...

Os 5 discos que mudaram a vida de Ace Frehley (Kiss)

Guitarrista original da banda mascarada focou em álbuns lançados na década de 1960 por alguns de seus heróis no instrumento

Falecido no último dia 16 de outubro, Ace Frehley foi uma influência gigantesca para gerações de guitarristas que vieram depois dele. Mas o Spaceman do Kiss também tinha seus heróis.

Ele falou de alguns dos maiores ídolos em 2018, quando contou para a Classic Rock sobre cinco discos que mudaram sua vida. Veja a seguir.

- Advertisement -

Os discos que mudaram a vida de Ace Frehley

The Jimi Hendrix Experience – “Are You Experienced” (1967)

“Mudou minha vida, sem dúvida. Eu costumava andar pelo meu colégio com esse álbum debaixo do braço. É inovador de tantas formas – ninguém tocava guitarra como Hendrix.

Eu já estava tocando guitarra há alguns anos, mas quando ouvi Hendrix, parecia tão além de qualquer coisa que eu estava ouvindo na época. Ele estava fazendo algo que estava a anos-luz de todos os meus outros heróis. Eu costumava tocar o disco mais lento e tentar aprender os solos. Seu uso de efeitos, sua composição, seu fraseado – o cara era um talento único.”

Led Zeppelin – “Led Zeppelin I” (1969)

“Eu nunca vou esquecer quando vi a primeira aparição do Led Zeppelin em Nova York. Eles estavam abrindo para o Iron Butterfly no Fillmore East. É uma daquelas noites que você sempre ouve sobre: o Zeppelin tocou seu set e simplesmente arrasou o lugar. O Iron Butterfly teve que vir em seguida. Metade do público foi embora.

Eu saí e peguei o disco de estreia. Não estava familiarizado com [Jimmy] Page antes disso. Eu gostava dos Yardbirds, mas sempre pensei em Jeff Beck com aquela banda. Então colocar Zeppelin [para tocar] foi uma experiência enorme. Seus riffs, seus sons e os solos dele [Page] – ele era o guitarrista completo. Me tornei um grande fã na hora.”

The Who – “My Generation” (1965)

“Que ótimo disco. Canções fabulosas. Pete Townshend não era um cara dos solos, mas ele sabia como trabalhar acordes. Aprendi muito da minha técnica de acordes estudando músicas do The Who. Pete Townshend consegue tocar o mesmo acorde em 20 posições no braço da guitarra. Ele é um mago.

Eu amo as harmonias deles e a forma como arranjam suas músicas. The Who era uma banda muito inteligente. Ninguém tocava como Keith Moon – ele não usava um chimbal. Mas era tudo focado na guitarra de Townshend. Ele tinha algo muito forte nas mãos.”

Cream – “Fresh Cream” (1966)

“Esse é o disco no qual eu descobri [Eric] Clapton. Na verdade, eu vi o Cream. Eu estava na primeira vez deles em Nova York, quando estavam abrindo para Mitch Ryder and the Detroit Wheels. Eu não fazia ideia do que ia ver, mas fiquei impressionado. Pense nisso, The Who estava na mesa noite. Aqueles eram grandes dias.

Eu amo o álbum ‘Fresh Cream’. Clapton é um guitarrista de blues único e toca de forma bela. Eu estudei tudo o que ele fez, do Cream ao Blind Faith, a Derek and the Dominos e então seu material solo. Ele é um daqueles caras que têm algo tão singular – você sabe que é ele, no primeiro segundo em que ele toca uma nota. Eu definitivamente tentei pegar o máximo que pude de Clapton.”

Rolling Stones – “Satisfaction” (1965)

“É como jogar cara e coroa com os Beatles e os Stones – eu amo ambos, mas vou ter que ir com os Stones porque eles eram os ‘bad boys’. Escolher um único álbum é difícil, então eu vou com um single, a primeira música deles que realmente me pegou – ‘Satisfaction’. Lembro de estar andando pelo Bronx e ouvi-la no rádio. Foi um tempo incrível. Parecia como se a canção estivesse em todo lugar. Você a ouvia vindo das janelas, dos rádios dos carros enquanto as pessoas dirigiam. Você não conseguia escapar de ‘Satisfaction’ durante o verão de 1965.

A respeito da guitarra, tem esse riff incrível, um dos maiores padrões de três notas de todos os tempos. É tão simples que você não consegue acreditar que ninguém pensou nisso antes. Não seria a canção que é sem aquele riff. Ele soa incrível vindo daqueles pequenos rádios de transistores. Eu saí e comprei um [pedal] fuzz box – eu tinha que tentar ter aquele som.”

Sobre Ace Frehley

Nascido em 27 de abril de 1951 no Bronx, em Nova York, Paul Daniel “Ace” Frehley teve uma família musical e começou a tocar guitarra na infância. Decidiu seguir carreira musical no início da vida adulta e trabalhou como carteiro e motorista de táxi.

Juntou-se ao grupo que adotaria o nome Kiss em 1973, após uma audição curiosa. Em meio a vários outros músicos que estavam se candidatando, surgiu com um tênis de cada cor e um jeitão peculiar, mas seu talento era incontestável.

Frehley criou a persona Spaceman (também Space Ace), pintando estrelas prateadas nos olhos. É dele o logotipo de raio duplo da banda. Permaneceu na formação inicialmente até 1982, quando, em meio a problemas com a dependência química e conflitos com Stanley e Simmons, saiu do grupo. Retornou em 1996 para sair em definitivo em 2002;

Na segunda metade dos anos 1980 comandou o Frehley’s Comet, que lançou 2 álbuns de estúdio, um deles certificado com disco de platina nos Estados Unidos. Disponibilizou ainda uma série de álbuns solo, incluindo o lançado em 1978, quando ainda estava no Kiss.

Após décadas lutando contra a dependência química, Ace garantiu estar sóbrio desde a segunda metade dos anos 2000.

Frehley foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 2014 como membro do Kiss. Foi creditado por 11 álbuns de estúdio do grupo, embora não tenha tocado em um (“Creatures of the Night”, 1982) e sua presença em outro (“Psycho Circus”, 1998) seja limitada a apenas algumas faixas. Também disponibilizou oito discos de estúdio em carreira solo ao todo.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioListasOs 5 discos que mudaram a vida de Ace Frehley (Kiss)
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades