Morreu o produtor musical Michael James Jackson. A informação foi confirmada pelo vocalista e guitarrista do Kiss, Paul Stanley, com quem ele trabalhou na década de 1980, em publicação no Twitter.
A idade enão foi divulgada. Em seu comunicado, Paul afirma:
“Michael James Jackson, meu melhor e mais querido amigo por 40 anos, morreu. Sua bondade e compromisso constante comigo e com nossa amizade foram como uma rocha que me apoiou nos momentos mais difíceis. Ele me incentivou a começar a pintar e deleitou-se desinteressadamente com todos os meus êxitos. Estou de coração partido.”
Posteriormente, o perfil oficial do Kiss nas redes informou que o profissional faleceu em decorrência de complicações da Covid-19.
“Michael James Jackson faleceu devido às complicações de uma pneumonia relacionada ao Covid. Ele foi a força motriz por trás de ‘Killers’, ‘Creatures of the Night’, ‘Lick it Up’ e ‘Animalize’. Sua paixão e crença na banda foram fundamentais para nosso novo sucesso nos anos 80. Ele amava nossos fãs e foi um membro próximo da família Kiss até o fim. Lamentamos a perda e celebramos sua vida.”
A trajetória de Jackson como produtor começou no início da década de 1970, com trabalhos para o cantor Paul Williams. Gravou ainda artistas como Max Groenthal, Tim Moore e Jesse Colin Young até se envolver com o Kiss em 1982.
Com a banda mascarada – que logo abdicaria de suas famosas máscaras -, o profissional de estúdio registrou os álbuns “Creatures of the Night” (1982) e “Lick it Up” (1983), além das faixas inéditas da coletânea “Killers” (1982). Também ficou responsável pela produção da bateria de “Animalize” (1984).
Após a parceria com o grupo, trabalhou com Hurricane, Chuck and Lyle, L.A. Guns e Armored Saint. Tudo indica que ele acabou se retirando da área musical nos anos 1990, já que não há gravações mais recentes creditadas a ele.
Michael James Jackson e Kiss
Em entrevista ao livro “Kiss Por Trás da Máscara”, Michael James Jackson relembrou o início de seu envolvimento com o Kiss.
“Quando encontrei o Kiss pela primeira vez, eu estava completando a produção de um disco para o Jesse Colin Young, ex-Youngbloods. A partir de Jesse Colin Young, um dos grandes ícones do folk-rock, até o Kiss, não era só uma questão de salto em quantidade. Quando eu adentrei aquele universo, eu me senti um estranho no ninho, pois vinha de um lugar totalmente diferente musicalmente.
Inicialmente eu tinha me concentrado no trabalho com compositores, cantores e bandas melódicas e nunca tinha realmente imaginado que produziria uma banda como o Kiss. Nós engatinhamos depois do disco ‘The Elder’ e, naquele ponto, musicalmente, minha impressão era de que eles estavam bem confusos. O Kiss já tinha feito tanto sucesso que acho que foi uma grande decepção, principalmente para Gene, quando o ‘The Elder’ não foi recebido com o mesmo entusiasmo. Em geral, também parecia que por vários motivos a carreira do Kiss tinha se deteriorado. Naquela época, em relação à música, a maioria das grandes bandas de rock se inclinava para músicas mais melódicas.”
O produtor ainda destacou qual foi a sua maior contribuição ao já experiente grupo, na opinião dele.
“A minha resposta para o problema deles foi convencê-los a romper com o modelo antigo, aquele no qual eles se baseavam muito mais em comportamento e performance do que em melodia e músicas. Embora ninguém chegasse nem perto de igualar a extraordinária encenação ao vivo do Kiss, também parecia claro que estava na hora de fazer um tipo diferente de disco. Sugeri que eles fossem para a Califórnia e trabalhassem em conjunto com alguns compositores diferentes para que isso trouxesse pontos de vista alternativos.
Por algum motivo, que até me pegou de surpresa, eles foram muito receptivos à ideia. Eu também acho que eles estavam ansiosos para explorar outras alternativas, pois estava claro que a velha fórmula do Kiss não funcionava mais.”
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