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A história de “Rock n’ Roll Racing”, um dos games mais roqueiros

Projeto teria orientação diferente, mas tudo mudou com a aquisição de sua famosa trilha sonora com bandas como Deep Purple e Black Sabbath

Se você é fã de rock e também de videogames, com certeza já jogou ou ouviu falar de “Rock n’ Roll Racing”, um título clássico que ficou marcado justamente por ter uma trilha sonora composta por bandas de rock e heavy metal como Black Sabbath, Deep Purple e Steppenwolf.

O jogo foi lançado originalmente para o Super Nintendo (SNES) em 4 de junho de 1993. Um ano mais tarde, também foi disponibilizado para o Mega Drive. Hoje em dia, também pode ser jogado nos consoles atuais, como PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

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A criação de “Rock n’ Roll Racing”

“Rock n’ Roll Racing” foi concebido pelo estúdio Blizzard, responsável por games famosos como “Diablo” e “World of Warcraft”. Na época, a empresa se chamava Silicion & Synapse e desenvolveu o game, originalmente, para ser o sucessor de “RPM Racing”.

Tudo mudou quando a Interplay, que seria a responsável pela distribuição do game, conseguiu a licença para ter as músicas de algumas bandas de rock e heavy metal.

O projeto, então, foi totalmente modificado para casar-se com a trilha sonora que foi adquirida. Foi neste momento que o game ganhou o nome de “Rock n’ Roll Racing” e passou a ser considerado um sucessor espiritual de “RPM Racing”.

Uma curiosidade que vale ser citada é que após esta mudança no projeto, a ideia original da Blizzard era convidar o ZZ Top para estrelar o game, que levaria o nome do grupo – “ZZ Top’s Racing” – segundo o cofundador do estúdio, Allen Adham. No entanto, logo ficou evidente que sairia mais barato descartar a presença da banda.

A equipe que desenvolveu “Rock n’ Roll Racing” era composta por apenas 10 pessoas, mas os envolvidos garantem que o clima foi o melhor possível. Uma pessoa que atesta este fato é Bob Fitch, que foi um dos contratados para o projeto e, anos mais tarde, se tornou diretor técnico da Blizzard. Em entrevista ao site da companhia, ele disse:

“Eles me viram com essa camiseta que tem na frente um demônio-da-tasmânia devorando um símbolo da paz e, nas costas, a frase ‘Amo Lixo Tóxico’. Imagino que devem ter pensado: ‘esse cara vai se encaixar direitinho’.”

O próprio Allen Adham já revelou que jogou tanto “Rock n’ Roll Racing” durante seu desenvolvimento que o game quase chegou a influenciar a maneira que dirigia.

“Eu sentia vontade de derrapar nos cruzamentos e me imaginava disparando mísseis contra os carros mais lentos na minha frente.”

História e gameplay

Falando do game em si, “Rock n’ Roll Racing” se trata de um título de combate veicular: além do objetivo de tentar vencer a corrida, outro foco do jogador era tentar atacar os veículos dos rivais. Tanto que os carros do game vinham equipados com lasers, armas e dispositivos para jogar óleo na pista.

O jogo se passa em um futuro distante no qual humanos disputam as corridas com alienígenas, que passaram a gostar de rock e decidiram criar esse grupo de corridas interplanetárias, segundo a sinopse de “Rock n’ Roll Racing”.  

Samwise Didier, famoso designer de vários games da Blizzard, acredita que esta escolha temática para o game serviu de inspiração para outros títulos famosos do estúdio, como “Starcraft”.

“Deixamos de ser um jogo de corrida normal, com pistas de terra sem graça, e fomos correr no espaço. Correr em planetas infernais com ETs disparando contra você. Foi o nascimento do que a Blizzard acabou fazendo com todos os jogos: apostar em fantasia, ficção científica e terror. Só queríamos nos divertir. Foi o que deu o tom para futuros jogos da Blizzard.”

O jogador precisa ir vencendo corridas e acumulando pontos para desbloquear novos planetas. Além disso, entre uma corrida e outra, também é possível fazer melhorias no carro, como em suas armas, lataria e pneus.

A inesquecível trilha sonora

Enfim, vamos abordar a parte da trilha sonora de “Rock n’ Roll Racing”. Ela era composta pelas seguintes canções:

  • “Bad to the Bone” – George Thorogood and the Destroyers
  • “Highway Star” – Deep Purple
  • “Paranoid” – Black Sabbath
  • “Peter Gunn” – Henry Mancini (no game, foi usada a versão do grupo Emerson, Lake & Palmer)
  • “Born to Be Wild” – Steppenwolf
  • “Radar Love” – Golden Earring (exclusiva da versão para Mega Drive)

Além da trilha, podemos dizer que a temática do game também influenciou a criação de alguns dos seus personagens. Por exemplo, o corredor Snaker Sanders foi inspirado em David Coverdale, vocalista do Whitesnake.

