6 histórias do filme “Spinal Tap” que aconteceram de verdade com rockstars

Documentário fictício apresentava problemas de banda que não existia durante uma turnê

“This is Spinal Tap” se tornou um dos filmes mais conhecidos entre os fãs de rock e heavy metal no geral. O documentário fictício aborda uma banda também inventada, chamada Spinal Tap, que enfrenta uma série de percalços como trocas de integrantes, perrengues no backstage, capas de álbum censuradas e muito mais.

Todos esses problemas são comuns de acontecer com bandas de verdade. Rex Brown, baixista do Pantera, que o diga. Em entrevista para a Guitar World sobre o longa, o músico afirmou o seguinte:

“Tudo que aconteceu naquele filme é baseado nas m#rdas que acontecem ou poderiam acontecer facilmente com qualquer banda em turnê. Nós somos máquinas profissionais para turnês e o que aconteceu em ‘Spinal Tap’ acontece conosco todo dia.”

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Quais histórias ocorridas de verdade acabaram parando em “This is Spinal Tap”? Confira 6 delas abaixo. As informações são dos sites Birth Movies Death, NME, Guitar World e Ultimate Classic Rock.

Bandas que se perdem no backstage

Uma das cenas mais conhecidas de “This is Spinal Tap” mostra a banda tentando, sem sucesso, procurar o palco para uma apresentação na cidade de Cleveland. O grupo fica andando em círculos pelo backstage, sem praticamente sair do lugar.

Por incrível que pareça, essa é uma situação relativamente comum. Ao documentário “Don’t Look Back”, Bob Dylan já revelou ter se perdido no backstage em um show na cidade de Manchester.

Mark Hoppus, vocalista e baixista do Blink-182, também confirmou que esta situação ocorreu com seu grupo.

“Já nos perdemos em vários locais, tentando, por 10 minutos e em vão, encontrar o palco. Diversas vezes.”

Mais um rockstar que já revelou ter passado por isso foi Nikki Sixx, baixista do Mötley Crüe.

“Quando ‘Shout at the Devil’ saiu, tínhamos uma fita cassete com a música ‘In the Beginning’. Ela era tocada na introdução dos shows. Um dia, tocamos em um teatro bem pequeno, acho que em Denver, e quando fomos abrir a porta (para entrar no palco), ela estava trancada. Tivemos de andar e dar uma volta no teatro. Posso dizer que nosso responsável pelo som era tão bom – éramos profissionais – que ele deixou a fita tocando (até a banda conseguir subir no palco).”

A constante morte de bateristas do Spinal Tap

Uma piada recorrente – e macabra – no decorrer do filme é o fato de o Spinal Tap ter tido muitos bateristas, que morreram em circunstâncias pra lá de bizarras e inusitadas.

Por exemplo, a banda revela no documentário que um baterista morreu de combustão humana espontânea, enquanto outro partiu em um “acidente bizarro de jardinagem”. Já um terceiro faleceu um após ter sufocado com o próprio vômito.

Uma banda de verdade que passou por situação semelhante foi o The Grateful Dead: o grupo lidou com a morte de quatro dos seis tecladistas que teve, seja no período em que fizeram parte da formação ou pouco tempo após saírem.

Além disso, duas destas causas de morte mencionadas pelo filme também aconteceram na vida real. Jeff Porcaro, baterista do Toto, morreu justamente após inalar pesticida enquanto fazia jardinagem. Já John Bonham, do Led Zeppelin, faleceu após ter sufocado com o próprio vômito – assim como o lendário guitarrista Jimi Hendrix.

Vale lembrar que Porcaro morreu em 1992, oito anos após o lançamento de “This is Spinal Tap”, o que já levantou muitas teorias de que o filme teria previsto a morte do músico.

A capa machista de “Smell the Glove”

No filme, o Spinal Tap sai em turnê para promover seu novo álbum, chamado “Smell the Glove”. No entanto, o grupo enfrenta um contratempo: muitas lojas não querem vendê-lo por considerar a arte da capa machista.

Este tipo de situação também já aconteceu de verdade algumas vezes. Por exemplo, o álbum “Lovehunter”, do Whitesnake, se tornou motivo de polêmica por ter uma mulher completamente nua sobre uma cobra.

