Décimo-sexto trabalho de estúdio do Kiss, “Revenge” foi aclamado pelos fãs da banda como uma volta aos bons tempos. A sonoridade foi a mais pesada em anos, refletindo no visual mais dark e a volta da divisão do protagonismo entre Paul Stanley e Gene Simmons, com o baixista e vocalista emplacando seus primeiros singles desde 1982.
Em entrevista ao Vinil Writer Music, o empresário Larry Mazer se colocou como figura central nas mudanças. Ele havia se tornado manager do grupo em meio à turnê do disco anterior, “Hot in the Shade”. À época, a banda adotou um visual menos espalhafatoso, resgatou músicas dos anos 1970 para a turnê e emplacou a balada “Forever” nas paradas. Porém, todos queriam mais.
“O que me atraía na banda original era como eles alternavam os vocais. Sentia que, se eles queriam voltar a ser relevantes, Gene precisava se reafirmar enquanto compositor e segundo cantor. Essa era minha demanda principal quando me convidaram para fazer parte do time.”
O principal trunfo da volta do baixista aos holofotes, de acordo com Mazer, era o resgate do lado mais pesado da sonoridade do grupo.
“Paul é um roqueiro com sensibilidade pop. Gene, na falta de outro termo, era o ‘cara heavy metal’ da banda. Esse elemento havia desaparecido dos discos e era um elemento diferencial do Kiss. Mesmo a base de fãs se dividia entre esses dois aspectos. Sendo assim, um lado não estava sendo atendido.”
Sobre “Hot in the Shade”, Larry é taxativo ao criticar o trabalho.
“Acho que ele possui três grandes músicas e o resto é composto de fillers. Para ‘Revenge’, bati o pé para que Gene retomasse o protagonismo. Por isso, o primeiro single foi ‘Unholy’. Era a primeira vez que uma música dele era usada no formato promocional desde ‘Creatures of the Night’, em 1982. Inclusive, se dependesse de mim, a segunda teria sido ‘Domino’, mas perdi a votação e ela acabou sendo usada como terceira. Queria trazer de volta o lado pesado do Kiss e acho que consegui.”
Kiss e “Revenge”
Lançado em 19 de maio de 1992, “Revenge” marcou a estreia do baterista Eric Singer, substituindo o falecido Eric Carr. O saudoso músico foi homenageado na última faixa, “Carr Jam 1981”, take instrumental aproveitado anteriormente pelo guitarrista Ace Frehley para a música “Breakout”, do Frehley’s Comet.
Também representou a reunião com o produtor Bob Ezrin após mais de uma década. Por conta disso, o grupo chegou a cogitar chamar o disco de “Destroyer II”, alusão ao clássico de 1976. Foi o primeiro álbum do Kiss a chegar ao top 10 dos Estados Unidos desde “Dynasty” (1979), conquistando premiação de ouro, feito também ocorrido no Canadá.
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