A concepção de que o blues se tornou um gênero antiquado não é compartilhada por Joe Bonamassa, um dos grandes ícones do cenário na atualidade. Para provar esse ponto, ele listou os artistas que, em sua visão, devem guiar o estilo no futuro.
Conforme revelado em entrevista à Classic Rock, Bonamassa deposita suas maiores esperanças em Fantastic Negrito, artista que já foi entrevistado por IgorMiranda.com.br e lançou o incrível álbum “Have You Lost Your Mind Yet?” em 2020.
“Para mim, a personalidade mais fascinante do blues agora, de longe, é o Fantastic Negrito. O que ele está fazendo é tão original. É uma versão muito legal do blues.”
Na sequência, o guitarrista citou outros grandes nomes – alguns deles não tão jovens assim, é verdade.
“Eu gosto muito de Chris Buck. Ele é um bom músico. Joanne Shaw Taylor é uma superestrela do blues e uma cantora muito melhor do que as pessoas acreditam. Warren Haynes, Robert Randolph, Robert Cray… a grande coisa sobre o blues é que todo mundo tem sua própria pista.”
Joe Bonamassa aposentado?
Ainda durante a entrevista, Joe Bonamassa revelou que o período de pandemia o fez repensar sua carreira. O guitarrista cogitou se aposentar dos palcos e abrir uma loja de antiguidades.
“Nove meses atrás, pensei que minha carreira havia acabado. E eu estava bem com isso. Procurei lugares em Montana para abrir uma pequena loja de antiguidades. Eu tinha tudo planejado.”
A passagem do tempo o deixou cada vez mais reflexivo, pois ele não quer ficar gravando discos e fazendo shows até o fim da vida.
“Há essa noção de tempo. Um dia, você acorda e as pessoas gostam do que você faz. No dia seguinte, você ganha um bolo de aniversário com dois números ‘4’ e vira uma espécie de antiguidade. Eu não entendo essa mentalidade.”
O tempo passa
“Time Clocks”, álbum mais recente de Joe Bonamassa, não tem esse título por acaso. A forma como o tempo passa é uma das grandes preocupações do guitarrista na atualidade.
“Fiz 40 há quatro anos, lembro disso como se não fosse nada. Farei 45 anos em maio; isso é metade da década. Então, se a segunda metade passar tão rápido quanto a primeira… eu não sou daqueles que se comprometeram com isso por toda a vida. Tenho até 52 ou 62 para fazer isso. Portanto, ‘Time Clocks’ é mais urgente do que algumas das coisas anteriores, porque eu sinto que as coisas estão se movendo rapidamente.”