Apesar de ter abordado as sessões de “Let It Be” de uma forma mais positiva em comparação ao filme homônimo de 1970, não dá para esquecer que o documentário “The Beatles: Get Back” lida com o fim dos Beatles. Porém, a situação poderia ter sido evitada.
Quem declarou isso foi o próprio diretor do remake, Peter Jackson, em entrevista ao The Late Show With Stephen Colbert. Conforme transcrito pelo UpRoxx, ele comentou:
“Há um momento durante as filmagens em que Paul e Ringo saem da sala para almoçar. George, muito nervoso, diz a John: ‘Tenho todas essas músicas que escrevi, umas vinte. Minha cota habitual é de duas por álbum. Vou levar dez anos para lançar todas, então estou pensando que talvez eu queira fazer um álbum solo’. E John diz: ‘Você quer dizer sozinho?’ Ele: ‘Sim, seria ótimo fazer um álbum com todas as minhas músicas, eu poderia ouvir como é’. John responde: ‘Sim, seria ótimo, isso é fantástico’. George finaliza: ‘Ainda vamos fazer a coisa dos Beatles’. E John concorda.”
A ação de alternar entre a banda principal e carreiras solo se tornou um movimento de praxe para muitos grupos nas décadas seguintes. Porém, Jackson revelou que o próprio Paul McCartney não tinha conhecimento da conversa até agora.
“Para mim, seria uma saída para que os Beatles tivessem sobrevivido: fazer trabalhos solo e ainda reunir os quatro de vez em quando. Paul não ouviu essa conversa em 1969 e nem sabia que tinha acontecido. Ele viu o filme e eu perguntei o que achou. Sua resposta foi que gostaria de ter sabido que disseram aquilo à época. Isso mostra como a banda poderia ter prosseguido.”
Sobre The Beatles: Get Back
Disponível no Disney+, “The Beatles: Get Back” resgata o material produzido pelo diretor britânico Michael Edward Lindsay-Hogg entre os dias 2 e 31 de janeiro de 1969. À época, os Beatles trabalhavam em estúdio na criação de um álbum que seria intitulado “Get Back”, mas acabou se tornando “Let It Be” (1970), o último da carreira da banda.
Sobre George Harrison
Nascido em Liverpool, Inglaterra, George Harrison entrou no The Quarrymen aos 15 anos. Permaneceu por toda a evolução do grupo, até chegar aos Beatles, ficando na banda até seu final.
Logo a seguir, deu início a uma carreira solo que não foi tão constante, mas se destacou por seguir caminhos diferentes em comparação aos colegas, integrando aspectos filosóficos e idealistas ao conteúdo.
Também foi o responsável pela formação do Traveling Wilburys, supergrupo que contava com Bob Dylan, Tom Petty, Jeff Lynne e Roy Orbison. Ainda participou de álbuns de Cream, Eric Clapton, James Taylor, Gary Moore, Paul Simon, Badfinger, Jim Capaldi e trabalhos solo de seus antigos colegas de banda, entre vários outros.
A impressão que eu tive ao final da série documental é que a banda já estava com os integrantes separados entre si a um bom tempo. Esta passagem, evidenciada pelo próprio Peter Jackson, mostra o quanto a comunicação interna já estava prejudicada. Difícil seria a banda ter condições de continuar junta.