Anos após o lançamento do filme, quem também passou por isso foi o The Strokes. O famoso álbum de estreia do grupo, “Is This It”, tinha como capa uma mulher nua, colocando a mão sobre uma das nádegas. Nos Estados Unidos, ela teve de ser modificada.

Outros álbuns famosos que passaram pela mesma situação foram: “Amorica”, do Black Crowes; “Slippery When Wet”, do Bon Jovi; “Country Life”, do Roxy Music; e “Appetite for Destruction”, do Guns N’ Roses.

No filme, a solução foi simplesmente deixar a capa de “Smell the Glove” completamente preta, assim como o Metallica fez com seu famoso álbum homônimo anos depois.

As exigências absurdas do Spinal Tap

Outro fato corriqueiro entre rockstars é o fato de que muitos fazem exigências absurdas no backstage, e isso não foi esquecido em “This is Spinal Tap”.

Em um momento do filme, o guitarrista Nigel Tufnel reclama dos pães que foram servidos para a banda, ao alegar que eles eram pequenos demais e se quebravam assim que eram dobrados.

Um exemplo de demanda absurda na realidade vinha do Van Halen. O grupo ficou conhecido por exigir tigelas do chocolate M&Ms antes e depois dos shows, com um detalhe: a produção tinha de retirar os chocolates de cor marrom.

Anos depois Axl Rose, o eterno vocalista do Guns N’ Roses, se recusou a subir no palco para um show em Paris pois queria usar uma jaqueta que esqueceu em Londres. O músico não quis nem saber e mandou um roadie pegar um avião para buscá-la. Quem fez a revelação foi o cineasta e jornalista musical Cameron Crowe, enquanto promovia a série de TV “Roadies”.

“Houve um show em que Axl Rose queria uma jaqueta amarela que esqueceu na Inglaterra antes de subir ao palco. Então, um roadie teve o trabalho de entrar o mais rápido possível em um avião, ir para Londres, achar a jaqueta do Axl e retornar a tempo para o show.”

Preso no cenário do show

Em outro momento de “This is Spinal Tap”, a banda inicia uma apresentação “saindo” de casulos. No entanto, o mecanismo não funcionou para o baixista Derek Smalls, que ficou preso e teve de tocar enquanto a produção tentava libertá-lo.

Quem passou por situação parecida foi o Jethro Tull. Durante uma turnê em 1973, a banda decidiu entrar no palco com trajes de coelho. Após a introdução, os integrantes fariam uma fila em que um ajudaria o outro a retirar a fantasia.

No entanto, houve uma ocasião em que dois integrantes não conseguiram retirar seus trajes. O incidente foi relembrado pelo vocalista Ian Anderson.

“Os zíperes ficaram emperrados em dois dos trajes de coelho. A banda ficou desfalcada enquanto a equipe tentava remover os trajes e no final, tiveram de retirar o pessoal com a ajuda de uma faca.”

Em 1974, foi a vez de Alan White, baterista do Yes. Ele ficou preso dentro de uma concha do mar gigante que não funcionou direito. Enquanto a produção tentava retirá-lo, o músico mostrou seu profissionalismo e não parou de tocar, assim como Derek Smalls no longa.

Em 1997, o U2 também passou pelo mesmo após o grupo ter ficado preso em um limão gigante, durante apresentação em Oslo, na Noruega.

Spinal Tap e Stonehenge

Já na parte final, o Spinal Tap decide que quer uma réplica das famosas pedras de Stonehenge para seus shows. No entanto, a produção errou a mão nas dimensões e o grupo teve de se contentar com uma peça ridiculamente pequena, que se tornou motivo de chacota.

Podemos dizer que o filme parodiou um episódio muito parecido que aconteceu com o Black Sabbath pouco tempo antes do longa sair. Para a turnê do álbum “Born Again”, o grupo também queria uma réplica das pedras de Stonehenge para seus shows, mas ordenou uma que era grande demais para ser levada e colocada nas apresentações.

O baterista Richard Christy também revelou, na época em que fazia parte do Iced Earth (banda formada após o lançamento do longa), que uma situação parecida ocorreu durante um show na Grécia, o que resultou em várias risadas.

“No Iced Earth, tivemos nosso momento Spinal Tap em 2002, no último show da turnê. Alguém da nossa equipe tinha um pequeno monumento de Stonehenge e o colocaram no palco bem no meio da nossa última música, como no filme. Nós morremos de rir. Foi hilário.”

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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