Já Jake Badlands teve como inspiração Jake E. Lee, guitarrista que tocou na banda de Ozzy Osbourne e no grupo Badlands. Também vale citar Cyberhawk, baseado na arte do álbum “Screaming for Vengeance”, do Judas Priest.

Outras curiosidades

  • O game teve como provável inspiração “R.C. Pro Am”, lançado pelo estúdio Rare em 1988. Este título também contava com câmera de perspectiva isométrica e combates entre os veículos;
  • Em 1997, foi lançado o game “Red Asphalt”, para PlayStation 1. No entanto, ao ser lançado na Europa, ganhou o nome “Rock & Roll Racing 2: Red Asphalt”, provavelmente para aproveitar o sucesso do original;
  • A desenvolvedora russa Yard Team chegou a lançar um remake em 3D de “Rock n’ Roll Racing”, que estava disponível na Steam. No entanto, após problemas com a trilha sonora e reclamações da própria Blizzard, ele foi lançado gratuitamente na internet, com o nome “Motor Rock”;
  • “Rock n’ Roll Racing” tem como personagem secreto Olaf, um dos protagonistas de “The Lost Vikings”, outro game famoso da Blizzard;
  • E por falar em “The Lost Vikings”, existe outro easter egg do game em “Rock n’ Roll Racing”: em uma cena, é possível ver o vilão Tormator, aparentemente jogando o game de corrida.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

6 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom! Raríssimo ler um artigo de qualidade assim hoje em dia! Valeu! Muito bem escrito e cheio de informações, sou muito fã da blizzard, do jogo e da distorção, e ainda assim, após 36 anos nessa indústria vital aprendi muita coisa aqui, parabéns!

  2. um tempo atrás fiz um post em minha página de rock no instragram sobre o jogo e a melhor trilha sonora rock de todas!!! e sim, joguei muitooooo , virei madrugadas jogando…

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A história de “Rock n’ Roll Racing”, um dos games mais roqueiros

Projeto teria orientação diferente, mas tudo mudou com a aquisição de sua famosa trilha sonora com bandas como Deep Purple e Black Sabbath

Se você é fã de rock e também de videogames, com certeza já jogou ou ouviu falar de “Rock n’ Roll Racing”, um título clássico que ficou marcado justamente por ter uma trilha sonora composta por bandas de rock e heavy metal como Black Sabbath, Deep Purple e Steppenwolf.

O jogo foi lançado originalmente para o Super Nintendo (SNES) em 4 de junho de 1993. Um ano mais tarde, também foi disponibilizado para o Mega Drive. Hoje em dia, também pode ser jogado nos consoles atuais, como PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

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A criação de “Rock n’ Roll Racing”

“Rock n’ Roll Racing” foi concebido pelo estúdio Blizzard, responsável por games famosos como “Diablo” e “World of Warcraft”. Na época, a empresa se chamava Silicion & Synapse e desenvolveu o game, originalmente, para ser o sucessor de “RPM Racing”.

Tudo mudou quando a Interplay, que seria a responsável pela distribuição do game, conseguiu a licença para ter as músicas de algumas bandas de rock e heavy metal.

O projeto, então, foi totalmente modificado para casar-se com a trilha sonora que foi adquirida. Foi neste momento que o game ganhou o nome de “Rock n’ Roll Racing” e passou a ser considerado um sucessor espiritual de “RPM Racing”.

Uma curiosidade que vale ser citada é que após esta mudança no projeto, a ideia original da Blizzard era convidar o ZZ Top para estrelar o game, que levaria o nome do grupo – “ZZ Top’s Racing” – segundo o cofundador do estúdio, Allen Adham. No entanto, logo ficou evidente que sairia mais barato descartar a presença da banda.

A equipe que desenvolveu “Rock n’ Roll Racing” era composta por apenas 10 pessoas, mas os envolvidos garantem que o clima foi o melhor possível. Uma pessoa que atesta este fato é Bob Fitch, que foi um dos contratados para o projeto e, anos mais tarde, se tornou diretor técnico da Blizzard. Em entrevista ao site da companhia, ele disse:

“Eles me viram com essa camiseta que tem na frente um demônio-da-tasmânia devorando um símbolo da paz e, nas costas, a frase ‘Amo Lixo Tóxico’. Imagino que devem ter pensado: ‘esse cara vai se encaixar direitinho’.”

