Marcelo Nova acusa Canal Brasil de ignorar Camisa de Vênus em cobertura de festival

Vocalista diz que sua banda foi a única a não ser entrevistada “por não se enquadrar em mensagem e em postura com a narrativa defendida por essa gente pérfida”

Na última semana o Canal Brasil transmitiu ao vivo a passagem do festival Rock Brasil 40 Anos pelo Rio de Janeiro. O evento contou com uma série de apresentações, entre elas do Camisa de Vênus. Porém, após o show, a banda não foi entrevistada pela equipe de repórteres.

A situação deixou o vocalista Marcelo Nova desconfortável, fazendo-o ir às redes sociais deixar a seguinte mensagem:

“Alô, todos!

Quinta-feira passada, o Camisa de Vênus apresentou-se no Festival Rock Brasil 40 Anos, no Rio de Janeiro, junto com Plebe Rude, Titãs e Ira!. Ao final de cada apresentação, integrantes das bandas conversavam com os “entrevistadores” Charles Gavin e Simone Zuccolotto para a transmissão que estava sendo realizada pelo Canal Brasil. O Camisa havia sido a banda escolhida para fechar a noite e, quando encerramos nosso set, fomos informados pelo “jornalismo” que fazia a cobertura do evento que havia acontecido uma queda no sinal da transmissão do mesmo e, portanto, seria impossível sermos entrevistados.

Nos dias seguintes, recebemos centenas de mensagens via WhatsApp, e-mail, Instagram e Facebook de fãs questionando por que não houve a entrevista com o Camisa de Vênus, já que, ao contrário do que nos havia sido informado, não houve queda alguma de sinal, pois os “entrevistadores” Charles Gavin e Simone Zuccolotto continuaram conversando entre si, sem sequer mencionar a apresentação do Camisa.

Restou, então, a pergunta: “Por que o Camisa não foi entrevistado, nem citado?”

A resposta é simples. Por não se enquadrar em mensagem e em postura com a narrativa defendida por essa gente pérfida que vive tecendo loas à democracia, que declara ser ela (a tal democracia) o pilar sobre o qual eles depositam suas esperanças em dias melhores e sem a qual todos estaremos perdidos. Mas quando alguém não possui o discurso afinado com essa “tchurma”, os valores democráticos desaparecem imediatamente para darem lugar à censura, ao cerceamento e, consequentemente, à covardia que rege esses atos promovidos por arautos, não da democracia, mas da mentira (não houve queda de sinal), da hipocrisia e de um medo latente. Medo? Medo do quê? De quem? Que ameaça represento eu, um músico, compositor e intérprete que há 42 anos não só produz, mas representa o mais desencarnado rock and roll feito nesse país?

Só a morte irá me cancelar. Meus valores jamais serão. Minha honra e espírito estão impregnados no meu corpo desde o dia em que eu nasci. Não deposito falsas esperanças em ideologias de petralhas, nem de bolsominions, nem de outras vias que só almejam o poder. Posso não ser melhor ou pior que ninguém, mas certamente estou muito, muito distante disso.

A minha verdade pode até ser estritamente pessoal, mas é minha! E nela nenhum Zé Mané babaca mete a mão sem receber imediatamente o meu revide e o meu desprezo. Vamos em frente, a batalha continua, assim como a vida.

Aproveito a oportunidade para agradecer a todos os responsáveis pela ótima estrutura do Rock Brasil 40 Anos, por um evento único que deu voz a dezenas de artistas, com uma invejável qualidade de som, luz e imagens. Também quero agradecer a equipe técnica responsável pela mixagem sonora que foi levada ao ar através da TV. Vocês fizeram nosso som soar como ele é. E um super obrigado aos nossos fãs e amigos, não só por apoiarem, mas também entenderem tudo o que estamos fazendo há 42 anos. Vocês são o contraponto da mentira e da frouxidão.

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Marcelo Nova | Camisa de Vênus”

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https://www.facebook.com/camisadevenusoficial/posts/532089828285524

O Rock Brasil 40 anos já passou por São Paulo e Belo Horizonte. O encerramento ocorre em Brasília, entre os meses de maio e junho.

Marcelo Nova e a pandemia

Recentemente, Marcelo Nova causou polêmica ao se declarar contra as medidas adotadas pelo poder público visando conter a pandemia de Covid-19. Em entrevista ao “Jornal da Manhã”, da TV Bahia, o músico disse:

“Eu não me submeto a esses ditames do ‘fique em casa, fique em casa, não saia, não se aproxime’. Eu beijo quem eu quero, eu abraço quem eu quero… E eu vou morrer, se não morrer de Covid, vou morrer de câncer, atropelado, assassinado, de zika, chikungunya, essas coisas…”

Ao explicar sua fala em outra entrevista, desta vez ao “The Noite”, o cantor disse:

“Algumas pessoas disseram que o meu manifesto, a minha fala, foi desprovida de consciência social. A consciência social dessa gente do ‘fica em casa’ é a seguinte: os porteiros do meu prédio, pra eles não valem. Essa gente pobre que não tem carro, que anda de metrô, que anda de ônibus, eles têm que me servir. Eles têm que trazer o meu delivery, eles têm que trazer a minha correspondência. O pessoal da segurança do condomínio tem que ficar lá para garantir a minha tranquilidade.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

6 COMENTÁRIOS

  1. Nossa que palavras bem colocadas desse baiano e músico, que eu sempre admirei, e não tinha dúvida da sua inteligência, um verdadeiro discípulo do maluco beleza, parabéns Marcelo, sua opinião é extremamente correta, o músico vive política como qualquer um, mas primeiro seu trabalho, a música, acho eu que o palco e a prateia está lá pra ver isso, se fosse pra ver discurso político estavam em um comício..

  2. Se foi boicotado ou não, não posso afirmar, mas a atitude negacionista foi contra as determinações da Organização Mundial de Saúde que valeram pra países do mundo todo. Só quem perdeu um parente ou um amigo pra esse maldito vírus, sabe o tamanho da dor. Declaração simplesmente abominável. Ele se preocupou tanto com o porteiro que precisou trabalhar durante a pandemia, mas não se importou em não transmitir o vírus pra outra pessoa. Essa frase diz muito sobre ele: “EU não vou morrer, se EU não morrer de Covid, vou morrer de câncer, atropelado, assassinado, de zika, chikungunya, essas coisas…” E os outros? Ele podia transmitir o vírus no ápice da pandemia. Que se danem os outros?

  3. Fez um show péssimo, não aguentava cantar e só fala besteira e no show fez um discurso negacionista
    Tá certo o canal Brasil não deu palanque a negacionista

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