A curiosa vantagem que o Queen obteve no Live Aid, segundo Brian May

Guitarrista admite que shows realizados anteriormente em estádios, incluindo no Brasil, fizeram banda estar mais preparada para fazer história no evento

O pocket show do Queen no Live Aid, evento realizado no dia 13 de julho de 1985 no estádio de Wembley, entrou para a história como um dos momentos mais marcantes da história do rock. A performance energética e arrebatadora da banda assistida por quase 2 bilhões em todo o planeta pela televisão e outras 72 mil pessoas presentes no espaço.

Em um episódio da série The Greatest, que está sendo lançada em seu canal no YouTube, os integrantes da banda relembraram a ocasião. As falas foram transcritas pelo Ultimate Classic Rock.

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Apesar do Queen seguir sendo uma atração de primeira linha, tendo se apresentado na edição inaugural do Rock in Rio meses antes, a exposição oferecida pelo evento beneficente revitalizou a carreira da banda em sua terra natal, a Inglaterra. O grupo chegou a retornar a Wembley, no ano seguinte, para duas apresentações memoráveis da Magic Tour – a última da formação clássica.

Curiosamente, para o guitarrista Brian May, o Queen possuía uma vantagem injusta em comparação a outras atrações do Live Aid.

“Já havíamos tocado em estádios de futebol antes. Freddie, em particular, aprendeu toda a magia de envolver a plateia em concertos dessa magnitude. Conseguia fazer com que todos se sentissem em contato.”

O músico admitiu que, inicialmente, as boas intenções de Bob Geldof, idealizador do festival, em ajudar os famintos na Etiópia geraram desconfiança.

“Era algo muito ambicioso, ninguém sabia se realmente funcionaria. Ele veio até nós, mostrou a proposta e concordamos, enquanto pensávamos que era quase impossível fazer funcionar. Mas tínhamos muita vontade de participar.”

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Em outra entrevista, mais antiga, May citou especificamente os shows em arenas da América do Sul, em 1981 e 1985, como os responsáveis por deixar o Queen preparado para um evento como o Live Aid.

“Nenhum de nós percebia, mas éramos uma máquina incrivelmente estruturada. Tudo estava no lugar certo. Pessoalmente, nossas vidas estavam uma bagunça, mas no palco estávamos entrosados e fazíamos de tudo. O Live Aid foi ao vivo de verdade, a maioria nem trazia seu próprio equipamento: tudo era compartilhado. Todos deixaram os egos de lado.

E muitas coisas deram errado na parte técnica. Paul McCartney sofreu, não dava para ouvi-lo. Por sorte, tínhamos uma boa equipe técnica e demos nosso melhor. E estávamos prontos, pois tocamos em estádios na América do Sul e no Japão. Nós sabíamos como fazer aquilo.”

Queen no Live Aid: volta ao topo e caos nos bastidores

Embora não possa ser visto como uma retomada do Queen, o baterista Roger Taylor admitiu, na série publicada no YouTube, que o momento deixou marcas.

“Lembro-me de olhar por cima do kit de bateria e ver todo mundo enlouquecendo em uníssono. Era muito bom. Não significava uma mudança de carreira, mas é claro que ficou marcado na memória de todos.”

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Já o saudoso Freddie Mercury, em depoimento de arquivo antes do show, disse que já imaginava o caos nos bastidores.

“Tem que ser assim. Não estarão ali um monte de crianças maravilhosamente educadas, certo? Mas essa é a parte legal. Haverá fricção e vamos tentar superar uns aos outros.”

Com eventos em Londres, Filadélfia, Tóquio, Sydney e Moscou, o Live Aid arrecadou mais de 150 milhões de libras (aproximadamente 283,6 milhões de dólares).

A apresentação do Queen foi foco central da parte final do filme “Bohemian Rhapsody“, onde a história do grupo foi dramatizada. Os atores reproduziram nos mínimos detalhes o que havia sido feito no palco.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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