O próprio Allen Adham já revelou que jogou tanto “Rock n’ Roll Racing” durante seu desenvolvimento que o game quase chegou a influenciar a maneira que dirigia.

“Eu sentia vontade de derrapar nos cruzamentos e me imaginava disparando mísseis contra os carros mais lentos na minha frente.”

História e gameplay

Falando do game em si, “Rock n’ Roll Racing” se trata de um título de combate veicular: além do objetivo de tentar vencer a corrida, outro foco do jogador era tentar atacar os veículos dos rivais. Tanto que os carros do game vinham equipados com lasers, armas e dispositivos para jogar óleo na pista.

O jogo se passa em um futuro distante no qual humanos disputam as corridas com alienígenas, que passaram a gostar de rock e decidiram criar esse grupo de corridas interplanetárias, segundo a sinopse de “Rock n’ Roll Racing”.  

Samwise Didier, famoso designer de vários games da Blizzard, acredita que esta escolha temática para o game serviu de inspiração para outros títulos famosos do estúdio, como “Starcraft”.

“Deixamos de ser um jogo de corrida normal, com pistas de terra sem graça, e fomos correr no espaço. Correr em planetas infernais com ETs disparando contra você. Foi o nascimento do que a Blizzard acabou fazendo com todos os jogos: apostar em fantasia, ficção científica e terror. Só queríamos nos divertir. Foi o que deu o tom para futuros jogos da Blizzard.”

O jogador precisa ir vencendo corridas e acumulando pontos para desbloquear novos planetas. Além disso, entre uma corrida e outra, também é possível fazer melhorias no carro, como em suas armas, lataria e pneus.

A inesquecível trilha sonora

Enfim, vamos abordar a parte da trilha sonora de “Rock n’ Roll Racing”. Ela era composta pelas seguintes canções:

  • “Bad to the Bone” – George Thorogood and the Destroyers
  • “Highway Star” – Deep Purple
  • “Paranoid” – Black Sabbath
  • “Peter Gunn” – Henry Mancini (no game, foi usada a versão do grupo Emerson, Lake & Palmer)
  • “Born to Be Wild” – Steppenwolf
  • “Radar Love” – Golden Earring (exclusiva da versão para Mega Drive)

Além da trilha, podemos dizer que a temática do game também influenciou a criação de alguns dos seus personagens. Por exemplo, o corredor Snaker Sanders foi inspirado em David Coverdale, vocalista do Whitesnake.

Já Jake Badlands teve como inspiração Jake E. Lee, guitarrista que tocou na banda de Ozzy Osbourne e no grupo Badlands. Também vale citar Cyberhawk, baseado na arte do álbum “Screaming for Vengeance”, do Judas Priest.

Outras curiosidades

  • O game teve como provável inspiração “R.C. Pro Am”, lançado pelo estúdio Rare em 1988. Este título também contava com câmera de perspectiva isométrica e combates entre os veículos;
  • Em 1997, foi lançado o game “Red Asphalt”, para PlayStation 1. No entanto, ao ser lançado na Europa, ganhou o nome “Rock & Roll Racing 2: Red Asphalt”, provavelmente para aproveitar o sucesso do original;
  • A desenvolvedora russa Yard Team chegou a lançar um remake em 3D de “Rock n’ Roll Racing”, que estava disponível na Steam. No entanto, após problemas com a trilha sonora e reclamações da própria Blizzard, ele foi lançado gratuitamente na internet, com o nome “Motor Rock”;
  • “Rock n’ Roll Racing” tem como personagem secreto Olaf, um dos protagonistas de “The Lost Vikings”, outro game famoso da Blizzard;
  • E por falar em “The Lost Vikings”, existe outro easter egg do game em “Rock n’ Roll Racing”: em uma cena, é possível ver o vilão Tormator, aparentemente jogando o game de corrida.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

6 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom! Raríssimo ler um artigo de qualidade assim hoje em dia! Valeu! Muito bem escrito e cheio de informações, sou muito fã da blizzard, do jogo e da distorção, e ainda assim, após 36 anos nessa indústria vital aprendi muita coisa aqui, parabéns!

  2. um tempo atrás fiz um post em minha página de rock no instragram sobre o jogo e a melhor trilha sonora rock de todas!!! e sim, joguei muitooooo , virei madrugadas jogando…

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