É comum que em muitas bandas o baixista seja o integrante menos lembrado – e talvez com o Led Zeppelin não seja diferente. Porém, John Paul Jones foi crucial para o quarteto e ainda é um músico talentoso e versátil, com um currículo extenso. Não à toa, o músico colaborou com artistas que muitos sequer imaginam.
No próprio Zeppelin, ele já era conhecido por ir do baixo ao piano e do bandolim às guitarras. Antes e depois da banda, trilhou caminhos ainda mais distintos, seja como músico ou produtor.
Confira, a seguir, uma breve lista com sete álbuns que têm participação de John Paul Jones.
John Paul Jones com outros artistas
Donovan – “Sunshine Superman” (1966)
Ainda jovem, antes do Led Zeppelin tomar forma, John Paul Jones adquiriu a fama de um competente músico de estúdio. Um dos artistas com quem mais colaborava nessa época era o escocês Donovan.
Várias gravações do cantor trazem participações de Jones. Uma delas foi o álbum “Sunshine Superman” (1966), onde ele trabalhou também como arranjador.
A parceria deu tão certo que o futuro baixista do Led foi contratado pelo produtor Mickie Most para fazer outros discos com Donovan – incluindo “Mellow Yellow” (1967), que também trouxe Jimmy Page, seu futuro colega de banda, na guitarra.
Em trecho de artigo publicado pelo Ultimate Guitar, o próprio Jones relembrou sua “cara de pau” na época:
“A primeira sessão com Donovan foi uma zona – foi terrível. Era ‘Sunshine Superman’ e o arranjador fez tudo errado, então eu pensei, sendo o oportunista que eu era: ‘posso fazer melhor do que isso’. Fui até o produtor e pedi para fazer.”
The Yardbirds – “Little Games” (1967)
Quando Jimmy Page entrou para os Yardbirds, Jeff Beck acabou saindo. A situação causou alguns contratempos na hora de gravar o álbum “Little Games” (1967). Felizmente, Mickie Most também era o produtor deste trabalho e ele chamou John Paul Jones para resolver o problema.
Dessa forma, a configuração dos Yardbirds mudou em algumas faixas: o baixista Chris Dreja (que era o baixista originalmente pensado para o Led Zeppelin) foi para a segunda guitarra, ao lado de Page, enquanto Jones ficou responsável pelo baixo de músicas como “Goodnight Sweet Josephine” e “No Excess Baggage”. Ele ainda tocou e criou arranjos e orquestrações na faixa-título e em “Ten Little Indians”.
Rolling Stones – “Their Satanic Majesties Request” (1967)
O disco “Their Satanic Majesties Request” (1967) marca a tentativa dos Rolling Stones de se aproximarem do clima psicodélico que estava em voga na época. O resultado divide opiniões, mas muita gente concorda que “She’s a Rainbow” é uma das melhores músicas desse período.
O que nem todos sabem é que isso também é cortesia de John Paul Jones, responsável pelo arranjo de cordas da canção.
Dessa vez, o responsável por trazê-lo foi o então empresário Andrew Loog Oldham. Não dá para negar que a parceria foi bem-sucedida: a composição de Mick Jagger e Keith Richards ganhou muito com a contribuição de Jones e o solo de piano executado por Nicky Hopkins.
Paul McCartney – “Give My Regards to Broad Street” (1984)
John Paul Jones também marca presença em um dos álbuns mais peculiares da carreira solo de Paul McCartney, “Give My Regards to Broad Street” (1984). O disco foi lançado como trilha sonora de um filme não muito bem recebido, protagonizado também por Macca. O trabalho musical é até mais lembrado do que a obra cinematográfica.
Na época, os remanescentes do Led Zeppelin tentavam seguir suas vidas após a morte do baterista John Bonham, em 1980. O que Jones fez foi, basicamente, retomar suas atividades antes do surgimento da banda, trabalhando como músico de estúdio – só que agora, com gente do “porte” de McCartney.
Esta não foi a primeira colaboração entre os dois. Em 1979, o ex-Beatle trouxe Jones e também Bonham para o álbum “Back to the Egg”, que também contou com David Gilmour, Pete Townshend e vários outros nomes.
R.E.M. – “Automatic for the People” (1992)
O trabalho de John Paul Jones passou a desconhecer fronteiras de gênero e estilo depois do fim do Led Zeppelin. Um bom exemplo disso ocorreu com o R.E.M., ao gravar o álbum “Automatic for the People” (1992).
Aqui, Jones é o responsável por arranjos de cordas das músicas “Drive”, “The Sidewinder Sleeps Tonite”, “Everybody Hurts” e “Nightswimming”. Como em outras oportunidades, ele seria mais uma vez crucial para a sonoridade do disco, já que essas faixas se destacam e “Automatic for the People” é um dos melhores momentos da banda de Michael Stipe.
Heart – “The Road Home” (1995)
Todo mundo sabe bem do amor que as irmãs Ann e Nancy Wilson, do Heart, têm pela música do Led Zeppelin. Levou algum tempo, mas a banda colaborou com um de seus ídolos em “The Road Home”, um álbum e vídeo ao vivo, em formato acústico.
Aqui, John Paul Jones assina como produtor do trabalho, contribuindo para o direcionamento artístico tomado naquele momento. Além de clássicos do passado em novas versões, o disco conta com a inédita “(Up on) Cherry Blossom Road”, além de covers de Elton John, The Everly Brothers e Joni Mitchell.
Foo Fighters – “In Your Honor” (2005)
Dave Grohl é outro famoso fã do Led Zeppelin, com direito a tatuagem e tudo. Com o Foo Fighters já consagrado, ele resolveu tentar a sorte ao chamar John Paul Jones para uma colaboração em “In Your Honor”. O artista topou e participou em duas músicas: “Another Round” (no bandolim) e “Miracle” (no piano).
Esse seria o início de uma amizade que incluiria uma jam também com Jimmy Page e até mesmo uma banda ao lado de Josh Homme, do Queens of the Stone Age: o trio Them Crooked Vultures, que reuniu Jones, Grohl e Homme em uma sonoridade de peso.
* Texto por André Luiz Fernandes, com pauta e edição por Igor Miranda.
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Olá, outra contribuição de John Paul Jones está registrada no álbum Truth de Jeff Beck. Ele toca baixo, piano e hammond, além de arranjos para outras músicas.
Sim! Obrigado pelo comentário com a contribuição. Penso em expandir essa lista futuramente porque são muitas colaborações de qualidade feitas por John Paul Jones.
Tem também o trabalho com o The Mission no álbum Children em que além de produtor ele toca teclados. Só não sei se em todo o disco ou em algumas músicas específicas.
Boa noite ! Tem o disco Sporting Life de 1994 com Diamanda Galás.
Faltou um desconto relativamente importante na sua época… CHILDREN do The Mission. Um grande disco e myo bem produzido