Reed Hastings, co-CEO da Netflix, afirmou durante teleconferência de lucros trimestrais da empresa que “nos próximos um ou dois anos” a gigante do streaming mundial deve permitir publicidade na plataforma. O objetivo é, conforme apontado em reportagem do The Hollywood Reporter, oferecer planos mais baratos.
A mudança chega em um momento em que a empresa confirmou a perda de 200 mil assinantes em três meses. Hastings justificou a decisão:
“Permitir que os consumidores que gostariam de ter um preço mais baixo e são tolerantes à publicidade consigam o que querem, faz sentido. Deu certo para a Hulu, para a HBO Max.
Em termos de potencial de lucro, o mercado de anúncios online avançou e agora você não precisa incorporar todas as informações sobre as pessoas que costumava. Podemos ficar de fora disso e realmente estar focados em nossos membros, criando essa ótima experiência.”
A mudança para adotar a publicidade é bastante radical para a Netflix, que resistiu à publicidade em seu serviço desde o início. Contudo, com o crescimento de assinantes em declínio, o potencial de trazer novos usuários mais sensíveis ao preço para o ecossistema está se mostrando grande demais para ser ignorado.
A decisão também valida o investimento do setor de publicidade em streaming, com muitos profissionais de marketing pressionando para que a gigante do streaming os deixe anunciar no serviço.
Queda de assinantes
Nesta semana, a Netflix confirmou ter apresentado queda global no número de assinantes pela primeira vez em uma década. Ao todo 200 mil clientes deixaram o serviço no primeiro trimestre de 2022, de acordo com dados liberados para a mídia.
Atualmente, são 221,64 milhões as contas ativas em comparação aos 221,84 milhões do final de 2021. O resultado causou impacto na empresa, que estimava um acréscimo de 2,5 milhões novos usuários entre janeiro e março.
Em nota oficial, a plataforma avaliou alguns aspectos que podem ter levado ao declínio.
“Nosso crescimento de receita desacelerou consideravelmente, como mostram os resultados e previsões. O streaming está conquistando o linear, como prevíamos, e os títulos da Netflix são muito populares globalmente. No entanto, nossa penetração familiar relativamente alta – ao incluir o grande número de famílias que compartilham contas – combinada com a concorrência, está criando ventos contrários no crescimento da receita. O grande impulso da Covid-19 para o streaming obscureceu a imagem até recentemente.”
Um detalhe importante a ser ressaltado é que a empresa suspendeu seus serviços para a Rússia, em protesto contra a invasão do país à Ucrânia. Com apenas um ano de atuação no mercado local, a plataforma contava com cerca de um milhão de assinantes no território.
Sobre a Netflix
Fundada em 1997, nos Estados Unidos, a Netflix funcionava originalmente como um serviço de entregas de filmes pelo correio. Com o surgimento do streaming, as atividades no ramo tiveram início em 2007.
Atualmente, a empresa chega a 190 países. No Brasil, passou a operar em setembro de 2011. Levantamentos recentes indicam que entre 10 e 15 milhões do total de assinantes morem por aqui.
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