o Queen lançou o seu primeiro álbum de estúdio, homônimo. Na época de gravação do disco, havia uma certa “regra” imposta para o trabalho em estúdio, quebrada pelo guitarrista Brian May.

Como o músico explicou para a revista Total Guitar (via Guitar World), era um tabu misturar guitarra e violão na mesma faixa. Foi justamente isso que ele fez em “The Night Comes Down”, sexta canção do material.

“Fizemos algo que as pessoas nos disseram que não poderíamos fazer. Na época, diziam: ‘você não pode misturar guitarra com violão’. Hoje em dia isso parece engraçado, mas era uma crença que as pessoas nos estúdios tinham. Diziam que a guitarra ficava muito alta em relação ao violão, mas eu dizia: ‘Vamos lá! É só uma questão de balancear a mixagem’. Então, ‘The Night Comes Down’ foi feita no meu bom e velho violão, mas as harmonias são todas na guitarra. E isso foi um começo, uma demonstração de que: ‘Sim, podemos fazer isso, podemos criar nossas próprias regras’.”

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Insatisfação com a estreia do Queen

Na mesma entrevista, Brian May contou que a banda nunca ficou satisfeita com a sonoridade do disco de estreia, gravado no antigo Trident Studios, em Londres, na Inglaterra. Ainda assim, o guitarrista acha que o trabalho representa bem o momento que o Queen vivia, na busca pelo próprio estilo.

“O som do Trident estava muito morto. Era o oposto do que pretendíamos (…). Lembro de dizer ao produtor Roy Thomas Baker: ‘Esse não é realmente o som que queremos, Roy’. E ele disse: ‘Não se preocupe, podemos consertar tudo na mixagem’. Claro que não é o melhor caminho e todos nós sabíamos que isso não ia acontecer.”

O músico relembra que as gravações em múltiplos canais, que permitem a junção de sons individuais, estavam em alta – o que também afetou o processo.

“Você tocava um solo e a primeira coisa que as pessoas diziam era: ‘Ah, você quer dobrar esse solo?’ E talvez sim, mas talvez não. Às vezes você quer ouvir a personalidade, o ataque e a sensação no momento em que você criou essa faixa. Havia um monte de overdubs no primeiro álbum, que eu diria agora que eram desnecessários e que talvez o tornassem um pouco mais rígido do deveria ter sido.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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