Como Paul Stanley enxerga “Destroyer”, álbum clássico do Kiss, 45 anos depois

Starchild destacou que trabalho, hoje visto como clássico, apresenta evidente evolução musical do grupo

Após o estouro comercial com “Alive!”, o Kiss precisava dar o passo definitivo para se firmar de vez no panteão das grandes bandas do rock na década de 1970. Para tal, chamaram o conceituado produtor Bob Ezrin e trabalharam em “Destroyer”.

Hoje, o álbum é visto como um clássico definitivo da carreira do quarteto. Porém, as reações não foram calorosas desde o momento do lançamento, como o vocalista e guitarrista Paul Stanley recordou em entrevista ao Ultimate Classic Rock.

“’Destroyer’ foi fundamental para nós, um verdadeiro momento de subida de patamar. Curiosamente, não foi inicialmente abraçado da maneira que esperávamos porque, vamos encarar a realidade, não parecia o ‘Alive!’. Mas, com o tempo, tornou-se parte de quem somos e de como somos percebidos. As canções superaram a resistência inicial à sonoridade ou à instrumentação.”

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O estranhamento, observa Stanley, se deu por conta do polimento sonoro proposto por Ezrin. O disco trazia evidente evolução musical dos membros do grupo, além de sonoridade e composições refinadas em comparação ao estilo mais básicos dos trabalhos anteriores.

“Nunca tínhamos usado pianos, e não me refiro a eles como enfeites em uma música. Na verdade, fortificamos guitarras com pianos para tornar os acordes maiores. Algumas pessoas ficaram assustadas com tudo isso. Mas, no final das contas, mais músicas do ‘Destroyer’ ao longo dos anos estiveram em nossos shows do que as de qualquer outro álbum.”

Kiss vai ou racha em Destroyer

Paul lembra de “Destroyer” como um projeto do tipo vai ou racha, após o estouro do disco ao vivo que transformou o Kiss em um fenômeno. Os músicos estavam cientes de que precisariam ir além do que já haviam feito para se manter em alta.

“Éramos um bando de caras que de repente alcançaram o grande momento e realmente não tinham a perspicácia ou disciplina para dar o próximo passo. Bob Ezrin foi intrínseco a isso. A colaboração com ele foi uma reeducação musical. Bob foi carrasco, mas fez desabrochar em nós aquilo pelo que lutávamos.”

As mudanças também aconteceram no ambiente das letras, que traziam outras perspectivas para o cotidiano lírico dos mascarados.

“Algumas dessas canções foram criadas a partir de fragmentos e pedaços. Era uma maneira diferente de trabalhar. Ezrin foi muito inflexível em termos de letras. Até então, só cantávamos sobre nossas experiências como uma banda de rock, sexo e festas. Ele queria que expandíssemos esses horizontes e foi o que fizemos. É por isso que acho que o disco se sustenta depois de todos esses anos.”

Embora “Destroyer” tenha comemorado seu 45º aniversário em março, o Kiss lançou a edição super deluxe apenas agora, no último mês de novembro. O pacote apresenta uma versão remasterizada do álbum, demos inéditas (incluindo “Detroit Rock City” e uma versão ao violão de “Beth”), edições de single e um registro ao vivo feito em Paris no mês de maio de 1976.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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