Embora muitos classifiquem o Angra do guitarrista Rafael Bittencourt como uma banda de power metal, seu som nunca ficou restrito às amarras do estilo. Além, obviamente, das influências da música regional brasileira — ainda o grande diferencial do grupo em relação a seus contemporâneos —, desde “Angels Cry” (1993) notam-se flertes com o rock progressivo, gênero que surgiu no final da década de 1960 na Inglaterra.
Com o passar do tempo e a cada álbum lançado, o prog de influência se tornou parte integrante — e às vezes até preponderante — do som do Angra. O motivo é simples: Bittencourt é fã de rock progressivo e, enquanto principal responsável pela assinatura sonora da banda da qual é membro fundador, vira e mexe emprega esses “ensinamentos” em suas composições.
Em entrevista a este jornalista, Rafael Bittencourt elegeu e comentou seus cinco discos de rock progressivo favoritos. Confira a lista, com os comentários do guitarrista, abaixo.
Os 5 melhores discos de rock progressivo para Rafael Bittencourt
Jethro Tull – “Stand Up” (1969)
RB: “Aluguei esse álbum quando eu tinha uns 13 anos na discoteca da escola. Na época, lá havia alguns vinis para você alugar, vinis que os próprios alunos deixavam e nós podíamos levar para casa às vezes. Eu queria ouvir Jethro Tull, pois já tinham falado para mim dessa banda. ‘Stand Up’ é um baita álbum, e até hoje eu ouço. É nele que tem a ‘Bourée’, do [Johann Sebastian] Bach, que é um clássico da banda. Embora seja apenas seu segundo álbum de estúdio, mostra que o Jethro Tull já tinha sua linguagem muito bem definida.”
Yes – “Close to the Edge” (1972)
RB: “‘Close to the Edge’ é uma aula de rock progressivo. E são só três músicas, né? No primeiro lado [do LP] só tem uma música [a faixa-título] dividida em partes como se fosse uma sinfonia com diferentes movimentos, e os caras estão no auge ali. Rick Wakeman e toda a galera mandando muito. Não tem nem o que dizer.”
Genesis – “Foxtrot” (1972)
RB: “O Genesis foi uma das primeiras bandas a se seduzir por um mundo mais pop, só que eles influenciaram todo um mundo pop diferente; é um pop um pouco mais elegante e sofisticado. Acho que o ‘Foxtrot’ é um dos álbuns mais progressivos deles. Embora tenham migrado em definitivo para o pop na fase Phil Collins, aqui eles estão no auge da sua progressividade.”
Pink Floyd – “The Final Cut” (1983)
RB: “O ‘The Final Cut’ é como se fosse uma extensão do ‘The Wall’ (1979), então ele mostra aquela onda de compor bem depressiva e melancólica do Roger Waters de que eu gosto muito. É um album que eu ouvi muito. Mas é difícil escolher um só do Pink Floyd, por que são muitos clássicos. ‘Wish You Were Here’ (1975), ‘The Dark Side of the Moon’ (1973), ‘Animals’ (1977) e o próprio ‘The Wall’: todos esses são muito bons.”
Rush – “Grace Under Pressure” (1984)
RB: “O ‘Grace Under Pressure’ mostra o Rush se modernizando. É muito doido porque é uma banda que já tinha uma discografia de respeito, já tinha lançado o histórico ao vivo ‘Exit… Stage Left’ (1981), sempre com muita consistência. Daí eles começam a mudar a sonoridade, indo para um caminho mais pop oitentista. Na época eu não gostei desse disco, mas o coloco na lista porque redescobri essa fase do Rush e hoje percebo que essa é uma banda que não tem nenhum disco ruim. Comecei ouvindo Rush bem no comecinho com o ‘Caress of Steel’ (1975), o ‘2112’ (1976) e o ‘Fly by Night’ (1975); esses eram os discos de que eu gostava. Depois do ‘Moving Pictures’ comecei a achar que a banda ficou muito podre, mas hoje eu amo o Rush em todas as suas fases.”
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Putz, dos 5 citados, três passam longe de serem progressivos, mas valeu a tentativa, quem sabe na próxima encarnação.
Mas ele está certo sobre o Rush, ouvindo com dedicação se percebe que eles não tem nenhum disco ruim, e o Foxtrot também é o meu favorito do Genesis.
Nem me interessou ler os 2 últimos álbuns. Ah! E gosto não se discute, se educa.
Hehe. Boa sorte tentando educar Rafael Bittencourt. Eu hein…